Capítulo 21

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Adam:

Eu realmente não esperava que Camilla ficasse tetraplégica, nunca poderia desejar tal sofrimento a qualquer pessoa, mas, ela procurou por isso, poderia ter sido tudo tão diferente para ela, não lamentava mais ter sido abandonado, mas ela poderia ter dado valor ao marido e a filha, afinal, tinha tudo o que queria, dinheiro, uma boa vida, mas não, ela sempre quis mais e mais, quis tudo e agora não tinha nada, nem ao menos conseguiria se alimentar sozinha.

Alexandra estava mortificada, ela tinha um coração puro, onde não cabia ódio, por isso ela estava com pena de Camilla, pena de Frank e de April, eu entendia, claro, afinal, querendo ou não, mesmo não sendo de sangue, as duas eram irmãs. Tudo levava a crer que Camilla entendia tudo o que estava acontecendo com ela, disseram que ela chorou quando percebeu suas limitações, realmente era de dar pena, uma mulher bonita, tão vaidosa e narcisista, agora nessas condições!

Mas, eu não queria mais pensar em Camilla, finalmente ela não poderia mais fazer mal a nenhum de nós, o idiota do Derek estava preso. Minha relação com Alexandra se deslanchava a cada dia, apesar de tudo, estávamos felizes, tudo não passara de um grande susto, ela estava bem, meu bebê dentro dela estava bem, crescendo cada vez mais e mais forte, eu me enchia de orgulho ao olhar para ela e ver sua barriga se mexer, meu filho, minha mulher, minha família!

Eu queria me casar com ela e fiz o pedido assim que a trouxe do hospital logo após fazer uma ultrassonografia para ver se estava tudo bem com o bebê, mas ela me pediu para esperar para depois que nosso filho nascesse, afinal, faltava pouco agora e realmente, não era necessário correr, já estávamos morando juntos, éramos marido e mulher e estávamos construindo uma família e eu a amava mais que tudo. Alexandra mudou muitas coisas em meus conceitos, eu aprendi muito com ela nesse tempo em que estávamos juntos, principalmente a acreditar no amor novamente, a ter fé e esperança no futuro.

~*~


Alexandra:

Deixamos Camilla em uma casa de recuperação, lá ela seria bem cuidada, em casa não tínhamos como cuidar dela e agora, ela precisaria de cuidados intensos. April chorava copiosamente, Matt a consolava, apesar de não ter conseguido uma boa relação com Camilla, eu entendia April, era sua mãe, boa ou ruim e convenhamos, Camilla foi uma péssima mãe, mas era sua mãe, era a mulher que a trouxe ao mundo e April era uma boa menina.

Eu não poderia dizer que estava feliz com essa situação, mas também não podia deixar de me sentir aliviada, Camilla havia procurado por isso, ela teve tudo para ser feliz, mas procurou o pior caminho e agora estava nessa situação, algo que eu não desejava nem para meu pior inimigo.

Com o passar dos dias eu procurei esquecer tudo isso, Adam havia ficado com receio que os pesadelos voltassem, mas agora eu tinha ele, tinha alguém que me amava, que cuidava e me protegia, tinha nosso filho que estava perto de nascer, eu não era mais sozinha, nunca mais estaria sozinha. Lembrava de minha mãe com carinho e amor, com saudade e pedia a Deus para que eu fosse ao menos um terço da mãe que ela foi para mim.

Tantas mudanças, coisas ruins e boas me aconteceram em tão pouco tempo, mas ter Adam, me dava forças, eu sentia que poderia tudo com ele ao meu lado e logo esse fato ficou evidente, quando entrei em trabalho de parto.

Comecei a sentir dores no início da tarde, mas segundo Lílian, era normal, tudo estava bem, a dor era pequena ainda e eu não queria alarmar meu marido, sabia que Adam ficaria apavorado. Com o avançar da noite, ele percebeu que algo não estava bem.

-Amor! O que você tem? Está pálida!

-Uma pequena dorzinha, na barriga, acho que está chegando a hora. – Resolvi ser sincera, não esconderia nada dele.

Feridas da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora