Os policiais estavam animados ao me ver. Como se eu fosse a solução de seus problemas.
_ Ouvimos falar que resolveu o incidente da floresta. Mas, onde está o casal que tomou sangue de vampiros?
_ Achei melhor deixar longe dos que beberam sangue de lobisomem.
_ Verdade. Seria um problema.
_ Vamos resolver a situação. Confie em nós. _ eu disse.
O policial ficou olhando para o outro. Parecia hesitante em dizer algo.
_ Eu...
Ele segurou minha mão. Fiquei olhando surpresa.
_ Eu sei que o acordo se referia a nos salvar dos lobisomens. Mas...
Senti alguém colocar o braço sobre meus ombros. Olhei surpresa, para Drogo. Ele estava sendo possessivo? Marcando território? Pelo olhar de desafio que lançou ao policial, parecia que sim. O policial soltou minha mão.
_ Olá Drogo. _ cumprimentou o policial.
_ Oi. _ ele se virou para mim. _ Viktor não quer que investigue sozinha. Vim te acompanhar.
Eu tentei me afastar e ele apertou o abraço. Olhei séria para ele.
_ E então... O que estava tentando me dizer?
O policial olhou para o Drogo. Eles estavam acostumados comigo, mas ainda tinham medo de falar com os outros.
_ Pode dizer. O Drogo não morde.
_ Ei. _ Drogo me olhou recriminando.
_ Eu... É que... Deixa. Não é nada.
_ Podemos ver os presos?_ Drogo pediu.
_ Claro.
O policial foi na frente. Drogo continuou com o braço sobre meus ombros. Eu não queria discutir na frente dos policiais. Por isso, deixei. Estranhamente era uma sensação agradável. Dava a impressão de proteção.
_ Ainda estão conscientes? _ Drogo perguntou.
_ Sim. As vezes tentam quebrar as correntes, mas, na maior parte do tempo estão bem.
_ Espero que Viktor encontre a solução logo. _ disse Drogo. _ Vamos, Luísa.
Eu precisava falar com o policial em particular depois.
_ Qualquer coisa me ligue. _ eu disse.
Segui Drogo para fora da delegacia. Só então, ele retirou o braço.
Entrei no carro e ele sentou no banco do carona.
_ Cadê seu carro?
_ Vim a pé.
_ Porquê você me abraçou daquele jeito?
_ O policial parecia íntimo de mais.
_ E daí?
_ Você não se lembra. Mas, me ama. Estou evitando que se arrependa depois.
_ Eu não te amo. E não esqueci nada.
_ Você esqueceu. É culpa minha. Nunca fui santo. Mas, insisti em evitar ter um caso com você. Não parecia certo. Você merece mais.
_ Eu não sou mulher de ter caso.
_ Você me beijou. Você queria ficar comigo, mesmo sem compromisso. Disse que aceitaria o que eu pudesse oferecer. Você me ama de verdade.
_ Você é louco? Do jeito que fala, parece que fiquei me rastejando aos seus pés.
_ Eu estava mal. Você queria me ajudar a melhorar. E é aí que está a diferença. Você abriu mão até do seu orgulho, por mim. Já a Natasha... Não abriu mão nem de sua vingança. Para ela, até a amiga era mais importante. Para você, eu sou o mais importante. Ela nunca me amou. Você me ama, mais do que eu mereço. É por isso, que não posso te tratar como mais uma. Não posso estar com você, sem ser para valer. Você entende?
Prestei atenção na estrada. Ao ouvi-lo fui capaz de entender porquê alguém se apaixonaria por ele. Meu coração estava batendo forte. Ele me rejeitou, porquê me respeita e valoriza!
_ Quando eu tomei seu sangue... Está muito confuso aqui dentro. Mas, resolvi dar uma chance para nós, mesmo sem ter certeza. Pena que não fiz isso antes...
_ Então, eu te esqueci bem na hora que resolveu dar uma chance para nós?
_ Infelizmente!... Agora preciso me aproximar de novo!
Ele parecia um bom rapaz. E considerou muito, antes de dizer sim. Também, era a missão que Viktor me deu. Talvez eu devesse deixar ele se aproximar.
_ Vai ficar me seguindo agora?
_ Até você lembrar.
_ E se eu não quiser lembrar? Se eu pedi para esquecer, é porquê estava insuportável. Não é melhor criar novas lembranças?
_ Como preferir. Vai querer meu sangue? É a sua vez.
_ Seu grupo não compartilha sangue.
_ Nós somos amigos. Combinamos entre nós. Você não lembra.
Eu estava acostumada a beber sangue do pessoal do meu grupo. Era mais gostoso que o sangue humano. Olhei para aquele rapaz lindo, que me oferecia seu sangue. Viktor disse que me criou para ele. Eu deveria dar uma chance? Esperei tanto tempo para conhecê-lo. Era melhor eu pelo menos tentar gostar dele. Ou Viktor ficaria bravo comigo.
_ Tudo bem. Se está oferecendo de tão boa vontade...
Saí do carro e subi com ele para o quarto. Não vimos ninguém pelo caminho. Talvez todos estivessem passeando.
Enquanto eu observava o quarto, ele trancou a porta. Como se isso segurasse um vampiro.
_ Sério?... Porquê...
Parei de falar ao ver que ele tirou a camisa. Meu rosto esquentou na hora. Como era belo. Confesso que tive vontade de tocar naquele tórax bem desenhado. Eu desviei os olhos, envergonhada.
_ É sua vez de tomar o sangue.
Ele se sentou na cama. Não sei porquê, mas tive vontade de sentar em seu colo. Como se já tivesse feito isso, antes. Impossível. Eu mal o conhecia.
