O preço da ambição

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     Quando minha consciência voltou, eu estava deitada no sofá e tinham vários pares de olhos me encarando. Eu me sentei no sofá. Meu braço ainda doía um pouco. Mas, estava bem melhor.
     _ Que merda você andou fazendo?_ Drogo gritou.
    _ Estava investigando. Já disse.
    _ O quê?... Sobre o quê?...
    _ Você não me deu ouvidos na floresta. Eu disse que tinha uma trilha de sangue.
    _ E quem fez isso com você?... Porquê está tão machucada?
    _ Cuidado! Vão pensar que você se importa.
   _ Você também é uma Bartholy, claro que me importo.
   _ Nós todos estamos preocupados. _ disse Peter. _ O que aconteceu?
   _ Tem mais sangue?_ pedi.
   Lori me entregou uma taça. Eu bebi e me sentir muito melhor.
    _ Eu segui uma trilha na floresta. Era sangue humano. Encontrei um rapaz que disse ter visto o vizinho levando o filho para enterrar em um saco preto. O tal vizinho o atacou e ele fugiu com medo. Consegui encontrar o corpo. Pedi a polícia para analisar. O pai apareceu. Lutei com ele. Sua força era sobrenatural. Consegui levar ele para a delegacia e pedi para manterem ele preso para investigarmos. O problema é que ele acordou e quebrou as correntes. As mesmas que os lobisomens usaram quando escravizaram os humanos. Ele arrebentou as argolas de ferro da parede. Depois quebrou as grades da cela. Lutei com ele. Foi assim que acabei desse jeito. Os policiais atiraram nele até acabar as balas. Eu bati nele e não surtiu efeito. Ele só tombou quando eu usei o meu punhal. Não era humano. Tenho certeza. Pedi para analisarem o corpo.
    _ Pelo que está contando até parece que você enfrentou um lobisomem. _ disse Drogo.
    _ Eu não sei o que ele era. Mas, não era humano. Nós não sabemos o que aconteceu com os humanos quando estávamos na maldição. Ah, no corpo do filho, além da garganta estar dilacerada, faltava o fígado e o coração.
      _ Acha que o pai comeu o fígado e o coração do filho? _ Lorie perguntou enojada.
      _ Sabe que criatura sobrenatural come fígado e coração? _ perguntou Peter. _ Apenas uma criatura esteve em nossa cidade e come carne humana.
     _ Lobisomens! _ disse Drogo. _ Mas, matamos todos.
     _ Alguma coisa eles fizeram para os humanos. Temos que descobrir o quê. _ disse Peter.
    _ Talvez os tenham transformado. _ eu disse. _ Tantos foram mordidos. Ele me mordeu também. Mas, não é lua cheia. E eu já sou vampira.
    _ Precisamos investigar. Se existem transformados temos que saber._ disse Drogo.
    _ Uma coisa me chamou a atenção.  O rapaz da floresta disse que seguiu o vizinho porquê achou que ele estava carregando o corpo de um lobisomem. "Quem não gostaria de matar um lobisomem", foi o que ele disse. Mas, porquê alguém iria querer ver o cara enterrando um lobisomem? Porquê ele o seguiu até a floresta?
     _ Precisamos achar esse rapaz e perguntar, qual é o interesse dele nesses seres. _ disse Peter.
    _ E os bebês?_ perguntei.
    _ Estão dormindo. Nós cuidamos direitinho._ disse Peter.
    _ E como você está?_ indagou Drogo.
    _ Eu estou me sentindo melhor. Levei uma surra daquelas. _ eu ri. _ Mas, matei o maldito.
     Lorie riu.
     _ Ele tem uma esposa. Precisamos saber se ele a matou também. _ eu disse. _ Vou investigar isso amanhã. Com os policiais.
     _ Eles estão cooperando?_ indagou Drogo.
     _ Claro! Os humanos são nossos aliados agora. Eles até iam deixar eu tomar o sangue deles. Eu é que preferi vir para casa.
    _ Você morde qualquer um._ disse Drogo.
   _ Porquê isso pareceu um insulto?... Meu grupo compartilha sangue. O seu não. Eu tomo de quem quer me dar.
   _ Você pegou o meu sem meu consentimento.
   _ Era uma emergência e nós não sabíamos que vocês não compartilhavam sangue. Você deixou. Podia ter me parado. Confessa que gostou.
   _ É o mesmo com qualquer uma. _ ele disse.
   _ Porquê vocês são uns pervertidos. Nós não sentimos isso com qualquer um. Não é Lorie?
   Ela ficou vermelha e desviou os olhos.
   _ Não!... Nunca senti nada com nenhum cara que eu mordi.
   _ E com o Peter?...
   _ Ele nunca deixou eu tomar o sangue dele.
     O clima ficou pesado. Culpa minha.
     _ Ok, vamos mudar de assunto. Vou dar uma olhada nos bebês.
    Me levantei e saí. Deixando todo mundo naquele clima estranho. Lorie veio logo atrás.
    Os bebês estavam dormindo tranquilos. Pareciam anjinhos ruivos.
    _ Desculpe. Não quis te colocar em uma situação ruim.
    _ Tudo bem. É a verdade!
    _ Não gosto de te ver tão desanimada. A depressão do Peter é contagiosa?
    Ela riu.
    _ Só... Tem muita coisa se passando pela minha cabeça agora!...
    _ Se quiser conversar...
    A situação não era boa para nenhuma de nós. Mas, o foco agora devia ser o que estava acontecendo com os humanos. Antes que se tornasse algo do qual não poderíamos lidar sem chamar nosso pai.

Is It Love? Drogo - Uma segunda chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora