17- Não conte para ninguém

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CAPÍTULO DEZESSETE

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CAPÍTULO DEZESSETE

"Não conte para ninguém"

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Ao saírem do quarto onde fizeram o interrogatório da esposa e dos sobrinhos da vítima, Jean e Vinícius se direcionaram a sala de estar, onde presenciaram um momento em família.

Naquela altura do campeonato, o estado real de Isaque já era de conhecimento de todos. Após o garoto ser liberado do interrogatório, o mesmo foi recebido pelo irmão e tia com bastante carinho e afeto.

Por um lado, era inevitável o desconforto que o aluno sentia em ser o centro das atenções, e que nessas atenções, o olhar era de pena. Mas aos poucos, esse mal-estar foi dando lugar a paz que aflorava em seu peito ao receber um gesto de afeto, que era muito maior que qualquer sentimento ruim.

Ao vê-lo chorando e profundamente triste, a mulher o envolveu em um abraço acolhedor, que foi recebido bem. Os dois tinham praticamente a mesma altura, sendo que Isaque era um pouco mais alto que ela. Carmen parecia realmente se importar com o militar, mesmo ele não compartilhando de seu sangue. Os dois ficaram um bom tempo ali.

O jovem apenas fechava os olhos e aproveitava todo aquele apoio e carinho que há tanto tempo não recebia.

Ao desfazer o gesto, a mulher o encarou no fundo dos olhos e secou seu rosto inchado e molhado.

— Você não merece isso — ela disse, mesmo sabendo apenas superficialmente da situação que o garoto estava envolvido — Sei que você não me tem como aquela tia amigável e legal, mas estou mudando. Mesmo com Leandro falecido, saiba que pode contar comigo, tá?

— Obrigado, tia! — Ele disse, dando um ligeiro sorriso de canto.

— Sabe a Astrid? Minha empregada? — Ela perguntou e ele balançou a cabeça, positivamente — Ela está cursando Psicologia. Falei com ela e ela disse que vem aqui conversar contigo. Seu irmão que me sugeriu isso! Tudo bem?

— Está sim! Muito obrigado mesmo! — Ele falou, com sinceridade, e a abraçou mais uma vez.

O Primeiro-Tenente Alan Nunes observava a cena encostado em seu sofá, esperando com o coração apertado a sua hora de falar com o irmão. E assim que Carmen e Isaque se afastaram, ele se aproximou.

— Maninho — Ele disse, chegando bem perto e logo envolvendo o garoto com os braços, em um abraço sincero, mas sem jeito. Como era mais alto, precisou se curvar — Fica assim não, cara!

Isaque não se lembrava qual fora a última vez que recebeu um abraço de Alan. Por mais que naquele não houvesse tanta emoção. Apesar de estarem vivendo juntos há alguns meses, o tenente não tinha o hábito de demonstrar afeto. Nem ao seu irmão, nem a ninguém. Como se isso o tornasse menos homem. Manteve essa característica mesmo quando Isaque mais precisava dele. Era como se fossem apenas colegas de quarto, que dividiam as tarefas da casa para nenhum ficar sobrecarregado. Praticamente não conversavam sobre nada. Sabia da depressão de Isaque, mas acreditava ser algo banal, passageiro. Sentia certa vergonha em tocar no assunto de drogas e da sexualidade, ou até mesmo em expor seu amor fraternal. Mas naquele momento, ele viu que devia mudar sua postura.

Assassinato Verde-OlivaOnde histórias criam vida. Descubra agora