O Reencontro.

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Kate andava procurando guloseimas pela seção de doces no supermercado. Estava com fones de ouvido e óculos escuros para disfarçar as olheiras da noite de insônia. Tivera uma discussão com Richard e nesse momento queria que a terra lhe tragasse. Não conseguiu evitar lembrar-se dos seus momentos felizes com seu grande amigo Léo, como carinhosamente costumava chamá-lo. Por um segundo desejou que ele estivesse ali e como Paulo Coelho disse uma vez em um dos seus livros “Quando se quer realmente algo, o mundo inteiro conspira a nosso favor!”

Leonardo a via e a desejava. Não havia um só dia desde que conhecera Kate que não quisera estar ao seu lado. E chegou um momento que se sentiu derrubado, e optou para o bem dos dois que seria melhor afastar-se. Os dias eram longos e seu maior desejo era que ela lhe enviasse uma SMS ou um sinal que fosse... Queria tanto que ela fosse livre e que o amor fosse recíproco. Ele a tinha em sonhos e nada, nem a mais dura realidade podia fazê-la borrar-se de seu coração e mente.

Kate acabara de pegar o que precisava, ou melhor, o que julgava necessário. A mulher caminhava até o caixa eletrônico quando colidiu com certa figura. Ela emudeceu quando viu aquele homem de olhos claros, cabelos dourados e tez clara...

—Kate? –Articulou com dificuldade. Estava ali diante dele. Era ela, a mulher que sempre sonhou... sua razão de sorrir e seu maior pecado.

—Léo?!!! –Pronunciou alegre abraçando-o com loucura e equilíbrio. Os dois se abraçaram por uma fração considerável de segundos para em seguida perderem-se um no outro. As íris do homem bailavam de acordo com cada gesto da amiga, por mais minucioso que fosse e ficou curioso ao notar certa inquietude na mulher. Ele a conhecia bem, talvez mais do que ela mesma se conhecesse.

—Quanto tempo?! –Exclamou quando os dois saiam do supermercado.

—Muito trabalho e pouco descanso. –Explica estudando-a. Estava ainda mais bela. Como conseguia tal maranha?

—Sinto saudade de estar em um “set”. –Confessa ao amigo. O sorriso da mulher se apaga.

—Sei como resolver isso! –Exclama divertido.

—Como? –Indaga surpresa. Ele a fazia se sentir uma adolescente.

—Venha comigo e verá! –Declarou puxando-a delicadamente pela mão até o carro. Os dois entraram no automóvel e ao som de “Wisin & Yandel” – Que Viva La Vida tocava, era bem a cara de Léo. Não havia chance para a tristeza com ele. Ele a levava ao ópio da vida, esse homem tinha esse poder de animá-la até mesmo quando a única coisa que compartiam era o silêncio.

O casal de amigos chegou ao set do filme The Wolf of Wall Street, era seu mais novo trabalho. Kate ficou deslumbrada com os detalhes e a criatividade deMartin Scorsese. Depois de conhecer o local, os dois foram até o camarim de DiCaprio...

—Não me avisou que estaria tão perto?! –Disse a mulher cravando seus olhos verde-azulados nos dele.

—Eu sabia que iríamos esbarrar um no outro em algum momento. –Brincou lançando-lhe um olhar brilhante.  Ela sorriu docemente coisa que fez o homem tragar a saliva impaciente. Ele estava rogando para que a distância entre os dois fosse rompida.

—Eu senti muito a sua falta! –Confessou tocando-lhe involuntariamente no ombro do amigo, rompendo as barreiras e fazendo-o reavivar a esperança perdida e aquela paixão avassaladora. Imagens dos dois encenando juntos e compartilhando diversos momentos de suas vidas invadiram o palco da mente do ator. Há tempos ele sentia que lhe faltava um pedaço do céu. Se sentira como uma criança adormecida que agora despertava com o mínimo ruído. O perfume daquela mulher emanava pelo ambiente e invadia suas narinas, logo se impregnava em todo o seu corpo fazendo com que seu coração levantasse agora uma tormenta enfurecida. E por necessidade, talvez instinto ou por vontade, ele colou seus lábios nos dela. Dentro dele brilhava o sol agora e não importava nada mais... O inverno havia cessado. Kate seguia aquele roçar de lábios e mesmo com temor aceitou o beijo. Um beijo com poder de envolver almas, abrandar os medos e cessar qualquer solidão. Léo queria que fosse ela a sua loucura e tranqüilidade, estava colocando nas mãos dela o seu destino porque queria estar com ela. Era ela a sua bussola e o seu caminho.

Amor InebrianteOnde histórias criam vida. Descubra agora