Sete:

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Frank:

Eu não sabia o que iria fazer quanto ao fato de Hector ter atacado Alexandra dentro da minha casa, só sabia que não podia de maneira nenhuma deixar por isso mesmo, minha filha já tinha estado por demais sozinha no mundo, já havia sofrido nos últimos meses o suficiente para uma vida toda, mas, eu entendia também o lado dela de querer se preservar, Camilla não entenderia, eu sabia o quanto minha filha mais velha podia ser egoísta, ela já havia provado isso quando abandonou Adam no altar para se casar com Hector por dinheiro e o que era pior, já grávida, isso queria dizer que ela traía Adam há meses, além do fato de que nada me tirava da cabeça que ela só havia engravidado para "amarrar" o Collins a um casamento sem amor, pois estava mais que claro que os dois não se amavam, que aquele casamento já há muito havia descido pelo ralo.

Porém, minha maior preocupação era Alexandra e April, minha neta sofreria ao saber o que o pai fizera a sua tia, a tia que ela se apegara tanto em poucos dias. Mas eu precisava tomar uma providência, não podia deixar assim. Eu sabia que Alexandra ficaria chateada, até mesmo com Adam por ele ter me contado tudo, mas eu era pai e que pai deixaria isso barato? Ainda mais sendo um policial. Decidi procurar Hector, tinha que mostrar a ele que Alexandra não estava sozinha no mundo, que ela tinha um pai, alguém que a defenderia, que a amava e que a protegeria. Senti em Adam essa mesma necessidade, poderia estar errado, mas senti que ele queria realmente ser seu amigo, essa amizade entre eles poderia dar certo, ambos vinham de grandes decepções amorosas e tinham muito em comum, além desse fato, ambos conheciam a dor de perder a mãe prematuramente.

Esperei minha filha se recolher, meu coração estava dolorido por vê-la assim, tão sofrida, tão frágil, queria poder apagar de seus olhos toda a dor, todo o sofrimento que eu via refletido neles, mas... infelizmente um pai não tinha esse poder, a única coisa que eu podia fazer era deixa-la saber que eu estaria ali para ela, para quando quisesse desabafar, sei que sou um homem de poucas palavras, posso parecer até meio duro, acho que até por causa da minha profissão, mas eu amo minhas filhas e minha neta.

O dia amanheceu ensolarado, apesar do vento frio e constante, Alexandra ainda estava dormindo quando saí, deixei o café pronto para ela. Bati cedo na casa dos Collins, o próprio doutor me atendeu.

-Frank, quanto tempo não o vejo por aqui! Aconteceu alguma?

-Olá doutor, sei que ainda é cedo, mas preciso falar com Hector, é um assunto muito sério e de extrema importância.

-Não quer me adiantar do que se trata? Talvez possa ajudá-lo.

Sim, quem sabe ele poderia me ajudar a entender o que levou seu filho a tentar abusar da minha filha mais nova. Sentamo-nos no escritório e relatei a ele tudo o que eu sabia sobre o ocorrido.

-Frank, não que eu esteja duvidando de você, mas tem certeza do que está me contando? Sei que Hector está muito mudado, bebendo muito, mas, atacar uma moça indefesa, ainda mais sua cunhada? Não sei o que está acontecendo com meu filho, o casamento deles está indo de mal a pior, brigas e mais brigas, acusações, eles não se respeitam mais, acho que nunca se amaram, não sabemos mais o que fazer para ajudar, nisso tudo quem sofre é April, ela não sabe para que lado pender, Hector diz que Camilla só casou por causa do dinheiro, Camilla diz que Hector só casou por causa da gravidez, falar que a convivência entre eles está difícil, é pouco.

-Pois é, sempre duvidei de que havia amor entre eles, você sabe, casamento por amor já é difícil, sem amor se torna quase impossível. Mas, Alexandra está muito machucada, isso que Aline Green usou algumas ervas para diminuir os edemas e hematomas.

-Você disse que foi Adam Green quem a encontrou?

-Sim, ele veio me trazer o meu carro que ele havia consertado, você sabe, o garoto é bom na mecânica.

Feridas da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora