Dessa vez ele não iria escapar. Corri o mais rápido que pude e por sorte ainda o alcancei no corredor, prestes a abrir a porta da sala.– Espera! – Disse ofegante. – Ei! – Toquei em seu braço e o obriguei a se virar.
– Qual é o seu problema? – Ainda tentava recuperar o fôlego. – Eu sei que a diferença de idade é um problema, mas será que a gente não podia tentar?Ele me observou por alguns segundos, deu um sorriso sem graça e pegou na minha mão.
– Para ser honesto, não ligo muito para a idade. – Disse ele enquanto brincava com os meus dedos. – Sei que as pessoas vão olhar para nós e pensar “Lá vai o safado. Pegou uma novinha!”.
– Mas você não parece velho. Já disse...
– Não me interrompa.
– Desculpa.
– Para ser honesto, gostei de você desde aquele dia bizarro no banheiro.
Ai, aquele maldito dia. Se eu pudesse voltar no tempo e não fazer o que fiz seria maravilhoso.
– Mas aí descobri que você era aluna. E minha ainda por cima.
– Não sou mais. – Ele franziu a testa. – Quer dizer, não vou voltar para o último ano. O colégio é pago e não tenho dinheiro. E você disse que não era mais professor.
– E também disse que iria embora. – Disse ele sério. – Se eu pudesse ficaria com você. – Ele tocou de leve o meu rosto.
– Então fique! Aproveite! – Abri os braços.
Ele começou a rir.
– Adoro o seu entusiasmo. Mas não posso. É...
– O quê?
– É complicado.
– Posso descomplicar. – Senti sua mão no meu rosto. Naquele momento decidi seguir o conselho que uma vez Karen me deu “Se você está com a corda no pescoço e não tem como fugir. Pule logo e acabe com o que te perturba.”.
Sei que ele disse que a situação é complicada. Mas quem se importa?
Fiquei na ponta dos pés e o beijei. Pensei que ele se afastaria mais uma vez. Ou diria desculpa, maldição. Qualquer outra palavra, mas não. Sua mão que estava no meu rosto desceu até o meu pescoço. Aproximei-me mais dele e abracei sua cintura.
Pela primeira vez em dias, eu me sentia bem. Por mim não acabaria esse momento. É claro que o mundo lá fora não para. O que é uma pena. E foi quando as coisas estavam melhores. Quem entra como um louco fugido do hospício? Se você pensou num duende de quase dois metros e com músculos de dar e sobra? Então você acertou!
Kim entrou em casa e ainda por cima disse...– Não queria atrapalhar, mas já vi que atrapalhei. – Kim subiu as escadas sem nem olhar para nós.
– Acho que eu vou embora. – Ryan me de um beijo na testa. – Nos vemos depois?
– Sim.
Ele se virou para sair, mas antes me deu um abraço tão forte, que me levantou alguns centímetros do chão.
Ao me colocar de volta no chão, senti uma forte dor de cabeça. Parecia que minha cabeça iria se partir. Tinha alguma coisa muito errada comigo. Fechava meus olhos e ouvia a voz de uma menina dizendo algo como “Me põe no chão, Tristan”. Olhei para Ryan, que me observava preocupado.– O que foi? Está pálida. – Ele tocou meu rosto.
– Eu... – Olhei para ele. – Tristan? – E tudo escureceu.
***
Devo ter apagado por mais de oito horas, pois quando acordei a casa estava toda escura e silenciosa.
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Entorpecida (A Chave Mestra #1)
مغامرةHistória Concluída Hayley sempre se considerou a encrenqueira da escola, a garota sem memória adotada pelo casal Kilvert, e que vive em pé de guerra com a irmã, que possui um péssimo gosto pelo sexo oposto. Seu mundo começa a mudar após um inciden...