Capítulo 8 - Obsessão Sombria

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- Seu merdinha! Veja isso! Olhe bem!

Ele pega minha cabeça e me obriga a assistir a cena mais terrível da minha vida...

- Foi assim que você nasceu! Foi disso que você surgiu!

- Para... - Falo já soluçando.

- Aquela vagabunda da sua mãe, quis manter você, mesmo sabendo que você é um filhote de demônio.

Mas ela vai pagar por seus pecados.

- Deixe-o em paz! - Mamãe surge me abraçando.

Eu a abraço fortemente sentindo o cheiro floral que ela tem. Isso me dá paz.

- Demônios não tem paz, sua desgraçada!

Ele a puxa pelos cabelos e caminha em direção a lareira, puxa um instrumento de ferro que está com a ponta vermelha de quente.

- Abra a boca, vadia!

- Não... Não... - Mamãe implora desesperada.

- Não! - Exclamou, mas não consigo fazer nada, tenho medo.

Ele enfia o ferro na boca da mamãe e eu grito junto com ela, um grito estrangulado se unindo ao outro.

- Paree!

Quando vejo estou em cima dele o enforcando, ele sorri pra mim, diabólicamente.

- Isso! Mate-me, seu imprestável! Sirva para mais alguma coisa além de dar desgosto!

Aperto com mais força e ele começa a se debater.

Lentamente a imagem vai se distorcendo.

- Nick...- Diz ele com uma voz diferente, uma voz que não é dele.

Começo a ver Lissara na cama desfalecendo em baixo de mim, seus lábios já roxos e seus olhos ficando vermelho.

Tiro minhas mãos de seu pescoço e as levo até minha cabeça.

QUE PORRA EU FIZ?!

Quando a solto, ela não puxa o ar e eu a pego no colo correndo para levá-la pra fora.

Destranco a porta rapidamente e a deito no chão da varanda onde bate o vento fresco.

Ela não puxa o ar, então faço respiração boca a boca. Seus lábios estão frios e isso me perturba.

Eu sempre a quis morta e agora que vejo como ela ficaria, tenho horror a isso.

- Lissara! - Grito.

Um, dois, três.

Sopro ar em sua boca.

- Lissa!

Repito o processo, até ela respirar sozinha.

Esta respirando, mas pouco e lento.

- Liss! - Minha voz sai num sussurro.

- Não... Não posso... - Ela resmunga.

- Não pode o que? - Pergunto confuso. Ela está acordada?

- Não dá... - Ela franze o cenho e começa a se virar de um lado pro outro.

- Não! - Ela grita e puxa uma lufada de ar de uma vez só.

Porra! Meu coração martela no meu ouvido e eu nem sabia que possuía essa merda.

Ela está um tanto tonta e desnorteada.

- Liss, fala comigo, você está bem?

- Você... Você... - Ela tenta falar, mas não consegue, seus olhos me acusam.

Amor SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora