EPÍLOGO

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EPÍLOGO

O Amor Que Enche

UM MÊS APÓS "O DIA"  

Eram sete horas da noite de domingo. Início de outubro.

A Igreja Evangélica Fonte era estruturada por paredes grossas, firmes e altas, pintadas de um amarelo claro tanto no interior, quanto no exterior. Janelas grandes eram colocadas em ambos os lados, simetricamente. O espaço grande era refrigerado por potentes ares-condicionados e ventiladores.

A frente da igreja, por outro lado, era pintada de preto, para não cansar a vista dos fiéis. O palco era feito com um material parecido com veludo, cor de vinho, que ficava há cerca de um metro acima do chão, para que os ouvintes pudessem enxergar o palestrante sem muitos problemas.

No púlpito, havia, de um lado, os bancos pretos destinados exclusivamente para os membros da orquestra. Do outro, ficavam os microfones e instrumentos para os responsáveis pelo louvor. No centro, existia um púlpito de madeira polida.

De frente para ele, cerca de oitocentas pessoas estavam sentadas esperando ansiosamente pelo início do culto que tanto lhes era importante para a alimentação da alma.

Vinícius se sentava na coluna do meio. Na quarta fileira de bancos. Estava muito bem vestido. Havia comprado uma roupa nova do estilo esporte fino para a ocasião. Não que aquilo fosse necessário para entrar no recinto, mas ele se sentiu bem cuidando mais de sua aparência.

Por algum motivo, estava se tornando mais vaidoso.

De repente, oito pessoas subiram ao palco. Entre elas, uma foi facilmente reconhecível para o rapaz.

Astrid Hoegen usava um vestido preto que se alongava até seu joelho. Seu cabelo estava solto, com apenas uma trança envolvendo sua nuca. Calçava um salto alto que a deixava ainda mais atraente. O coração do rapaz pulsou mais forte quando a viu.

Ela pegou o microfone e se posicionou de frente para todas aquelas pessoas. Seus olhos azuis logo encontraram os castanhos de Vinícius e a moça não deixou de esboçar um ligeiro sorriso. Aquilo preencheu o coração do rapaz de uma forma impressionante.

Logo, os olhares da jovem se voltaram para outra pessoa que chegava, meio perdida ainda, no fundo da igreja. Seus olhos arregalaram e seu coração se encheu de mais alegria ainda pela presença deste.

Isaque caminhava, timidamente, nos cantos, procurando pelo seu amigo. Ele sabia que Vinícius estaria ali e, como não conhecia mais ninguém, queria sentar perto dele para não se sentir deslocado.

"Por que foi sentar tão na frente?" Ele pensou, após reconhecer o jovem.

Quando se aproximou do outro Aluno, Dantas ergueu as sobrancelhas e exibiu um sorriso sem graça para ele. Logo, estendeu-lhe a mão e os dois se cumprimentaram.

— Tem gente sentada aqui do lado? — Ele perguntou, chegando perto do ouvido dele.

— Não, não! Pode sentar — Ele disse, dando espaço para que o amigo se acomodasse.

Na verdade, ele queria dizer que sim. Mas não poderia mentir. Não ali. Não para Isaque. Ele apreciava muito a presença do amigo, mas, naquela situação, gostaria que fossem apenas ele e Astrid.

Assim que Isaque se assentou, uma voz doce e suave preencheu aquele grande recinto.

— Boa noite, igreja! — A loira falava no microfone. Uma voz melodiosa e suave. Ela exibia um sorriso verdadeiro. Seu peito se enchia de alegria por estar ali. Mais ainda pela presença de dois de seus amigos.

Assassinato Verde-OlivaOnde histórias criam vida. Descubra agora