9- A Vilã da História

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CAPÍTULO NOVE

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CAPÍTULO NOVE

"A Vilã da História"

♦ ♦ ♦

TRÊS MESES PARA "O DIA"

Leandro Magno respirava fundo. Por dentro daquele paletó preto e elegante, o coração do homem pulsava mais acelerado que o normal. Por vezes, assoprava forte, para tentar manter a calma, mas o movimento de suas mãos e pernas denunciavam seu nervosismo.

Estava quase na hora.

Sentado sobre a poltrona, o Tenente-Coronel contava os segundos necessários para a apresentação de teatro começar na sua frente. Ele escolhera logo a coluna do meio, na terceira fileira mais próxima do palco. Queria ver tudo com perfeição. Mas, principalmente, queria chegar perto de uma atriz. E observá-la com todos os detalhes possíveis.

Já havia assistido aquele show. Soube dele fazia bastante tempo. Mas da última vez, ele ficou retraído, em seu canto, despercebido. No entanto, agora seria diferente. Ele queria se mostrar.

Quando o relógio marcou nove horas da noite, as cortinas se abriram.

A representação de um pequeno vilarejo se formou. Algumas pessoas também estavam lá, cada uma em seu canto, fazendo suas atividades, aparentemente, corriqueiras. Algumas moças conversavam entre si, crianças brincavam de bola, havia um senhor montado em um jegue, uma mulher de idade avançada costurando, entre outros. Suas roupas eram velhas e gastas. Não pareciam ser dos dias atuais. Tudo dava a entender que se tratava de uma história do início do século XX.

— Oh! — Uma voz feminina ecoou por todo o palco. De repente, do lado direito, a figura de uma mulher branca e loira se fez presente, correndo assustada — Meu marido! Meu marido! Ele está... Está morto!

— Como assim? — Uma outra moça que aparentava ter trinta anos questionou. Esta, tinha pele negra clara e cabelos crespos. Pelas suas roupas, parecia ser uma empregada que cuidava de uma das crianças que jogavam bola. Era alta e magra. Muito atraente.

Leandro a reconheceu, sem dúvidas. Na peça teatral, seu nome era Lauren. Mas o militar sabia quem ela era fora do palco. Seu nome era lindo. Artístico. Estela Steinberg.

Ao pronunciar tais palavras, a atriz dirigiu seus olhos ao público, encontrando as pupilas azuis de Leandro Magno. Aqueles olhos eram bem reconhecíveis. Seus traços, cabelos, jeito de se expressar... Mesmo após dezoito anos, a imagem do militar ainda se fez presente em sua cabeça. Não mais com o sentimento de antes, obviamente.

De certa forma, aquilo a incomodou no fundo do coração. Ficou por alguns instantes tentando assimilar aquilo que via. Fechou os olhos e os abriu de novo. Ele continuava lá. Deixou de prestar atenção na sequência da cena. Quando viu, já estava na hora da sua próxima fala.

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