Punição?

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      Nos braços de Drogo, era o melhor lugar. Mas, eu tinha que colocar tudo as claras.
      _ Volta aqui.
      _ Chega. Você já se divertiu. Agora eu quero explicações. Do que aquela garota assanhada tanto falava com você? E porquê não a expulsou do seu quarto?
      _ Eu mandei ela sair. Ela disse que tinha algo interessante para falar, sobre você. Algo que ia contar ao Viktor.
      _ Ela está de olho em você. Ameaçou contar ao Viktor se eu fizesse algo a respeito da investida dela. Bem, acho que ela vai contar. Se é que realmente sabe...
      _ Você é bem ciumenta e brava.
      _ Ela mereceu. Ficou me provocando. Ameaçou me amaldiçoar. Eu tinha que mostrar que não tenho medo de bruxas.
      _ Eu entendo. Não vou me intrometer.
      _ Mas, tentou me impedir.
      _ Se Viktor souber... Mas, você revidou. Fiquei surpreso. Você me prendeu com seu dom. Eu não esperava.
      _ Desculpa. Te machuquei?
      _ Não. Só fiquei surpreso. Mas, eu já disse que sou fiel. Confia em mim.
      _ Ela disse o que sabe?
      _ Parece que escutou algo na delegacia. Uma conversa sua com um policial. Ela enfeitiçou ele para saber o que era... Mas, estava enrolando para contar.
      _ Deixa eu adivinhar, ela queria algo em troca de ficar calada?
      _ E é claro que eu recusei. Se tem algo que preciso saber, pergunto para você. E não acho que ela vai envolver o Viktor nessa história.
      _ Eu não quero saber de você ficar de conversa fiada com outras mulheres, hein.
      _ Não vou. Sua possessiva. Mas, me conta. O que ela sabe?
      Eu abracei ele.
      _ Lembra que aquele policial queria falar comigo?
      _ O que segurou sua mão?
      _ Ele estava implorando. Queria que eu salvasse o filho dele.
       _ O quê? Como?
       _ O menino tinha Leucemia. Você sabe que nenhuma doença afeta os vampiros, porquê nosso sangue cura tudo, ne?
       _ Aonde você quer chegar?
       Percebi que ele ficou tenso. Tive medo da sua reação. Talvez fosse melhor não contar.
        _ É melhor eu saber por você. _ ele disse.
        _ Ele pediu meu sangue.
        Drogo se levantou da cama. Eu sabia que estava nervoso. Se fiz certo ou não... Ajudar um humano. Eu fiz uma escolha. Que tinha consequências.
         _ Você deu seu sangue para o filho dele beber? Tem ideia de como vai ficar a cidade se isso se espalha? Não podemos interferir na ordem natural das coisas.
        Eu ouvi calada. Por um lado ele tinha razão. Por isso pedi ao policial para não deixar ninguém saber. Por outro lado, salvar os humanos era manter nossa fonte de alimentação intacta.
       _ Você está escondendo mais alguma coisa?
       _ Você sabe sobre a grávida que Lavínia salvou? Você foi apagado da minha memória. Não sei o que você e eu conversamos.
       _ Peter me contou naquele dia.
       _ É só isso. As duas coisas que Viktor não vai gostar de saber.
       Ele andou de um lado para o outro, passando a mão pelo cabelo.
       _ John flertou comigo. O irmão dessa bruxa.
       Ele parou e me encarou.
       _ O que ele fez?
       _ Me defendeu da irmã, me elogiou e disse que quer diversão.
       Drogo ficou visivelmente irritado.
       _ Lide com isso como quiser. _ eu disse. Eu já bati na garota. O cara também merecia um soco.
        Me levantei da cama para me vestir. E joguei uma roupa para ele. Que deu risada.
    _ Tranque a porta da próxima vez. Você não é um modelo, para ficar desfilando só de toalha pelo quarto. E tem muita gente na casa. Sabia que os bruxos acham que somos pervertidos?
     _ Porquê? Não fizemos nada. Somos discretos.
     _ Estávamos nos beijando na sala, quando eles chegaram. É por isso que estão nos perseguindo.
     _ Que idiotas!...
     Ele se vestiu rapidamente.
     _ Vamos dar um jeito nisso. Precisamos falar com Viktor, antes que eles contem.
     _ Está chateado comigo?
     _ Foi um má ideia. Mas, eu entendo.  Só não faça isso de novo.
     _ Prometo.
     Fomos de mãos dadas até a sala. Eu estava sorrindo para ele, mas, fiquei séria na hora. Era tarde de mais. A garota já havia contado ao Viktor. E como seu rosto não estava mais machucado, com certeza ela tinha bebido o sangue dele. Olhou para mim com um sorriso de vitória. Ela me provocou de propósito e eu caí na armadilha. Tudo que ela queria era me jogar contra o Viktor e conseguiu. Ele olhou para mim, sério e frio. Nenhum traço de sentimento envolvido.
      _ Luísa... Temos que conversar.
      Drogo segurou mais forte a minha mão. Como se quisesse me transmitir confiança.
      _ Vamos. _ respondi.
      Não havia nada que eu pudesse fazer. Eu fui para o lado dele. Drogo não quis soltar minha mão. Acabou indo junto. Entramos na biblioteca e Viktor fechou as portas.
      A aura dele era tão fria e ameaçadora, que eu me senti vulnerável. Eu tive medo.
       Ele olhou para nós dois.
       _ Então, você bateu na filha de um aliado.
       Eu não respondi.
       _ Porquê? Por causa do Drogo?
       _ Ele não tem nada a ver com isso. A culpa é minha. Ela ficou me provocando. Ameaçou me enfeitiçar. E eu não queria ser intimidada por ela.
        _ E essa implicância dela com você é porquê?
        Ele ficou me encarando de sobrancelha franzida.
        _ Ela está de olho no Drogo.
        _ Então, foi por causa do Drogo.
        _ Deixa ele fora disso. Só puna a mim.
        _ Fez algo que mereça punição?
        _ Não! Ela apenas não quis deixar a garota se impor. Você deveria ficar do lado dela. _ disse Drogo.
         Viktor ergueu a sobrancelha.
         _ Estão se protegendo? E se defendendo como se pensassem que vou fazer alguma coisa. O que os faz pensar que eu farei algo?
         _ Eu bati nela. É filha de um aliado. Você vai me punir, não é?
         Viktor cruzou os braços, como Nicolae. Olhando de cima.
         _ Eu te disse que meus filhos são prioridade.
         _ Então, não vai me punir?
         _ Preciso que se afaste, até acharmos a cura para os humanos.
         _ Me afastar?
         _ Fique fora por um tempo. Não preciso de problemas com os aliados. Preciso que eles façam o que vieram fazer.
         _ Vem Luísa. Vamos ficar no hotel.
         _ Vai junto, Drogo?
         _ Estão provocando nós dois. E eu não vou deixar a Luísa sozinha.
         Viktor sorriu.
         _ É o que eu espero de um filho meu. Proteja sua fraqueza.
          _ Fraqueza? _ eu perguntei.
          _ Vão logo. _ ele desconversou.
          Drogo me puxou pela mão e nós saímos da mansão. Ele abriu a porta de seu carro para eu entrar. Quando ele acelerou pelas ruas eu respirei fundo.
         _ Pensei que ele fosse me matar. _ admiti.
        _ Sua aura estava mais fria do que o normal.
        _ Ele está certo. É melhor ficar longe. Não sei o que eu faria com aquela garota se ela continuasse me provocando. Eu não tenho sangue de barata.
        _ Eu sei o que eu faria se aquele irmão dela desse em cima de você, de novo. 
        _ Ciumento e possessivo como eu?
        _ Até mais. 
        _ Preciso contar para ele, antes que ele descubra por outra pessoa. Mas, estou com medo de sua reação.
        _ Vamos fazer isso juntos. 
        _ Não quero que se envolva. Pode acabar sobrando para você também.
       _ Não posso ficar parado enquanto ele te castiga.
       _ Se eu contar, talvez ele entenda. Vamos só esperar os bruxos fazerem a parte deles e nos deixar em paz!...
        _ Tudo bem!
        Ele alugou um quarto de casal no hotel e acabamos ficando por lá. Não havia mais clima para passear. Ao invés disso, aproveitamos para assistir algumas séries de mistério. Fazendo apostas sobre quem era o culpado. E por qual motivo cometeu o crime. Demos boas risadas. Ele era uma companhia tão agradável. 
        O dia amanheceu e nós estávamos nos arrumando para sair. Ele ir para a faculdade e eu passar na delegacia. Quando meu telefone tocou.
       _ Oi.
       _ Está na hora de vocês voltarem! Eles terminaram e vamos levar até os humanos.
       A ligação foi encerrada em seguida.
       _ Viktor mandou a gente voltar... Os bruxos concluíram o antídoto. 
       _ Vamos ver então.
       Os policiais estavam tão curiosos quanto nós, para saber o que houve. Os bruxos entraram na cela. Aguardamos.
        _ Acha que vai funcionar?_ perguntei.
         _ Espero que sim. _ ele respondeu.
          Todos se calaram e só se ouvia os murmúrios em língua estranha, que os bruxos proferiam. Eles fizeram os humanos beberem daquela poção. Eles gritaram e começaram a ter convulsões. Aguardamos ansiosos. Quando todos ficaram parados, os bruxos se aproximaram para verificar. 
          _ Pode tirar as correntes. _ disse Yago.
         Viktor estava satisfeito. Estendeu a mão ao bruxo.
          _ Obrigado. 
           _ Disponha. 
           Os policiais ainda receosos foram libertar os humanos. Pelo estado em que se encontravam, precisariam ser levados ao hospital.
           _ Que bom que acabou. Agora podemos voltar a rotina normal. _ disse o policial. _ Aquele outro caso também foi resolvido não é?
          Viktor ergueu a sobrancelha. Todos olharam para mim, porquê o policial estava me perguntando.
          _ Está tudo sob controle. Não há mais nada a ser resolvido._ respondi.
          _ Ótimo!... 
          Evitei olhar para Viktor. Podíamos conversar em casa.
          Os bruxos se despediram ali mesmo na delegacia. Com um aceno de cabeça. E um tchau. Após agradecermos a cooperação deles. Não gostavam de ficar muito tempo por aí. Preferiam ficar escondidos, dos outros bruxos. Essa aliança com um vampiro não era bem vista entre seu clã. 
         _ Que pena, sem diversão. _ disse Jhon.
         _ Não vale a pena. _ disse Vivian.
        Os dois odiosos irmãos, foram embora, para meu intenso alívio! Drogo estava tenso ao meu lado. 
        _ Já acabou. E não importa se esses idiotas queriam algo com a gente. Nós somos um do outro. Eles que se virem com outras pessoas. _ eu disse.
        Drogo sorriu e me abraçou.
        _ Vamos para casa, minha leoa.
        Eu pensei que estaria tudo bem. Eu pensei que tinha acabado. Mas, ao chegar em casa me surpreendi com eles esperando na porta. O casal que se tornou vampiro, e eu e Lorie escondemos em outra cidade.
       _ Acho que tem algo errado com o bebê._ O homem disse.
       Viktor olhou para mim de sobrancelha franzida.
        _ O que significa isso, Luísa?

Is It Love? Drogo - Uma segunda chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora