Carreguei o cara até a delegacia. Os policiais vieram pegá-lo.
_ Você é uma Bartholy não é?
_ Sim. Vim trazer esse homem que enterrou o corpo do filho na floresta. Ele não parece bem. Deixem ele algemado. Preso.
_ O corpo ainda está na floresta?
_ Sim. Levo vocês lá. Mas, antes, prendam esse homem. Precisamos saber o que está acontecendo.
Ninguém disse nada. Apenas obedeceram. Como eu aprendi, ali ninguém questiona um Bartholy.
Como já tinha feito o que podia, resolvi ir atrás de Drogo. Hora do segundo movimento no tabuleiro. Não foi difícil achar ele. Eu conhecia seu cheiro. Podia ouvir sua voz a quilômetros de distância. Os colegas dele estavam bebendo. Ele só olhava as garotas dançando. Não precisava fingir. Todos sabiam que ele era um vampiro. E só bebia sangue. Eu fui para a pista de dança. Olhei para ele. Queria que soubesse que estava dançando para ele. Não demorou para ele vir até mim.
_ Isso aqui faz você se sentir melhor? Esse barulho não irrita seus ouvidos? Você tem saído com humanas?
_ Natasha gostava de vir aqui com a Sarah. Dançar, beber.
_ Você entra em um lugar que faz seus ouvidos doerem, só porquê se lembra dela? Depois de tudo que aconteceu,você ainda quer manter a memória de quem não te deu valor?
_ Não dá para ignorar os bons momentos. Eu amava ela!
Fiquei parada. Vendo o olhar triste dele.
_ Não dá. Quando você estiver livre. Quando estiver pronto para seguir em frente, a gente conversa. Não vou correr atrás de um cara que tem outra garota no coração.
_ Luísa... Espera...
Eu não parei. Continuei andando até sair da boate. Meus ouvidos doíam. Não tanto, quanto meu coração. Mas, o que eu esperava? Mesmo passando tantos meses, ele ainda se apegava as lembranças. Enquanto ele não quisesse esquecer, não seria possível. Outro peão sacrificado. O rei dele estava bloqueado pela rainha. Eu teria que tirar ela do jogo.
Fui direto ao quarto do Peter quando cheguei na mansão. Ele estava tocando o piano como sempre. Esperei a música terminar.
_ Bravo!... Posso entrar?
_ Entra. Veio falar sobre o Drogo.
_ É... Agora todo mundo sabe. Eu fui tão discreta no começo.
_ Porquê não tinha intensão de tentar. Quando resolveu arriscar, todos ficaram sabendo.
_ Você também perdeu uma namorada humana. Levou muito tempo para superar?
_ Meu caso é diferente. Estava tudo bem entre nós. Sem mágoas ou ressentimentos. O Drogo está magoado. Ela acabou com o ego dele.
_ Então, eu preciso massagear o ego dele?
Peter deu um sorriso, como se lembrasse de algo.
_ Ele já se acha o suficiente. Só precisa de um tempo. Eu sei que já passaram vários meses. Mas, cada pessoa reage de um jeito. Fica do lado dele. Oferece apoio e amizade. O resto vem naturalmente.
_ Obrigada Peter. Bem que Lívia disse que você é o psicólogo da família.
Ele sorriu. Parecia menos triste. Algo estava mudando nele.
No caminho para o meu quarto, vi Nicolae e Lívia cuidando dos bebês. Os dois estavam trocando as roupas. Enquanto os bebês se remexiam. Eles riam. Tinham muita paciência para vestir seus filhos.
_ Posso cuidar deles se vocês precisarem de um tempo à sós.
Nicolae olhou para Lívia com um sorriso de lado.
_ É uma boa proposta.
_ Pervertido.
Eles riram, se abraçando.
_ Se você não se importa. _ ela disse.
_ Não me importo. _ afirmei.
Eles deram um beijo na testa dos filhos. E saíram. Nicolae abraçava ela, com possessividade. Era um casal tão lindo. Tão fofo.
Os bebês, bem vestidos, olhavam em volta agitados.
Lorie chegou com as mamadeiras, cheias de sangue.
_ Hora de comer e dormir, bebês. _ ela disse.
Cada uma segurou um deles para alimentar. Era fácil saber se estavam com fome. Os olhinhos ficavam vermelhos.
_ Você conversou com Peter?
Lorie olhou para a porta.
_ Desisti.
_ Porque?
_ Meus sentimentos o incomodam. Então, ele finge que não acredita em mim. Além disso... Não acho que eu seja a garota certa para ele.
_ Você é uma boa garota. Porquê não pode ser a certa?
Ela abaixou a cabeça. Parecia envergonhada.
_ Aconteceu alguma coisa que não pode contar e você não se sente digna dele?
_ Aconteceu!... É melhor eu desistir.
Eu não insisti.
_ E como vão as coisas com Drogo?
_ Mal. Ele não acredita que tenho sentimentos por ele. Ainda vai na boate que Natasha ia com a Sarah. O barulho é horrível para um vampiro. Mas, ele vai. Para ficar lembrando dela. Sei que ela não vai voltar. Mas, seu fantasma está atrapalhando Drogo de seguir em frente.
_ Eu não gosto de ver meu irmão assim. Prefiro ele rebelde. Malditas babás, que atrapalham nossa vida.
_ Ei... Agora somos babás também. _ eu brinquei.
Estávamos rindo, quando eles entraram no quarto.
_ Estão se divertindo com os bebês?_ perguntou Drogo.
_ Estão rindo de nós. _ disse Peter.
Nós ficamos em silêncio.
_ Nós vamos colocá-los para dormir. _ disse Drogo.
_ Pensei que ia passar a noite na farra. _ acusei.
_ Eu queria um tempo com meus sobrinhos.
Entreguei o bebê para Drogo. Ele sorriu o segurando com cuidado. Meu coração se derreteu. Enquanto ele o balançava de leve.
Peter estava cantando, enquanto embalava o bebê. Lorie olhava fascinada.
_ Vou deixar vocês sozinhos. _ eu disse.
_ Porque?... Veja como eu sou bom nisso.
_ Esse é o problema. Se eu ficar vou me apaixonar por você ainda mais. Seu cuidado com o bebê mexeu comigo. É melhor eu sair.
_ Porquê você tem que ser tão sincera?
_ Não pergunte se não quer ouvir a resposta.
_ Aonde você vai?
_ Ver se já têm respostas para uma investigação.
Eu saí de lá, antes que perguntassem o que era, indo para a delegacia. Os policiais estavam agitados. Alguma coisa aconteceu.
_ Que bom que voltou. Nós enviamos o cadáver para os legistas. Não vai acreditar no que descobrimos. Você não abriu o saco todo ne?
_ Não. Só um pouco. Estava fedendo. É pior para o olfato de uma vampira.
_ Depois te conto. Agora dê um jeito nesse cara que você trouxe. Ele está quebrando a delegacia.
Fui com ele até a cela. Os policiais estavam apontando armas e mandando o cara se acalmar. Ele estava tentando quebrar as correntes e algemas.
_ O prenderam com o que os lobisomens usaram quando os escravizaram. Ótimo! Aguenta bem.
Só que não!... O homem puxou de novo e as correntes arrebentaram as argolas da parede. Ele veio até as grades. Assustados, os policiais atiraram. Gastaram todas as balas. O cara continuou tentando quebrar as grades, que estavam cedendo a pressão. Era uma força monstruosa. As balas não o mataram. Tive que interferir.
_ Todos saiam. Eu cuido disso!
Eles correram. O homem arrebentou as grades. Eu dei um soco na cara dele. Ele mal sentiu. Seja o que fosse estava ficando pior. Ele agarrou meu pescoço e apertou. Me empurrou contra a parede. Eu o chutei na área sensível. Ele me soltou. Peguei uma das barras da cela, que ele havia quebrado e bati nele. Várias vezes. Finquei a barra. Nada resolvia. Ele me derrubou no chão. Pisou no meu braço esquerdo e ele quebrou na hora. A dor me fez ver tudo preto. Eu não podia desmaiar. Precisa dar um jeito nele. Tentei levantar, mas, estava muito tonta. Ele me deu um soco na cara. E continuou batendo. Só me restava uma coisa. Puxei meu punhal e o enfiei nele. Que gritou tão alto, que meus ouvidos doeram. Ele tombou em cima de mim. Pesado.
_ Ajuda!... _ pedi. _ Tirem ele de cima de mim.
Os policiais vieram.
_ Ele está morto?
_ Espero que sim. _ eu disse.
Me ajudaram a levantar. E ficaram encarando.
_ O que esse homem é para conseguir machucar tanto uma vampira?
Olhei para o punhal na minha mão e para o homem caído.
_ Você disse que o legista examinou. O que encontrou?
O policial foi buscar o arquivo e me mostrou as fotos. O corpo tinha muitos arranhões. Além da garganta dilacerada, faltava partes no corpo.
_ Que órgão não estava no corpo?
_ O fígado e o coração!... Você sabe o que está acontecendo?
_ Tenho uma ideia. Se for o que estou pensando... Estamos com sérios problemas. Peça para o legista avaliar esse corpo também. Sabe o que causou a morte do outro? Foi a garganta?
_ Foi. Mas, os arranhões vieram antes. Também tem vários ossos quebrados.
_ Tem mais alguém na família?
_ A esposa dele.
_ Vou com vocês até a casa. É perigoso irem sozinhos.
_ Mas, você está machucada.
_ Eu vou ficar bem. Só preciso de sangue.
Eles não me olharam com nojo, ou medo. Pelo contrário. Até se ofereceram.
_ Não precisa. Tem sangue doado na mansão. Obrigada!... Amanhã vamos na casa dele, ver o que houve com a esposa.
_ Nós é que agradecemos. Se não fosse você, estaríamos mortos.
_ Esse é o acordo. Nós protegemos vocês e em troca nos dão o sangue.
_ Um bom acordo!
Eu sorri apesar da dor. Os ferimentos mais leves, já estavam curados. Os mais graves doíam muito.
_ Vejo vocês amanhã.
_ Eu te deixo em casa.
Aceitei a carona do policial. Ainda me sentia tonta. Quando cheguei na mansão, ele me ajudou a sair do carro. Fiquei vendo ele partir, para depois ir bater na porta. Com um ruído típico de porta de madeira, ela se abriu. E eu desmaiei em cima de quem abriu a porta!
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Is It Love? Drogo - Uma segunda chance
FanficDepois de descobrir que o amor de Natasha, era menor do que sua sede de vingança pela amiga assassinada, o coração de Drogo despedaçou-se. Ser menos importante que a amiga dela, foi um golpe duro para o vampiro que a amava sinceramente. Tentando des...