Consequências

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    Ele riu. Eu esperava várias reações dele. Mas, não estava preparada para vê-lo rir de mim. No entanto, eu respirei fundo. Ele estava magoado. Precisava ser compreensiva.
     _ Acha que eu vou me sentir melhor se você demonstrar pena?
     _ Não tenho pena de você.
     _ E como uma garota que mal me conhece pode me amar? Se quer me conquistar é porquê gosta de mim!... Como? Se nem a outra que conhecia a mais tempo foi capaz.
      _ Até quando vai sentir pena de si mesmo? Você age como se fosse um rapaz lamentável. Sendo que não é. Você é um vampiro! Cadê o seu orgulho? _ Eu acabei gritando.
       Todos olharam para nós. Envergonhada, eu saí da mansão. Não conseguiria encarar eles. Fiz tudo errado. "Cadê sua paciência?". Me recriminei.
       Fui me afastando, sem pensar para onde. O cheiro de sangue chamou minha atenção. Vinha na direção da floresta. Eu o segui. Tinha marca de sangue nas árvores. Como se alguém tivesse apoiado a mão, ali. Continuei entrando mais fundo na floresta. Encontrei um pedaço de roupa no chão. Tinha sangue. Alguém foi atacado por um animal na floresta, ou aquilo era obra de algum vampiro? Precisava encontrar o corpo. Continuei seguindo a pista até onde o sangue levava. Parava na beira de um precipício. Lá embaixo, a água agitada batia nas rochas. "Será que caiu lá?" Ouvi um barulho atrás de mim. Estava pronta para atacar, quando ele falou.
        _ O que está fazendo?
        Respirei aliviada. Era Drogo.
        _ O que você, faz aqui? Porquê me seguiu?
        _ Você gritou comigo na frente de todo mundo. Não queria dar explicações. Mas, você precisa.
         _ O que quer que eu diga, Drogo? Vai fingir que não percebeu minha reação ao beber seu sangue? 
         Ele ficou me encarando.
         _ É o mesmo com qualquer pessoa. Sangue desperta a luxúria e aí? Não significa nada.
        Nada!... Primeira tentativa, um fracasso.
       _ Estou verificando uma coisa, pode me deixar sozinha?
       _ No meio do mato?... O que procura?
       _ Não sente o cheiro de sangue? Não viu as marcas?
       _ E daí? É uma floresta. Animais selvagens vivem aqui. Devem ter atacado algum humano que se perdeu.
        Também pensei nisso. Mas, minha intuição dizia que era outra coisa.
       _ Está paranóica, ou só quer mudar de assunto?
       Eu me aproximei dele, com um sorriso e pisquei. Ele continuou parado. Sussurrei no ouvido dele... "Foi você que veio atrás de mim."
        Me afastei sem ver sua reação. Precisava achar o corpo. Se não tinha pulado ou caído no precipício, onde estaria? Vi um vulto correndo e fui atrás. Pela silhueta era mesmo humano. Eu pulei em cima, para fazê-lo parar. Ele se debateu.
        _ É melhor ficar parado, antes que eu use a força. _ ameacei.
         Ele se acalmou. Tremia embaixo de mim.
          _ Não me machuque. _ pediu.
          _ Eu só quero saber o que houve aqui.
           Saí de cima e aguardei. Ele se levantou. Estava com as vestes rasgadas, sujo de lama, assustado.
            _ Eu vi o vizinho carregar um saco preto, enorme, nessa direção. Pensei que podia ser o corpo de um lobisomem. Quem não queria matar um? Mas, era uma pessoa normal.
        _ Lobisomens são pessoas normais, antes da lua cheia.
        _ Era o filho do vizinho. Ele trouxe o corpo do filho.
       _ Acha que foi ele que matou?
       _ Ele tentou me matar, porquê eu vi.
       _ Então, chame a polícia. E não tente encontrar corpos de lobisomens. Já tivemos muito trabalho defendendo nosso território.
       Resolvido o mistério, não precisava me preocupar. Era uma questão entre humanos. Eles que se resolvessem.
       Saindo da floresta, de novo encontrei Drogo.
       _ O que foi dessa vez?
       _  Não precisa vir morar aqui.
       _ Vou me mudar pelos bebês. Não se preocupe, eu não mordo. À menos, que você queira.
        Avancei para o lado dele. Ele recuou.
         _ Eu sei ser discreta. Não vou gritar de novo. Mas, eu pensei muito e considerei tudo antes de vir. Não acho uma boa ideia. Mas, não quero arrependimentos. Eu preciso tentar. Faça o que você quiser. Aceita, rejeita. Eu não vou recuar.
        _ Porquê eu?
        Joguei as mãos ao alto.
        _ Acha que escolhi gostar de você? Acha que Lorie escolheu gostar de Peter? Ou que Lívia escolheu gostar de Nicolae?... Aconteceu! Sorte ou azar, foi assim.
         Ele olhou em meus olhos, analisando a veracidade.
        _ Já gostava de mim, quando matou Natasha?
        _ Está insinuando que agi por ciúme? Ela ia matar a Lívia.
        _ Não sei o que pensar.
        Suspirei irritada e o deixei ali. Eu sabia. Ele ia me odiar por matar Natasha.

Is It Love? Drogo - Uma segunda chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora