30.

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Lauren trabalhou até quinze para meio-dia, quando saiu para
fazer o arroz e o chá gelado.
Todos os outros trabalhavam na
fazenda. Era um trabalho duro, mas pelo menos todos
estavam perto o bastante para que todos viessem para o almoço.
O gumbo foi de
linguiça, frango e camarão; engrossado com filé e rico em especiarias crioulas.
Lauren tinha ainda alguns bombons de nozes para a sobremesa.
— Meu Deus, cheira bem esta casa! — Dinah gritou. Ela saltou e agarrou
Lauren e jogou-a no ar.
Antes que  pudesse pegá-la, ela se foi. Camila tinha facilmente entrado na frente e a pego das garras de sua irmã. Não que ela não
confiasse em Dinah, mas Lauren lhe pertencia.
— Cuidado, mana. Seja gentil com a minha garota —  a pôs sentada e
serviu-lhe uma tigela.
Esta era a segunda vez que ela havia servido a refeição.
— Dinah, você poderia me ensinar a beber e jogar sinuca? — Dinah e Camila se
engasgaram com o chá.

— O que você disse? —  perguntou-lhe para esclarecer, seus olhos se
encontraram com os de Camila.
— Você me levaria a um bar e me ensinaria a jogar sinuca e talvez tomar
goles de tequila? — Lauren perguntou inocentemente, dando pequenas mordidas delicadas do guisado quente.
— Uh — foi tudo que conseguiu deixar sair de sua boca, antes de Camila perguntar o óbvio.
— Por que no mundo que você gostaria de fazer algo assim? —
Por Deus, se
alguém ia levá-la para um bar, não seria Dinah, seria ela.
— Eu tenho muito a aprender, e eu só tenho alguns meses — lembrou ela,
sabendo que achavam que ela queria dizer aqui em Tebow, quando ela queria
dizer saudável.
— O que você quer dizer? —
Camila perguntou. — Por que você está tentando viver uma vida inteira em apenas alguns meses?
Lauren olhou para cima e viu que Normani a estava observando de perto.
Porcaria! Lauren, sutileza.
Sutileza.
— Bem, meu sonho sempre foi morar em um rancho, eu estou começando a fazer isso — ela teve cuidado neste momento.
— Eu também estou começando a
fazer outras coisas divertidas — ela moveu seus olhos para a latina, que sorriu. — Eu também quero andar no lado selvagem, só por uma noite ou duas. Quem melhor para me mostrar essas coisas que Dinah? — fazia sentido para ela.
— Se você quiser ir, eu vou levá-la — Camila resolvendo a questão. Nenhum argumento.
Lauren pensou, “vamos ver”.

— Tem certeza que você quer ser vista em público comigo?
Depois de tudo, eu sou apenas uma diversão passageira — ela estava sussurrando, mas cada
Cabello ouviu.
Camila parecia um pouco desconfortável.
Lauren não era uma fantasia
passageira ou uma diversão passageira.
— É fantasia, baby, não diversão.
— Oh, o outro fazia mais sentido, na verdade — ela estava séria.
Bonitinha, mas séria.
— O que quer dizer, Lauren? —
Taylor olhou para a irmã com censura em seus olhos.
Merda!
Camila não queria lidar com isso na frente de seus irmãos.
— Deixa quieto, Taylor — ela ordenou.
Lauren imediatamente percebeu que tinha falado fora de hora.
— Eu sinto muito — ela sussurrou.
— Eu apenas assumi que todos
tinham entendido o que está acontecendo.
— Entendido o quê? —
Christopher perguntou.
— Está tudo bem, Camila.
Eu não quero que vocês discutam — Lauren tentou reparar os danos.
Camila olhou para a sua tigela, sem saber se sentia culpa ou raiva.
Ela optou por raiva.
— Simplesmente não é da conta de ninguém, Lauren — ela falou suavemente, mas com firmeza.
— Desculpe — ela sussurrou.
Pegando sua tigela, com apenas algumas mordidas faltando, colocou-a no balcão e correu para a escada.

— O que você fez? —
Normani perguntou a sua irmã, à queima-roupa.
— Lauren sabe o motivo —
Camila não encontrou os olhos de sua irmã.
— Você disse a ela que ela era apenas um caso curto e desprezível? — Normani levantou-se e caminhou até a cadeira de sua irmã.
— Eu não usei a palavra desprezível — Camila mordeu cada palavra.
— Eu só esclareci a situação. Expliquei que eu não estava interessada em qualquer coisa
permanente, que não tinha intenção de me casar novamente e que eu não poderia
fazer promessas.
— Elegante, Camila, elegante — decepção escorrendo em cada palavra que Normani falou.
— Você não sabe que Lauren é um peixe-grande?
— Ela disse que um caso ocasional combinava perfeitamente com os planos
dela, que ela não poderia fazer promessas, também — mesmo para os ouvidos da
própria Camila, suas palavras soaram lamentáveis.
Normani ficou lá por um momento, como se quisesse dizer mais alguma coisa.
Depois de um tempo, apenas balançou a cabeça, sentou-se e comeu em silêncio.
— Vá até ela, Camila .
— Taylor implorou todos os olhos focados em sua irmã
mais velha, esperando que fizesse a coisa certa. — Ela é uma pessoa doce. Você não quer deixá-la chorando lá em cima sozinha.
Ela não fez nada de errado.
Não discutiu com ninguém.
Eles estavam certos.
Camila jogou o guardanapo e correu para as escadas.
Confiava em Camila para
forçar e conseguir a verdade para fora, mesmo quando ela não queria. Foi para o seu quarto primeiro, afinal, é onde ela disse que ela pertencia.
Ela não estava lá.

Em seguida, verificou o quarto de Bess.
Estava vazio também.
Um arrepio
de pânico rastejou em sua espinha.
Saindo pela porta dos fundos,  começou a procurar por ela. Encontrou-a no celeiro, escovando Kismet, o Appaloosa de Normani. Enquanto ela arrumava o
grande cavalo, ela falava com ele.
— Você é tão bonito.
Você sabia disso? — ela foi andando atrás do grande
cavalo, Camila prendeu a respiração. Kismet era um animal bom, ele nunca dava coice, mas você tinha que ter cuidado quando se colocava ao alcance de duros e
mortais cascos.
— Eu gosto de escovar você. Isso me faz sentir melhor — começou a ir até ela, mas ela continuou a falar, então ouviu. — Eu irritei Camila.
Não foi minha intenção.
Eu preferiria cortar fora meu dedo
— ela deu a volta em
torno do cavalo grande, até que tudo o que se podia ver dela era apenas a parte superior de sua cabeça.
— Ela é uma boa mulher.
Se as coisas fossem diferentes...
— então sua voz se desvaneceu em um sussurro.
Camila não aguentou mais, e
caminhou até o Kismet, inclinou-se e pegou-a.
Assustando-a:
— Deus do Céu — ela gritou.
O estranho pequeno ditado quase fez Camila chorar.
O que estava errado com ela?
Esta pequena mulher estava virando seu mundo de cabeça para baixo. Quando ela percebeu o que estava acontecendo, se
derreteu nela.
— Não fique com raiva de mim, me desculpe.
Eu sinto muito.
Camila, eu só estava tentando manter as coisas leves.
Eu não sabia que eles não
compreenderiam.
Quando sentiu a umidade em seu pescoço, quase se perdeu.

— Eu não estou brava, amor.
Está tudo bem, foi tudo culpa minha, não sua. Eu não posso esperar que você saiba o que está acontecendo em minha mente a
não ser que eu lhe diga.
Tudo o que você sabia era o que eu lhe disse.
Não chore querida.
Eu não posso suportar isso.
Não chore — tentando agradá-la, ela se ajeitou e enxugou os olhos.
— A partir de agora, eu vou manter minha boca fechada, não vou dizer
nada. Eu prometo. Estar entre você e seus irmãos é a última coisa que eu iria querer fazer
— Outra vez, Camila lembrou de sua ex e o prazer que ela teve em
causar problemas.
Ela estaria rindo agora, em vez de implorar chorando o seu
perdão.
— Não segure a língua por minha conta, baby, se eu não sou mulher o
suficiente para aguentar o que eu digo, eu não preciso dizer nada — ela beijou o
rastro de lágrimas de suas bochechas.
— Você pode me dizer o que eu fiz de errado, para que eu possa ter certeza
de não fazer isso de novo? — ela soluçou a questão.
Soprando a respiração,
Camila mordeu-se.
Ela não queria machucá-la mais do
que já tinha machucado .
— Eles queriam que eu e você fôssemos de verdade.
Meus irmãos se preocupam comigo. Eles têm a esperança de que eu não vá envelhecer sozinha —
inclinando a cabeça contra seu peito, ela se esfregou no material que cobria seus seios.
— Diga-lhes que é real — ela ficou muito quieta.
Ela continuou.
— Pelo tempo que durar, é real.
Isso não é mentira, não da minha parte de qualquer
maneira.
Eu não estou fingindo.
Eu acho que você é a mulher mais maravilhosa do mundo e eu sou a mulher mais sortuda para chegar a gastar até uma hora em
seus braços — apertou-a em seu abraço. — Então lhes diga para não se preocupar, enquanto eu estiver aqui, eu vou valorizar você.
E depois que eu me for, você vai
estar tão acostumada a ser amada, que você vai virar cada cacto e pedra de cabeça para baixo procurando alguém para me substituir.
Suas palavras fizeram seu coração doer.
Ela realmente não entendia, mas a
sensação era afiada o suficiente para fazê-la fechar os olhos de dor.
Substituí-la? Sem chance.

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