Is It Love? Drogo - Uma segunda chance

Intimidade

   Voltamos para a mansão de mãos dadas. Ele parecia alegre.
    _ Senhor rebelde... Seja discreto. Ninguém precisa saber o que aconteceu.
     _ Está com vergonha? Mas, você é tão atrevida...
     _ Ei...
     Ele riu de sua própria brincadeira. E da minha cara de ofendida.
     _ Não preciso falar nada. Nicolae com certeza vai descobrir sozinho. Assim, que ele lê minha mente.
     _ O quê? Ele lê pensamento?
     _ Ele e a Lívia tem dons ligados a mente. Peter e Lorie, tem dons ligados ao som, a voz. Não sei você, mas meus dons são naturais.
      _ os meus também vem da natureza.
      Tínhamos um padrão. Viktor teria avaliado isso ao nos escolher?
       Lívia estava mostrando as roupinhas novas, que comprou para os gêmeos, junto com Nicolae. Eu me aproximei.
       _ Olha para isso. Que fofo. _ eu disse encantada.
       Bastou eu virar as costas, que Drogo foi para perto de Nicolae. Não falou nada. Estava olhando para o irmão como se quisesse contar alguma coisa. Nicolae franziu a sobrancelha e depois de um tempo encarando o irmão, ele olhou para mim, chocado. Entendi na hora que ele leu a mente de Drogo. E o pior... Foi Drogo que o instigou a isso. Olhei irritada para Drogo e virei de costas para ele.
        _ O que foi Luísa?_ Lívia perguntou.
        _ Você apagou mesmo a minha mente?
        _ Sim. Ainda não acredita? Você pediu.
        _ Porquê?
        Ela olhou em volta.
        _ Você não queria impor seus sentimentos ao Drogo. Mas, estava sofrendo muito com a rejeição. Achou que esquecendo ele, ia resolver. Eu avisei que podia manipular sua mente, mas, não seu coração.
        _ Infelizmente. Para deixar de ama-lo tenho que arrancar meu coração.
         Arrancar o coração?... Aquilo parecia familiar...
         _ Aconteceu alguma coisa?
         _ Eu fiquei louca. _ respondi.
         Ela olhou sem entender. Cristina começou a chorar e ela foi ver o que a filha queria. Nicolae afastou-se com Drogo. Tudo bem que ele era o pai na ausência de Viktor. Mas, isso não significa que temos que dar satisfações o tempo todo.
         Eu peguei Tomás no colo. O menino tentou me morder.
         _ Você nem tem dente ainda.
         Lívia olhou sorrindo.
         _ Imagina quando tiver...
         Lorie veio descendo as escadas. Ela parecia um pouco melhor.
         _ Como estão essas criaturinhas? _ perguntou.
         _ Se desenvolvendo bem. É como você explicou sobre precisar segurar seu crescimento para alinhar com o desenvolvimento dos vampiros. Humanos crescem rápido, desenvolvem rápido e envelhecem rápido. O processo é bem mais lento com os vampiros. Mas, é bom que vou aproveitar bastante cada fase da vida deles. _ Lívia estava encantada.
        _ Bom, eu preciso tomar um banho. _ eu disse me afastando.
        _ Precisa mesmo. Onde estava para ficar com o cabelo cheio de folhas? _ Lorie perguntou estreitando os olhos.
        Eu tinha feito o meu melhor para ficar apresentável. Pelo visto, falhei.
        _ Fui brincar de pega-pega na floresta.
        Subi para o quarto, antes que fizessem algum comentário constrangedor.
         Eu estava com raiva. Eu pedi para ele ser discreto. Porquê quis expor ao Nicolae? Eu já tinha me arrependido. Realmente não era eu mesma com ele.
         Quando saí do banho vi que meu celular estava tocando. Era o policial.
         _ Pois não?
         _ Desculpe te ligar a essa hora...
         Realmente era bem tarde.
         _ Tudo bem. Do que se trata? O que foi que não pôde dizer na frente de Drogo?
         Silêncio. Ele parecia considerar se devia mesmo falar.
         _ Aquele casal... A mulher foi salva ao beber sangue de vampiro. Eu sei que vocês prometeram nos proteger dos lobisomens e fizeram isso. Não temos direito de cobrar mais nada. Mas... Eu já perdi meu filho mais novo. Sacrificado nos rituais. Não quero perder o mais velho.
       _ Qual o problema dele?
       _ Leucemia.
       Viktor não ia gostar se eu interferisse. Mas, já tínhamos perdido tantos humanos. Precisávamos manter nossa fonte de alimentação.
       _ Tudo bem. Vou te entregar um pouco de sangue para dar a ele. Mas, não deixe ninguém saber. Não vou fazer isso o tempo todo. Não posso.
       _ Muito obrigado. Ninguém vai saber.
       Ninguém podia saber do meu lado também. Como se fosse possível esconder. Eu precisava sair sem Drogo perceber. Mas, enquanto eu considerava possibilidades, ele entrou no meu quarto.
        _ Oi, leoa.
        Ele também tomou banho. Estava arrumado para sair.
        _ O que você quer?
        _ Isso é jeito de falar comigo?
        _ Você contou para o Nicolae. Mesmo eu pedindo discrição. Estou com raiva de você. Então, é jeito de falar com você, sim.
         Ele passou a mão pelo cabelo.
         _ Ele ia saber de qualquer jeito.
         _ Você quis contar.
         _ Sim, eu estava feliz. Queria dividir isso com meu irmão. Qual é o problema? Vocês garotas também falam com as amigas.
         Ele tinha razão. Eu respirei fundo!
         _ É muito estranho para mim. Você tem lembranças que eu não tenho. Fico com a impressão de que foi cedo de mais, para dar esse passo. De que faltou alguma coisa.
         _ Vamos criar mais lembranças... E acredite. Não aconteceu rápido de mais, nem cedo de mais. Já passamos por bastante coisa. Construímos uma base. Agora venha comigo. Vamos estreitar nossos laços...
        Eu segurei a mão que ele me oferecia e o segui até seu carro. Ele abriu a porta para mim, como um perfeito cavalheiro. 
        _ Aonde vamos?
        _ O que garotas mais gostam... Cinema!
       

******

        Foi ótimo passar mais um tempo com ele. Parecia mesmo outro encontro. Dessa vez, estávamos juntos. Era como se ele me levasse a sério. Adorei andar de mãos dadas. Passeando pela cidade. Conversando sobre tudo que houve na guerra e como fomos afetados por isso. Também sobre Viktor.
        _ Então, você o ama?
        _ O quê? _ indaguei confusa.
        _ Você disse isso, na frente de todos. Quando ele te salvou. Não deve se lembrar.
        Não me lembrava de uma situação assim. Mas, não era mentira.
        _ Não lembro. Mas, não importa se ele odeia humanos, se ele é maldoso, cruel e psicótico. Ele me salvou. Me deu uma nova vida. E continua salvando. Eu o amo. Como meu pai. Você não?
        _ Eu odiava ser vampiro. Odiava ele, por me transformar. Até a Lívia aparecer. Aí eu vi que não era tão ruim ser vampiro. Vi que ele tem um lado legal. Protetor. E da maneira dele... Nos ama. Eu não o odeio mais... Porém, não o amo também. Eu sou grato. Ainda vejo mais o Nicolae como um pai.
        _ Porquê ele é mais presente na sua vida. E gosta de assumir o papel de pai. Os gêmeos tem muita sorte.
        _ Sabe que eu nunca tinha considerado ser pai. Sei lá... Sempre fui muito irresponsável. Não sou como Nicolae. Não acho que me sairia bem. Mas... Depois de ver os gêmeos... Eu tive vontade.
        _ Ninguém nasce sabendo. A gente aprende. Eu estou adorando cuidar deles. Você está se saindo muito bem. Tem tudo para ser um bom pai.
       _ Viktor podia ter filhos de verdade. Porquê será que nunca teve?
       _ Filho é para sempre. Ele não vai querer um laço eterno com uma garota que não ama. Acho que ele valoriza tanto a família, que vai escolher muito, até achar a garota perfeita para ele.
        _ Está esperando há tantos séculos. Será que existe um par perfeito mesmo?
        Viktor acreditava nisso. É por isso que transformou Lívia, Lorie e eu. Apesar de eu não me achar a garota perfeita para o Drogo.
        Eu suspirei desanimada e ele segurou meu queixo. Para me fazer olhar para ele.
        _ O que foi?
        _ Só estava pensando... Em nós dois... Eu vou acabar me machucando. Deve ser por isso que preferi apagar a memória. Eu não lembro. Mas, ainda sinto meu coração doer e tenho a sensação de que vai me deixar a qualquer momento. Não sei se fiz bem em dizer sim.
        _ Você se arrependeu?
        Ele pareceu confuso.
        _ Eu não sei o que estou fazendo. Não sou do tipo que consegue ter um romance sem definir metas. Só deixando acontecer e esperando o resultado. Eu não consigo. Eu...
        Ele me beijou. E eu não pude concluir. Eu devia afastar ele. Não consegui.
        _ Não quero te magoar. Só dê uma chance para nós dois. Não é assim com todos os casais? A gente tenta. Se arrisca. Nem sempre leva ao altar. Mas, isso não quer dizer que não foi real. Você mesma disse que é melhor viver isso, do que passar a eternidade imaginando como seria.
       _ Eu disse?
       _ Você esqueceu muitas coisas importantes. Mas, confia em mim. Eu não estaria com você se não quisesse.
       _ Você mesmo disse que ainda não esqueceu sua ex.
       _ Não vou dizer que já esqueci ela. Mas, não estou mais tão ligado assim. Segui seus conselhos. Ajudou me desfazer das coisas dela e dizer um adeus definitivo. Estou realmente pronto para seguir em frente. De verdade.
        _ Então, vou parar de paranoia e deixar rolar.
        Eu segurei o rosto dele entre as mãos.
        _ Drogo... Eu amo você!
        Eu o beijei. E ele correspondeu. E não importava mais nada. Estávamos juntos. Pelo tempo que desse. Se eu me machucasse... Não seria a primeira a passar por isso! Eu daria um jeito de superar. 
         _ Aonde quer ir agora?_ ele perguntou.
         _ Não sei porquê, mas eu estou pensando muito em parques de diversões. 
         Ele sorriu, balançando a cabeça.
          _ Então vamos.
          Drogo era ótimo de pontaria. Ele ganhou um urso enorme para mim. Depois fomos na barca. Bem na ponta. Com um frio na barriga cada vez que ela descia. A montanha russa também foi legal. Mas, só quando olhei a roda gigante é que me senti verdadeiramente feliz. 
        _ Alí. Por favor!... 
        _ É o mais simples...
        _ E o mais romântico!
        Quando entramos sozinhos, eu sorri verdadeiramente agradecida. Não pude ir com meus pais. Era algo importante para mim.
        _ Obrigada Drogo!... Seja lá o que aconteça. Já valeu a pena!
        Quando paramos bem no alto, eu o beijei. A paisagem vista de cima era incrível. Todas aquelas luzes lá embaixo. O frescor da noite. O clima era perfeito.
         _ Agora é minha vez de escolher...
         Eu simplesmente o segui. Quando ele alugou um quarto de hotel eu o olhei confusa.
        _ Em casa não tem privacidade!... Então...
        Eu abaixei a cabeça. Ele alugou um quarto para passar a noite comigo.
        _ Venha!
        Ele segurou minha mão e entrou comigo. Trancou a porta. 
        _ Ninguém além de nós tem uma super audição, nesse hotel. 
        _ Então, você é insaciável... 
        _ Você ainda não viu nada!