1- Coitada da Criança

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CAPÍTULO UM

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CAPÍTULO UM

"Coitada da Criança"

♦ ♦ ♦

DEZOITO ANOS E OITO MESES PARA "O DIA"

— Assassina! — O som da voz masculina preenchia a pequena sala de estar daquela casa por inteiro. Ele dizia com vivacidade, convicto de que não cometia nenhuma calúnia.

Seus olhos arregalados, sua sobrancelha levantada, os cabelos castanhos mais bagunçados que de costume e o suor que corria por todo o seu corpo denunciava o sentimento que dominava a sua mente e coração: Desespero.

No entanto, o estado de pânico do homem causava apenas prazer para a segunda pessoa presente naquele local. O salto alto desta a deixava ainda mais alta do que já era, enquanto seu vestido preto e seus brincos grandes lhe proporcionavam mais elegância. Seus cabelos castanhos e lisos, que não eram muito mais escuros que a cor de sua pele, caíam sobre seus ombros. Seus lábios, vermelhos pelo batom, abriram-se em um sorriso maquiavélico.

— Chame-me do que quiser! — Ela disse, unindo as sobrancelhas, adotando novamente uma postura mais séria e determinada — Você não me serve de mais nada!

Ao pronunciar tal frase, sacou uma pistola da pequena bolsa que carregava sobre si. O coração do homem acelerou mais ainda. Tentou gritar, mas antes que conseguisse, a mulher mirou na cabeça dele, destravou a arma e apertou o gatilho.

Ouviu-se um estrondo.

Após isso, a jovem moça observou sua vítima, caída no chão, manchada com o líquido escarlate. Em seguida, enrolou seu armamento em um lenço e guardou novamente em sua bolsa. Virou seu corpo em direção a porta e, com passos calmos e graciosos, ausentou-se do lugar.

De repente, todas as luzes se apagaram por um momento. Nada daquele cenário poderia ser visto devido a escuridão. O apagão durou cerca de um minuto.

E então, as luzes se acenderam novamente. Dessa vez, a vítima havia se levantado. Não só ele, mas também as outras pessoas que participavam daquela encenação, incluindo a mulher que fazia o papel de assassina. Cerca de quinze pessoas que, espontaneamente, se reuniram e deram-se as mãos.

Logo depois, do outro lado do palco, os espectadores aplaudiam com vivacidade aquele belo espetáculo.

Contentes, os atores daquela peça teatral agradeceram nobremente aqueles que se dispuseram a assisti-los curvando-se simultaneamente.

♦ ♦ ♦

Uma hora após o final da peça teatral, a jovem que, outrora, fazia o papel da ardilosa Ivana, já estava completamente descaracterizada. Em seu corpo, ao invés do luxuoso vestido preto, ela usava uma calça jeans simples com uma blusa branca. Tirou a peruca que usara para interpretar a sua personagem, exibindo os cabelos cacheados que tanto se orgulhava.

Assassinato Verde-OlivaOnde histórias criam vida. Descubra agora