Treze:

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Alexandra:

O final de semana passado com Adam foi maravilhoso, fazia muito tempo que eu não me divertia tanto, ele me levou para lugares que eu nem imaginava conhecer, Adam era muito divertido e me fazia rir, ele me fazia esquecer o que me esperava em Nova York.

Voltamos para Montpellier na segunda-feira logo após o almoço, meu pai estava em casa, então já contei a ele sobre a necessidade de ter que ir para Nova York na quarta-feira, Adam me deixou em casa e teria que ir até Vermont resolver todas as pendências para poder viajar comigo.

Eu estava ansiosa, como sempre, afinal, não sabia o que essa viagem me reservava, não tinha ideia de quem era a pessoa que estava interessada em comprar meu apartamento, esperava que fosse uma pessoa de bem, de repente um casal recém-casado, quem sabe, o local era bom, bem situado, o espaço interno bem amplo, perfeito, então quem quer que fosse que comprasse estaria realizando um excelente negócio.

Mas na verdade o que me agoniava era ter que encerrar essa fase da minha vida, fechar para sempre o que aquelas paredes guardavam, tudo o que eu e mamãe vivemos ali, apesar de querer esquecer das vezes em que eu e Derek havíamos transado no meu quarto, isso eu queria apagar das minhas lembranças, já que havia sido verdadeiro apenas de minha parte, ele fingiu me amar todo o tempo.

No entanto, apenas agora eu me dava conta de que essas lembranças já não me machucavam mais, eu não sentia a mesma coisa, meu sentimento por Adam era tão real e intenso que subjugara todo o resto, o que eu sentira por Derek era apenas uma sombra que ficaria enterrada no meu passado.

April veio passar a noite comigo, papai estaria de plantão a noite toda, então resolvi a pedido dela, chamar Adam e Patrick para assistir a um filme conosco, os dois chegaram no horário combinado, Adam trouxe um enorme pote de sorvete e pipocas para fazer no micro-ondas, a discussão foi na hora de escolhermos o filme, Patrick e Adam escolheram O Grito, eu confesso que sentia um certo medo em assistir filmes de terror, mas eles não precisavam saber disso, certo?

-Sério mesmo que vocês vão querer ver terror? – Perguntei na leve esperança que eles mudassem de ideia ao verem que meu pai tinha uma vasta opção de filmes bons.

-Está com medo, meu amor? Não precisa, eu a protegerei.

Adam disse, rindo da minha cara.

-Não estou com medo, apenas achei que vocês homens gostassem de filmes de aventura, de ação, sei lá. – me justifiquei, por nada no mundo eu admitiria que morria de medo, sim.

-E gostamos sim desse tipo de filme também, mas a noite hoje, assim, chuvosa, está propícia para um filme de terror.

Comentou Patrick, esfregando as mãos uma na outra e puxando April para se sentar ao seu lado. Sem alternativa, peguei os controles e entreguei para Adam sentando-me ao seu lado. Ele colocou o DVD para tocar e se encostou no sofá, puxando-me para ele, meu corpo estava um pouco tenso, confesso, mas ao sentir o braço dele em volta do meu corpo, fui relaxando aos poucos.

O filme começou e eu e April ficamos atentas, prestávamos atenção ao enredo, no entanto se me perguntassem sobre a história do filme, eu me enrolaria toda para responder.

De repente, quando Karen que havia ido cuidar de Emma, começa a ouvir estranhos sons vindos do andar de cima e resolve ir ver do que se trata, Patrick dá um grito terrível, April se assusta com o grito e dá um tapa nele, eu, claro, me agarrei em Adam que se acabou de rir.

-Vem cá minha medrosinha. – Ele disse rindo, me puxando para seu colo.

-Não estou com medo, mas é que esse grito do Patrick, me assustou, apenas isso.

Feridas da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora