Onze:

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Alexandra:

Depois de fazermos amor alucinadamente, Adam me levou para tomar um banho, nós nos amamos mais uma vez debaixo do chuveiro. A noite havia sido maravilhosa, eu me sentia parte de algo, parte de uma grande e amorosa família, onde todos se amavam, se respeitavam, se preocupavam uns com os outros, eram amigos, me senti acolhida entre aquele povo, que com muita luta conseguiram conquistar suas terras.

Ainda na praia quando Adam me alcançou e eu o beijei, foi um gesto de amor, então eu me assustei, um choque tomou conta de mim, pois percebi que o sentimento que havia nascido aqui dentro do meu coração, que eu havia brigado tanto para não vir à tona, esse sentimento que crescia cada vez mais forte dentro de mim, era amor, simples e verdadeiro. Naquele momento me dei conta de que eu amava Adam, mesmo tendo lutado para que não acontecesse eu havia me apaixonado, acho que meu coração soube que se entregaria desde o primeiro instante em que vi aquele belo moreno saindo do carro para me ajudar, quando vi pela primeira vez aquele sorriso de moleque, aqueles olhos negros que me olhavam com curiosidade.

Era impossível que eu não tivesse me deixado me levar pelo sentimento, Adam era naturalmente encantador, sabia como conquistar uma mulher e estava se revelando nesses últimos dias ser um homem carinhoso, eu queria desfrutar de cada fase do nosso relacionamento, eu queria viver intensamente esse sentimento.

Sabia que Camilla poderia tentar nos separar, mas o que eu sentia por Adam estava sendo construído com verdade, confiança, ao menos de minha parte, tinha certeza de que por ele também, Adam não era um homem que mentia, eu sentia isso, assim como eu, ele queria o que estava acontecendo entre a gente, ele queria ser feliz e eu o faria feliz, havia sido a promessa que havia feito a mim mesma, agora que eu estava consciente dos meus verdadeiros sentimentos eu iria fazer de tudo para ser e fazê-lo feliz.

Nos preparamos para dormir, eu não sabia se Adam tinha manias ou não, era estranho dormir com outra pessoa, ele colocou o braço para que eu me deitasse por cima, passando-o por meu tronco e o outro braço passando por minha cintura, minha perna em meio as pernas dele.

-Então, o que achou das histórias do meu pai?

Ouvi ele perguntar.

-Eu gostei, achei tudo muito interessante, diferente, me fizeram lembrar os livros de romance que minha mãe gostava de ler.

Senti os lábios dele depositarem pequenos beijos em meu ombro, eu estava protegida em meio aqueles braços fortes. Eu esperava que não tivesse pesadelos nessa noite, queria que tudo continuasse perfeito, da maneira que estava sendo até agora.

-Adam!

-Sim?

-Sabe, acho que já que vamos dormir juntos sempre a partir de agora, pelo menos, eu espero que sim, acho que deveríamos contar um ao outro sobre nossas manias, do que gostamos, do que não gostamos.

-Eu até concordo, mas, acho que poderia ser mais interessante descobrirmos juntos, no entanto, acho que já descobri algumas particularidades suas.

-Sério? E quais são?

-Você gosta de dormir enroladinha, com as mãos no meio de suas pernas, é tão linda quando está dormindo, parece sempre tão serena.

-Como você sabe disso se nunca dormimos juntos antes?

-Eu a contemplei quando dormiu na casa do meu pai, logo que pegou no sono depois do pesadelo. Fiquei um tempo admirando-a, desejando poder tirar de seu coração toda a dor que sentia.

Achei tão fofo da parte dele me contar isso, que depositei um beijo em seu braço.

-Sei também que morde o lábio internamente quando está preocupada ou nervosa. Vi isso quando estava esperando por April na noite da boate.

Feridas da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora