Recomeço

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      Eu tentei. Eu juro. De todo jeito eu quis resistir a ele. Mas, ele estava se esforçando muito. Me deu flores. Todas as manhãs. Comprou colares com pingentes idênticos para nós dois. Colocou minha foto no dele. E a dele no meu. Sempre queria passear comigo. Como ele mesmo dizia... Ter um encontro. Porém, seu jeito rebelde fazia o romantismo parar por aí. Na maioria das vezes, ele queria beber meu sangue, ou que eu bebesse o dele. E ficava tentando me arrastar para a floresta. Longe dos outros vampiros. Eu recusei. Ele não desanimava. Quando eu estava distraída, ele vinha e beijava meu pescoço. Me arrepiava inteira, quando ele sussurrava... " Você vai ser minha ". Ele também matava aula da faculdade, para ficar em casa comigo. Mesmo eu reclamando. Ele dizia que já era a terceira que ele fazia. E que foi só um disfarce para os humanos não desconfiarem. Mas, esses momentos eram os melhores. Ele me ajudava a cuidar dos gêmeos e era como se fossem nossos filhos. Drogo era desajeitado para dar banho e trocar fraldas. Mas, com o tempo ele estava se tornando muito bom nisso.
       _ Você é um titio bom mesmo hein... Vai se sair bem com os seus.
       _ Os nossos. _ ele corrigiu.
       Se aproximou e me abraçou por trás. Beijando meu pescoço.
       _ A gente pode fazer um filho...
       _ Não apressa as coisas...
       _ É outra maneira de dizer, que eu quero você...
       _ Controle seus hormônios.
       _ Nunca fui santo.
       _ Você é um pervertido. Só pensa besteira.
       _  Sou um vampiro... É da natureza ser um sedutor.
       Eu ri disso. Mas, era verdade que vampiros tinham a sedução como arma para atrair as vítimas.
       _ Você me ama?_ perguntei.
       Ele ficou tenso na hora e se afastou.
       _ Porquê pergunta?
       _ Você está tentando me seduzir sem gostar de mim.
       _ Eu gosto de você.
       _ Como amiga. Uma amizade colorida. Você quer essas conversas, brincadeiras, cumplicidade, mas não tem paixão.
      _ E por isso é menos importante? Eu deixei claro que não estou te usando para esquecer a ex. Você é uma garota incrível, que merece o melhor. Mas, disse que aceitaria o que eu posso oferecer. Não posso te beijar se eu sinto vontade? Não posso ficar com você? Só porquê ainda não estou pronto para entregar meu coração.
       _ Eu não sei.
       _ Nesse tempo que passamos juntos... Você se divertiu. Foi bom. Criamos novas lembranças. Tem algo bom entre a gente.
       Dizem que um sempre ama mais, do que o outro. Eu estava insegura. Tinha medo de dizer sim e ele se interessar por outra. Medo de que no momento em que estivesse pronto para dar o seu coração, não fosse eu a escolhida. Nesse tempo juntos, minha mente se alinhou novamente ao coração. Era muito fácil ama-lo. E tê-lo correndo atrás de mim... Era fantástico! Eu só não queria que acabasse. Mas, se eu ficasse o rejeitando, ele podia perder o interesse.
       Me aproximei e o abracei. Ele correspondeu, afagando meu cabelo.
       _ Vamos brincar na floresta...
       Eu tive que rir. Ele sabia quebrar um clima.
       _ Quer me caçar?
       _ Não tem privacidade em casa.
       Isso era verdade. Com tantos vampiros de audição ampliada, não dava mesmo para ter privacidade.
        E só para confirmar, a porta se abriu e nós nos afastamos rápido.
         _ Meus bebês se comportaram? _ Lívia perguntou.
        _ Sim. Eles são tranquilos. _ respondi.
        _ Apesar de tentar morder a gente. _ disse Drogo.
        _ Chegou cedo de novo?_ Lorie perguntou de sobrancelha erguida.
        _ O que está insinuando?_ Drogo quis saber.
        _ Nada. Tem algo para insinuar? _ ela se afastou rindo.
        Drogo foi atrás.
        _ Esses irmãos..._ eu disse.
        _ Como você está? Melhor sem suas lembranças? Vejo que continua próxima do Drogo. _ disse Lívia.
        _ Com ou sem lembranças, o que sinto por ele não mudou. O que ele sente por mim, também não.
        _ Mas, acho que ele não está te rejeitando mais. Não é o que você queria?
        _ Não sei...
        _ Se precisar... Eu estou aqui.
        _ Obrigada Lívia.
        Peter chegou e foi direto para o quarto.
        Eu queria passar na polícia e ver como estavam as coisas... O policial tinha algo a dizer, mas, ainda não tinha entrado em contato. Devia ser algo grave. Que o fizesse hesitar. Estava ficando preocupada.
         Nenhum sinal do Viktor sobre as soluções, com os bruxos. Eu preferia não ter que recorrer a eles.
        Estava distraída no meu quarto, quando Drogo entrou.
        _ Vamos?
        _ Para onde?
        _ A floresta. Está na hora de deixar os medos de lado e dar o próximo passo.
        Eu realmente aguentei o quanto pude. Mas, quem não ia querer um vampirão desse?
       Ele estendeu a mão e eu segurei. Ele me levou até a janela e pulamos.
       _ Parece que estamos fugindo de casa. _ eu disse.
       _ Sendo discretos, na verdade. _ ele disse. _ Agora, corre!
       Eu corri para a floresta o mais rápido que pude. Desviando dos obstáculos. Mudando de rumo, para evitar que ele me pegasse. Era muito divertido.
       _ Te peguei. _ ele disse pulando em cima de mim.
       Nós rolamos pelas folhas. Rindo.
       _ Acho que perdi. _ eu disse.
       Ele olhou nos meus olhos intensamente. O clima mudando da diversão, para a sedução. Eu senti sua aura de vampiro. Ele estava mesmo querendo me fazer de presa.
        Ele tocou meu rosto e beijou meu pescoço. Minhas presas se alongaram. Meus olhos deviam estar vermelhos. Porquê minha garganta estava seca.
         Ele sorriu para mim, mordendo o lábio inferior.
         _ Só vem..._ ele disse.
         Eu mordi o pescoço dele com força. Escutei ele gemer. Geralmente ao compartilhar sangue com os amigos do meu grupo, eu não sentia nada além da satisfação da sede. Mas, com ele, de novo senti prazer...
         O instinto dominou. E quando percebi, eu já estava por cima dele, provando seu sangue. Ele deslizando as mãos por minhas costas. Ergui a cabeça e olhei para ele. Minha respiração estava alterada. O coração aos saltos. Ele não desviou os olhos dos meus. Senti ele deslizando as mãos mais para baixo. Até tocar minha bunda. Era óbvio que ele estava no clima. Se eu não recuasse, ia acabar acontecendo.
        _ O que foi?
        _ Eu não sou eu mesma com você. Eu perco o controle.
        Aquilo me pareceu familiar.
        _ Eu já disse isso antes?
        _ Deve ter pensado. Eu gosto quando se descontrola.
        _ Eu preciso me afastar... Ou vou acabar fazendo algo que não sei se é uma boa ideia.
       Ele nos virou rapidamente. Logo estava em cima de mim.
       _ Nós já pensamos de mais. Está na hora de deixar acontecer. Precisamos correr riscos, as vezes. E além disso, eu sou rebelde. Não ligo se é certo ou não. Eu só quero você, aqui e agora!
       Me arrepiei toda. Como é que eu podia resistir a ele?
       _ Eu vejo nos seus olhos que você quer. Tudo bem. Não vamos adiar mais. _ ele disse.
       _ Sou eu que quero?
       _ Nós dois. _ ele se corrigiu. _ Relaxa. Só tem animais selvagens aqui.
      Eu ri disso. Devia estar louca por pensar naquilo, no meio de uma floresta. Deslizei as mãos nas costas de Drogo. Ele se sentou e puxou o zíper para baixo.
       _ Ei. _ desviei os olhos constrangida. Eu ainda estava hesitante. E ele já queria tirar a roupa. _ Não sei se devemos...
       Ele encostou o indicador nos meus lábios.
        _ Xii... Não fala mais nada.
        Ele me beijou e eu cedi. Não poderia resistir ao lindo loiro por mais tempo. Mesmo que minha mente hesitasse e gritasse para não fazer aquilo, meu corpo e coração estavam concordando e implorando para eu dizer sim. Porquê eu não era eu mesma com ele? Porquê o amava. Admitindo isso, tudo fazia sentido. Quando foi que me apaixonei? Eu realmente esqueci? Havia um motivo para esquecer...
         _ Aquieta sua mente.
         Eu arranhei as costas dele e ele mordeu meu pescoço. Já era. Não restou nenhum resquício de resistência.
         Não falamos mais nada. Ficou só o som de nossas respirações alteradas, nossos gemidos, as folhas secas no chão. Um pouco desconfortável. Mas, não me importei. Só queria estar com ele. E era tão bom, que valia a pena.
         Continuamos abraçados. Ele beijou minha testa.
        _ Eu devia ter concordado antes. _ ele disse.
        _ Nem sei que diabos estou fazendo...
        _ Você pode tentar me esquecer. Mas, seu amor por mim vai continuar.
        _ Porquê me apaixonei por você?
        _ Essas coisas não tem explicação. Acontece. Mas, devo dizer... Eu sou irresistível!
        Eu ri disso.
        _ Fica tranquila. Estou com você, agora.
       _ Até enjoar de mim.
       _ Vamos só aproveitar. _ ele disse. _ deixa o futuro para depois.
       Viktor queria que eu ficasse com ele. Estava satisfeito agora? Eu realmente me apaixonei por Drogo ou só estava obedecendo o pai?
       _ Vamos começar de novo. Criar outras lembranças, cumplicidade e fortalecer a amizade e confiança. E não importa se vamos ficar juntos ou não. Essas recordações sempre terão um espaço especial em nossos corações. Sempre vou ter um carinho enorme por você. Que me ajudou a superar o momento mais difícil da minha vida. Obrigado!
        _ Por nada.
        Não tinha como acabar bem. Quando ele se apaixonasse por alguém, tudo aquilo seria reduzido a nada. Eu seria nada para ele. Nem mesmo uma amizade colorida. E a culpa era toda minha. Eu devia ter dito não! Devia ter feito meu coração esquecer! Mas, tirar alguém do coração não é tão fácil quanto apagar a memória.
    
      
        
        

      
     

Is It Love? Drogo - Uma segunda chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora