7 O treinamento

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Jennifer

Já me encontrava desperta às 4:00 da manhã; parecia que tinha dormido uma semana. Meg estava num colchão no chão e eu numa cama alta. Tudo estava muito escuro , confuso. Atrás do biombo, parecia haver uma janela de vidro a entrar um pouquinho de claridade. 

Sim, está  certo. Eu vim parar na enfermaria  ontem  e parece que não  saí.  No meu braço , o soro já  acabado que somente agora vi. A mente está  realmente  confusa e devagar. Eithan deve ter colocado algum remédio para  dormir no soro.

O estômago dói um pouco, porém nada de insuportável.  Ao virar de lado, algo metálico caiu no chão , provocando um barulho estridente dentro do quarto silencioso.

Meg acordou imediatamente , vindo até  mim.

— Que bom, amiga! Como você está?

— Melhor. As dores se foram,mas a fome voltou.

Meg abriu um sorriso amplo de satisfação.

— Sim, ele falou que isso aconteceria.

— Ele? Quem?

Claro que eu sabia que Eithan teria esse cuidado comigo. Não era nenhuma surpresa. Ele foi tão carinhoso antes de sair , tão atencioso. Por um momento até  pensei que ele estaria aqui.

Como Meg demorasse a responder, remexendo em algo mais adiante, puxei o lençol e me sentei. Uma bandeja maravilhosa  ela trazia , com coisas iguais ao jantar de recepção  e até  um refrigerante.

— Oh! Eithan é  tão legal , não  é  mesmo — acolhi a bandeja no colo e fui logo prendendo em uma garfada alguns vegetais para finalizar com um pedaço  de carne suculenta — Ele foi muito cuidadoso comigo. Nossa! Muito diferente  daquele Max— enfiei a garfada perfeita na boca  e continuei falando de boca cheia — e essa comida? Olha só  que delicadeza a dele!

Enquanto eu sorria satisfeita, Meg abanava a cabeça  como se eu tivesse falado uma aberração.

— Não  foi ele que trouxe a bandeja!

— Ah,não? E quem mais poderia ter  sido?

Minha pergunta sai muito incrédula, pois quem mais traria comida pra mim. Isso é  uma brincadeira da Meg. Ou então  foi ela mesma.

— Poxa, Meg! Obrigada! Mesmo. Eu realmente precisava disso

Ela faz uma cara mais séria ainda.

— Foi o Max!- falou ela em deboche.

Eu quase morri engasgada. Não  é  possível! Deve ter veneno . Esse homem  trazendo comida?

Foi um custo ela me convencer de comer novamente depois de beber um longo colo de água  para desentalar. Falou das boníssimas intenções do nosso Capitão  e todas as recomendações que  ele deixou.

Não  vou negar: demorei muito a acreditar e só  comi tudo porque, em primeiro lugar, ela me garantiu. Até  comeu um pouco para mostrar verdade. Em segundo lugar, eu realmente estava com muita fome. Não tive como resistir. 

Ainda escutei atentamente a tagarela falar, com todos os trejeitos , os detalhes da conversa com ele enquanto eu dormia.

— Como é? Você  ficou de papinho com ele? Ou melhor: ele ficou de papinho com você? Olha amiga , desculpa destruir seus sonhos, mas vindo desse homem... Abre o olho! Algum interesse ele tem.

— Mas Jenny , ele mostrou que se importa conosco. Ele quis saber tudinho que você  tem feito, o  que comeu, se estava doente... Perguntou até se você  já estava comprometida.

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