Capítulo 3 - Não Confie em Estranhos!

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Meu corpo todo treme de raiva, ódio, tristeza e agonia. Estava quase em convulsão.

- Calma, Lissa, foi só brincadeira. Como você não acreditava, nós achamos...

- ACHARAM O QUE? ACHARAM QUE EU IA ACHAR ENGRAÇADO VER MAIS GENTE PRÓXIMA A MIM MORRER? ACHOU QUE SERIA ENGRAÇADO ME FAZER SENTIR MAIS AGONIA E DESESPERO DO QUE JÁ SENTI DURANTE ESSA MINHA VIDA DESGRAÇADA? - Eu gritava para eles de forma insana.

A loira e o moreno me olhavam como se eu fosse louca, Val e Michel com pena e arrependimento e o ruivo mordia o lábio pra não ri.

Prestes a explodir corri de volta para o campo onde estava a minha mochila e voltei pra trilha.

Quando cheguei na trilha, olhei para onde eles disseram que se continuassemos encontraríamos um trecho interditado.

Fechei as mãos em punho com raiva e adrenalina.

Sem pensar duas vezes segui para o trecho interditado.

- Vou mostrar pra eles que essa merda não passa de uma lenda! - Disse pra mim mesma entre dentes.

Avancei na trilha e, depois de uns 15 minutos andando, cheguei em um local que tinha faixas amarelas cercando o caminho. Havia várias placas também avisando perigo e não entre.

Eu sorri insanamente. O pior que poderia acontecer seria eu nunca mais voltar viva e, no momento, a morte seria um presente!

Comecei a rasgar as fitas gritando e q jogar as placas no chão.

- DANE-SE ESSA MERDA TODA!

Abri a passagem e corri pra dentro da mata.

O caminho por lá ficava mais apertado.

Andei até marcar 20 minutos no cronômetro e nada, não vi nenhum resto mortal de ninguém.

Andei mais um pouco quando vi algo brilhar pendurado em um arbusto.

Me aproximei e vi que era um colar.

Peguei o objeto e analisei. Parecia ser aqueles colares que possuem foto dentro. Tentei abrir mas estava bem difícil.

Senti algo pingar no meu rosto.

Olhei pro alto agora sim, vi os corpos pendurados.

Comecei a rir, ri alto e descontroladamente, meu corpo tremia e minha barriga doía de ri.

- Vocês acham que vou cair nessa? De novo?

Limpei o "sangue" do meu rosto e tirei uma blusa da minha bolsa e comecei a tentar escalar a árvore.

Eles acham que com bonecos vão me assustar? Ri mais ainda.

Quando cheguei ao meio da árvore, senti um cheiro de carniça, cheiro de podre. Fiquei desnorteada e cai no chão e todo meu peso ficou sobre meu pé direito.

- Aí... - Gemi.

Fechei os olhos de dor e quando os abri, gritei de susto ao ver uma figura pálida de olhos azuis e casaco preto.

- Aqui não é o melhor lugar para uma garotinha passear. - Disse a voz aveludada que era bem familiar.

- A única garotinha que estou vendo aqui é você! – Rebati.

- Wowww! Dizem que cachorro que ladra não morde.

Apenas o encarei, ele parecia muito com o Green...

- Pelo visto você sofre de uma doença crônica de encarar pessoas. - Ele disse me encarando de volta. Seus olhos eram como uma imensidão azul do oceano era fácil me perder neles. Desviei o olhar com medo de afundar nesse mar.

Amor SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora