(Hayley)
Foi estranho voltar para a escola após três dias de luto pela morte do Sr. Manson. Todos pareciam abatidos e um pouco perdidos. Até o chato do Max estava cabisbaixo ao lado de sua moto.
Anna estacionou seu Impala duas vagas de distância de Max. Aquilo foi uma surpresa para mim. Ela nunca tinha feito isso. Todas as vezes que os dois brigavam, ela nunca quis se distanciar. Parecia que ela sentia prazer em esfregar sua presença para o namorado.
Anna desligou o motor do Impala e deu um longo suspiro. Eu a observei por alguns minutos. Parecia que ela não queria sair do carro e enfrentar a escola.
– Anna, tudo bem? – Perguntei com cautela.
Ela suspirou.
– Papai e mamãe me contaram que você vai procurar pelos seus pais verdadeiros. – Então era isso que a perturbava. – Não gosta mais de nós?
Dei um sorriso tímido.
– Não é isso. Vocês são minha família e sempre serão. – Segurei sua mão com força. – E aconteça o que acontecer,
jamais vou trocá-los por outros.– E se você descobrir que é filha de algum milionário. – Anna já estava com a voz chorosa.
– Nem se for filha do rei da Inglaterra, vou trocá-los. Eu prometo. – Soltei sua mão e a puxei para um abraço. Anna ficou tensa, mas depois relaxou.
Só nos separamos quando Karen bateu na janela do carona. Abaixei o vidro.
– O que está acontecendo? – Karen estava com os olhos arregalados. – Não me diga que a Anna está grávida?
– Ai, Karen! Vira essa boca pra lá! – Anna saiu com tudo do carro e eu a acompanhei. – Sou doida, mas não é pra tanto. – Sei lá. Vocês nunca se abraçam. – Disse Karen.
– Mas vamos começar a partir de hoje. – Anna pegou a bolsa e a colocou com raiva sobre o ombro. – Decidi que a vida é curta demais para ficar com raiva das pessoas e gastar meu tempo com quem não merece. – Ao terminar a frase, minha irmã olhou para o ex com raiva.
Acho que Max se surpreendeu, pois baixou o olhar e caminhou em direção a entrada da escola.
Eu, Karen e Anna ficamos uma ao lado da outra e atravessamos o estacionamento. Enquanto caminhávamos, eu observava o prédio da escola. Ele sempre me pareceu comum, sem nada de especial, mas agora sua pintura azul celeste parecia opaca, sem vida. Como se uma nuvem de chuva estivesse sobrevoando o prédio. E sem que me desse conta, acabei fixando o olhar na terceira janela do quinto andar. Agora ela estava fechada.
“O que é que vão fazer com a sala?”, pensei.
Ninguém vai querer usá-la. Coitada da Sra. Thomas nossa professora de Química. Agora ela estava sem teto.
– Gente, vocês viram a notícia do sumiço do coração do Sr. Manson? – Perguntou Karen.
– Vimos. – Respondi.
– Coitado do homem. Quem faria uma coisa dessas? – Karen parecia revoltada.
– Talvez a ex-mulher. – Disse Anna. – De acordo com as fofocas, a bendita era um pesadelo.
– Mas o que ela ganha roubando um coração? – Perguntou Karen.
– Vai ver a mulher faz parte de algum culto macabro. Como a Madame Stratford. – Mal terminei a frase e senti uma mão sobre meu ombro direito.
Aquele toque suave e o peso dos anéis nos dedos eram inconfundíveis. Virei lentamente e me deparei com a cara de Madame Stratford. Uma cara que não estava nada satisfeita.
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Entorpecida (A Chave Mestra #1)
PrzygodoweHistória Concluída Hayley sempre se considerou a encrenqueira da escola, a garota sem memória adotada pelo casal Kilvert, e que vive em pé de guerra com a irmã, que possui um péssimo gosto pelo sexo oposto. Seu mundo começa a mudar após um inciden...