_ Sente-se aqui.
Ele colocou as mãos sobre as próprias coxas. Comecei a ficar com medo de suas intenções. Trancar a porta, tirar a camisa e me pedir para sentar em seu colo...
_ Sai tentação!...
Ele me encarou irônico.
_ Está se sentindo tentada à quê?
Eu me afastei de vagar. Sem desviar os olhos dele. Abri a porta o mais rápido que pude e corri. Não sei porquê entrei em pânico. Minha mente sabia de algo que eu não lembrava. Aquele medo... Tinha algum motivo.
_ Lu... i... sa...
Drogo falou meu nome pausadamente e cantando. Me fez lembrar filmes de terror. Eu corri para a floresta.
_ Pare. Você é maníaco.
Quando olhei para trás, vi que ele corria atrás de mim. Aquilo era um jogo para ele. Estava me caçando? Eu não seria uma presa tão fácil.
A floresta era enorme. Árvores altas, grossas. Capazes de esconder uma pessoa. Eu parei e olhei. Não o vi em nenhum lugar. Corri o mais rápido que pude. E me escondi atrás de uma árvore. Não estava em parte alguma.
_ Me procurando?
Ele veio de cima da árvore. Aquilo realmente me impressionou.
Dessa vez eu estava entre ele e a árvore.
_ Te peguei!_ ele brincou.
_ Me deixe. _ eu tentei me afastar, rindo.
_ Você se esforçou tanto para chamar minha atenção. Não posso ser menos insistente.
_ Você nem gosta de mim. Devia estar feliz por eu ter te esquecido.
Ele pareceu refletir sobre aquilo.
_ Tem razão. Mas, ao contrário. Fiquei com raiva. É como dizem... Só damos valor depois de perder. Eu não sabia que me sentiria desse jeito. Me incomodou muito que você tenha escolhido me esquecer. Eu só precisava de um tempo para pensar. Você sabe que não estou apaixonado por você. Eu não queria ficar com a sensação de que estou te usando para esquecer minha ex.
_ Só esquecemos um amor com outro amor. Como espera esquecer sua ex, sem se dar uma chance? Mas, não precisa ser comigo. Uma hora você vai gostar de alguém, o suficiente para estar com ela, sem nem se lembrar que teve uma ex, um dia.
_ Você é a garota certa. Porquê eu procuraria por aí?
Ele ficou olhando para mim. Estava tão perto. Tão bonito...
_ Prefiro conhecer você primeiro. _ respondi.
_ Você vai. Quer meu sangue?
_ Quero. Gosto de compartilhar.
Ele ainda estava sem camisa. Eu fiquei sem jeito.
_ Pode me abraçar. Não vou tentar nada. _ ele disse.
E então, me abraçou. Oferecendo seu pescoço. Eu fiquei na ponta dos pés e o mordi. A deliciosa sensação de satisfação da sede, me invadiu. Porém, veio junto algo novo. Que eu não me lembrava de já ter sentido antes. Com ninguém do meu grupo... Eu senti prazer!... Meu corpo reagiu imediatamente. Aquilo me assustou. Senti vergonha. E se ele percebesse? Mas, notei que ele sentia o mesmo. Porquê gemeu. Afastei-me assustada.
_ O que foi isso? Eu...
Ele sorriu.
_ Algo que sentimos ao compartilhar... Prazer!... É como avançar as bases.
_ Porquê não senti isso com meu grupo?
_ Porquê não tinha interesse neles. Você gosta de mim. Por isso, sente comigo.
_ E você?
_ Também senti. Desde a primeira vez que tomou meu sangue. Pena que não se lembra.
_ Não foi a primeira vez?
_ Não. Você se machucou muito na primeira batalha contra os lobisomens. Eu não estava esperando. Você simplesmente veio e me mordeu.
Ele estava rindo, como se a lembrança o divertisse.
Eu não lembrava. Mas, o meu coração estava batendo forte e eu tive vontade de beijar ele. Se era um efeito de beber seu sangue ou um desejo puro e simples, não sei.
_ Você parece um bom rapaz!
Ele riu.
_ Nunca fui chamado assim. Na verdade, sou o rebelde da família. E não pense que vou me aproximar de você, de vagar. Assim, como você, farei uma abordagem direta.
_ O que quer dizer com isso?
_ Farei o que você fez... Eu vou beijar você!
Nem tive tempo de pensar no que acontecia. Ele simplesmente me beijou. E foi muito bom. Foi como se eu já tivesse feito isso antes. Uma sensação familiar e agradável.
_ Agora é minha vez de te conquistar.
Não que ele precisasse se esforçar muito. Minha mente não sabia de nada. Mas, meu coração reconhecia muito bem, aquele rapaz.
_ Você é livre para flertar com quem quiser. E eu sou livre para recusar.
Eu precisava sair de perto dele, antes que perdesse o controle. Se eu pedi para esquecer, para eliminar o que sinto por ele, errei feio. Afinal, quem está apaixonado é guiado pelo coração e não pela razão. E mesmo a razão gritando para sair dessa e se afastar, basta o coração incentivar, que a pessoa sempre vai ignorar a mente e seguir as emoções. Minha mente estava gritando para eu ficar longe dele. Meu coração gritava para eu me jogar em seus braços. Precisei de muita força de vontade, para virar as costas e ir embora, antes que perdesse o controle.
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Is It Love? Drogo - Uma segunda chance
FanfictionDepois de descobrir que o amor de Natasha, era menor do que sua sede de vingança pela amiga assassinada, o coração de Drogo despedaçou-se. Ser menos importante que a amiga dela, foi um golpe duro para o vampiro que a amava sinceramente. Tentando des...