Três

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Por Camilla Collins:

Estar em casa após um almoço estressante o qual seu marido não tirava os olhos de outra mulher, era a melhor coisa que estava acontecendo hoje.

-Você podia ser menos rude com ela Camilla, não sente nada pela sua irmã? - Hector advertiu assim que entramos. Era só o que me faltava, ter que aturar o carinho repentino que ele adquiriu por Alexandra.

-Eu não a odeio Hector, só não me agrada nem um pouco ela ficar tantos anos sem aparecer e de repente querer tomar posse de tudo e todos! - Ele me olhou divertido.

-Então todo o problema seria o ciúme?

Fala sério, não acredito que ele pense que senti ciúmes daquela coisa sem graça.

-Hector, por favor, não diga besteiras. Só não consigo engolir o fato de todos a tratarem como beldade e você a todo o momento lhe fazendo elogios e lançando olhares cobiçosos. Francamente! - Nosso relacionamento não é uma maravilha, mas ele não precisava deixar claro isso justamente a minha meia irmã. -E se quer saber eu não fui mesmo com a cara dela e sei que isso só vai causar danos ao meu pai, essas com cara de santinha são as piores.

-Até parece que você se importa. Quanto aos elogios e olhares o qual você se refere eu sinto muito, amor, - foi irônico ao pronunciar -Mas ela é realmente de deixar qualquer homem à beira da loucura.

Sorri amarga, ele teve a audácia e a cara de pau de dizer aquilo na minha cara.

-Nem ouse Hector. Não me importa que me traia com qualquer mulher, menos com ela!

Ele deu de ombros e entrou no banheiro fechando a porta, nos lábios sustentava um sorriso sarcástico. Idiota, nosso casamento ainda não teve fim porque ele alega que pode interferir na vida de April além é claro pelo nome Collins não ser manchado.

- Mãe! - Ouvi a voz de April soar na porta. Merda!

- O que quer April?

- Calma, não vim brigar. Só queria dizer que eu não aguento mais tantas brigas e discussões e que se é para que possamos ter uma família normal, quero que saibam que não precisam se preocupar comigo eu mais do que ninguém quero que isso acabe. Então façam o que acharem que deve ser feito, não vão interferir eu não tenho mais oito anos.

- Eu vejo que não! Tem idade o suficiente para ser bisbilhoteira e palpitar aonde não foi chamada. Qual é April, você viu como seu pai me desrespeitou hoje e você ainda o acoita? Ah já sei.... A sonsa te encantou tanto que agora quer ver seu amado papai com ela não é mesmo?

-De onde tirou isso mãe? Você está cada vez mais desequilibrada e é disso que eu estou cansada.

Levantei e fui a sua direção, quando ela havia ficado tão petulante?

-April trate de me respeitar sua coisinha insignificante! Ou eu...

-Ou o que mãe? Vai me bater como antigamente?

-Ela não ousaria querida, vá para o seu quarto e logo estarei lá. - Hector disse saindo do banheiro. -Você não seria capaz, nunca, ouviu bem? Nunca erga novamente a mão para April. Ela tem razão Camilla, a nossa relação está cada dia pior.

Respirei fundo para não dizer nada do que eu fosse me arrepender depois. Forcei o meu melhor sorriso.

-Hector, podemos tentar. Olha a gente se amava tanto amor.... Vamos dar mais uma chance. - Pedi manhosa. Jamais que eu lhe daria o divórcio, não enquanto April ainda ficasse com os bens do pai. Assim que ela atingisse a maioridade será tudo repartido, porém agora eu só ficaria com misérias.

Feridas da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora