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— Algo cheira muito bem! — Ally gritou quando saltou pela porta do vestíbulo. Como o resto de sua família, Allyson nunca tinha visto a desconhecida.

— Oi, eu sou a Allyson . — Ela deslizou e parou em frente a Lauren . Aos treze
anos, ela já era tão alta quanto ela.

Riu do estado das botas dela .
— Meu nome é Lauren. Eu vejo que você estava no celeiro, com os cavalos. — Torcendo o nariz, ela apontou para as pegadas sujas e fedorentas que o seguiam
pelo chão da cozinha, seu recém-esfregado chão da cozinha. Lauren não havia
perdido tempo de entrar no trabalho. Agora, ela estava se sentindo ótima. Seu
nível de energia era praticamente tão alto quanto o seu nível de excitação.
— Opa. Desculpe Lauren —  riu com ela. — Bess arrancaria meu coro por isso. — Ela parou onde estava, tirou as botas e foi para a varanda dos fundos
com elas.
— Limpe-as enquanto você estiver lá, não apenas as coloque no quintal. — Pela sua risada, ela sabia que deixá-las sujas tinha sido seu plano original. — Eu
não vou arrancar seu coro, mas se você limpá-las e me trouxer o esfregão, eu vou
lhe dar uma surpresa.

Lauren sabia como fazer amigos, com brownies. Os
brownies Jauregui eram uma coisa bela. Ela levou um par de caixas simples de
mistura de brownie, creme substituído por água, manteiga por óleo, calda de
chocolate adicional extra, uma tonelada de gotas de chocolate, e um par de
colheres de chá de café instantâneo e “voilá” ela tinha uma obra-prima.
Com um incentivo açucarado como brownies, não demorou muito para Ally tirar o cocô do cavalo dos sapatos e voltar com o esfregão molhado.
— Bess disse que você é realmente legal e que eu iria adorar a comida que
você faria para nós. — Ela pendurou a mochila nas costas de uma das cadeiras da
mesa da cozinha e sentou-se para esperar por seu deleite.

— Deixe-me limpar isso e eu vou cortar-lhe um brownie pra você  — ela prometeu. Ally já era uma mulher jovem e bonita. Ela podia ver a semelhança familiar forte em suas características. Todos os Cabello eram
incrivelmente bonitos, Camila especialmente. Ela estava nervosa sobre vê-lo pela
primeira vez, não que ela soubesse dela de qualquer jeito. Lauren tinha existido na
periferia do mundo de Camila Cabello. Ela era uma aluna do oitavo ano quando ela
terminou o ensino médio, mas ela nunca tinha perdido um de seus jogos de
futebol. A leucemia a havia golpeado no ano seguinte, mas ela ainda a acompanhava quando ela jogou bola pela faculdade e montou o circuito de rodeio.
Terminando o retoque, Lauren levou o esfregão para a varanda dos fundos.

— Sim, agora nós temos tudo limpo de novo. — Lavou as mãos na pia, e passou a servir
Ally com uma enorme porção da confecção de chocolate e um copo de leite.
— Obrigado, Lauren — Os olhos dela cresceram com prazer. Ela deu uma mordida enorme e suspirou alegremente. — Isto é melhor do que qualquer
coisa que Bess já fez — elogiou.
— Eu aprecio que diga isso, querido, mas não diga a Bess, você iria ferir
seus sentimentos. Ela te ama muito — Lauren se sentou ao lado dela e começou os
ingredientes para uma salada verde enorme.
Ally a estudou enquanto ela trabalhava.
— Você é bonita, moça  — mesmo que ela fosse apenas uma adolescente, o
elogio a fez corar. Ela não estava acostumada a lisonja. Na verdade, ninguém  jamais lhe disse que ela era bonita antes.
— Isso eu não sei, mas é legal de sua parte dizer isso —  sorrindo para ela. — Palavras gentis não vão te aliviar do dever de casa, no entanto.

— Ah, Lauren — ela ficou aliviada que elas pareciam estar começando com o
pé direito. Cuidar dela era uma parte do trabalho que ela estava preocupada.
Cozinha e limpeza seria uma brisa. A única preocupação que tinha era agir normal
em torno de Camila. Seria terrível se ela descobrisse que ela gostava dela.
— Que hora é o jantar? —  perguntou entre mordidas. Típica menina, ela não podia terminar uma refeição antes de se preocupar com a próxima.

Olhou para o relógio na parede.
— São quatro horas. Eu vou por à mesa às seis. O que acha disso? — Ela acenou com a aprovação do seu horário.
— Por que você não faz o seu dever de casa aqui comigo, eu vou tentar
ajudá-la se você precisar. — Ela esperava que suas lições não fossem superiores
ao que sabia. Lauren tinha perdido uma grande quantidade de aula entre
quimioterapia e transplante de medula.

Ainda assim, conseguiu se formar no
colégio e tinha até feito alguns cursos na Comunidade cortesia da Fundação Rockwell. O seu salário no restaurante mal cobria o aluguel. Suas
contas médicas ou eram todas custeadas pelo governo ou parte do programa de
ensino do hospital. A Fundação Rockwell especializou-se em dar uma mão para
ajudar pessoas que tentam construir uma vida para si enquanto vivem com câncer.
Ally abaixou a cabeça, de repente parecendo extremamente
desconfortável. Lauren não forçou, se ela tinha algo a dizer a ela, o faria.
— Eu tenho problemas com o meu dever de casa, às vezes.
Sentando ao seu lado, ela mastigava seu próprio brownie.

— Isso soa muito normal, eu tive problemas com algumas matérias também. — Assim que ela estava indo bem na escola, outro surto de leucemia a colocava de
fora em seu trabalho escolar.

— Sim, mas eu nasci com algo que eles chamam de dislexia. Eu sei ler muito
bem, se eu tiver tempo e me concentrar, mas escrever é que são elas. Eu tenho
uma redação para escrever, e isso me apavora, porque eu tenho dificuldade com
ortografia e uso de palavras. — Ela parecia tão miserável que ela lhe deu dois
brownies mais.
— Eu te digo uma coisa. Eu conheci uma garota há alguns anos atrás que
tem a mesma condição que você tem. Ela é caloura na faculdade agora, e escreve
redações o tempo todo. Eu sei que ela usa algum tipo de programa especial em
seu computador que é feito apenas para as pessoas com dislexia. Vou ligar pra ela
e descobrir. O que acha disso?
— Bom demais —  sorrindo para ela e bebeu o resto do leite do seu copo com um gole. — Vou aceitar qualquer ajuda que puder conseguir — Lauren
riu, a mais jovem Cabello ia ser fácil de amar.

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O Calor De Uma Vaqueira Onde histórias criam vida. Descubra agora