11- O Dia

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CAPÍTULO ONZE

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CAPÍTULO ONZE

"O Dia"

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"O DIA"

O serviço daquele sábado parecia que ia começar tranquilo como sempre. O 1º Tenente Smith grifou, na Parada Diária, todas as recomendações necessárias para os soldados-recrutas, dizendo a eles tudo o que aconteceria.

Nada além do que todos já sabiam: não pode dormir na hora errada, não pode tirar nenhuma peça do fardamento, deve prestar bastante atenção no seu posto, entre outras regras já conhecidas. Ele também mandou a Sargento Kelvin recolher todos os celulares dos soldados, para que não houvesse risco de distração da parte deles.

Após as orientações, era a hora de o oficial e os sargentos fazerem uma inspeção no uniforme de cada soldado e cabo presente. Era primordial que todos estivessem com a melhor farda. Afinal, o pessoal de serviço é sempre o primeiro a ser visto por alguém de fora. Era importante, para zelar a imagem do Exército, que todos estivessem bem apresentáveis.

O Soldado Vitor estava lá. Suas vestimentas não eram as melhores. Seu coturno não havia sido polido recentemente, sua barba estava por fazer e nem sinal de seu cabelo ter sido cortado. No entanto, mesmo não fazendo muito esforço para ser bem visto, sua aparência parecia muito melhor que a de dias atrás, em que só andava curvado, com olheiras fundas e péssima postura.

Quando a Terceiro-Sargento Kelvin se aproximou dele, para revista-lo, ele estufou o peito, fez uma expressão séria e tomou a posição de "Sentido".

Ela o observava lentamente de cima para baixo, com as mãos nas costas. Em seguida, encarou o rapaz. Estreitou os olhos e apanhou, de seu bolso, um pequeno bloco de anotações.

— Número, Soldado! — Ela disse, autoritária.

— 140, Sargento! — Ele exclamou, olhando de relance a mulher fazendo a sua anotação.

— Você acha que eu tenho pena dessa tua cara de derrotado? — Ela falava em um volume baixo, aproximando-se vagarosamente dele, não deixando de ser hostil — Acha que não notei sua "moralzinha" lixo antes de eu chegar perto? Acha que sua apresentação individual passaria batida?

Ela franzia o cenho para falar. Ao redor dos dois, os cabos e soldados, que precisavam ficar em forma, imóveis, ouviam com o coração apertado a cena. O oficial e os sargentos podiam observar a advertência que Kelvin dava a seu subordinado.

— S-Sargento, eu... — Vitor gaguejava, com o coração apertado, mordendo os lábios com as lágrimas querendo sair.

— Não te dei permissão para falar, soldado! Cale-se! — Ela disse, em um tom duro e firme. Olhou novamente para suas anotações — Além da postura lixo, está com: coturno sujo, cabelos grandes, equipamento mulambo, farda do campo, cara ralada, barba de Papai Noel... E olha só! Observado negativamente seis vezes! Você quer ser preso, é? Porque já pode esquecer de ser engajado!

Assassinato Verde-OlivaOnde histórias criam vida. Descubra agora