15- Porque eu quero

70 11 56
                                    

CAPÍTULO QUINZE

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

CAPÍTULO QUINZE

"Porque eu quero"

♦ ♦ ♦

O tenente Alan Nunes se voluntariou para ser o próximo interrogado.

O homem alto entrou no recinto e logo se sentou na cadeira. Manteve seu corpo reto, peito estufado e o olhar sério, encarando Jean Smith não de igual para igual, mas como se fosse superior.

O sujeito, assim como seu tio, era um oficial de carreira do Exército. Teve uma formação de cinco anos na Academia Militar das Agulhas Negras. Certamente os mais difíceis de toda a sua vida, em que precisou sacrificar o convívio em família para viver em internato em uma rotina rígida de estudos, atividades físicas e exercícios em campo.

Diferentemente do investigador a sua frente, que enfrentou apenas um ano de instruções em regime de meio expediente, perto de sua casa, enquanto fazia sua faculdade civil. No entanto, sua carreira no Exército não passaria de oito anos.

Sem dúvidas, o sacrifício que Alan Nunes fez foi bem maior que o de Jean. No entanto, aquele fato, para o primeiro, era motivo suficiente para desvalorizar o trabalho do temporário em relação ao seu.

— Anda logo, Jean! — Ele disse, cruzando os braços, em deboche — Daqui a pouco você tem que render o serviço, hein! Não vá esquecer.

— Eu sei o que devo fazer no meu trabalho, Alan — Ele avisou, calmamente, ainda paciente com o companheiro de farda — Preciso que você me diga, detalhadamente, sobre o que fez nesta noite.

— Não sei se posso te ajudar muito quanto a isso. Mas eu falo. Ontem eu fiquei em casa durante o dia. Saí apenas para fazer algumas compras, logo depois do serviço. Coisa rápida. E voltei. Mas isso foi logo de manhã. À tarde, fiquei à toa em casa. Quando deu umas seis horas, convenci Isaque a ir ao shopping comigo comer alguma coisa. Fomos mesmo. Comemos em uma pizzaria. Mas não era bem aquela a "comida" que eu me referia — ele fez uma pausa, deixando sair um som abafado de seu sorriso malicioso — Você sabe, o garoto está com uma fama de gay pelo NPOR. E depois que descobri que ele era virgem, não resisti. Disse que iríamos voltar pra casa e o levei ele a uma casa de massagem que, bem... Não faz só massagem.

— Você fez o quê? — Jean erguia apenas uma das sobrancelhas e o lado esquerdo da boca.

— Foi o que você ouviu. Seu "aluninho" não é mais um cabaço.

— Continue logo, Alan! Antes que eu perca a cabeça aqui — Jean arregalou os olhos e se ajeitou em seu assento. Estava incrédulo.

Alan respirou fundo e inclinou a cabeça, ainda encarando o seu colega. Deu de ombros para a repreensão. Pousou suas mãos nas pernas e tentou continuar.

Assassinato Verde-OlivaOnde histórias criam vida. Descubra agora