Amor Sombrio

Capítulo 23 - Vínculo Sombrio

- Desculpa Val, eu deveria estar no seu lugar... M-m-me p-p-erdo... P-perdoe!

Ouço Lissara dizer antes de desmaiar completamente indefesa em meus braços.

Sinto uma leve irritação por ela achar que merecia estar no lugar da amiga vadia.

Eu jamais permitiria um só arranhão em Lissara, imagina a morte.

Mesmo desacordada ela ainda chorava e isso me causou um sentimento estranho.

Fui longe demais?

Foda-se.

Ela precisa entender que ela.é.minha!

Nossa!

***

Carreguei Lissara até o quarto da nossa nova casa... Ela ia adorar saber onde moraríamos agora, mas eu não diria, esperaria ela perguntar.

Ao colocar Lissara na cama, pude observar o seu belo corpo e sua respiração tranquila.
Observando-a assim, não aguentei, deitei sobre ela cheirei seu pescoço que tinha aquele cheiro viciante floral.

Embriagado pelo cheiro, beijei seu pescoço até chegar nos seus lábios.

Porra! Que saudade...

Me contive para não fazer coisa pior, mas a minha vontade era a despir toda e continuar de onde paramos.

Imagens do seu rosto corado ao ter um orgasmo invadiram minha mente e eu sai correndo dali para tomar um banho e esfriar a cabeça. Mas não me esqueci de trancar a porta.

Antes do banho, lembrei que o corpo da Valéria ainda estava lá fora.

Minha vontade era pendura-lá com a pilha de corpos na floresta, mas isso seria demais para Lissara, então apenas enchi o corpo dela com pedras e afundei seu cadáver no rio.

Voltei e tomei um longo banho.
Já faziam 2h que Lissara estava apagada e em breve acordaria.

Preparei um lanche pra ela, pois constato que deve estar sem comer desde ontem à tarde, antes do... Pedido.

A nuvem negra se aproxima de mim ao lembrar que ela me negou e talvez não me queira nunca depois do que eu fiz com sua amiga vadia.

Ela querer ou não, não faz diferença. Será nossa assim mesmo.

A voz maligna dentro de mim me deixou mais calmo e eu subi de encontro à minha bela adormecida que provavelmente já estava acordada.

Ao abrir a porta, minha visão foi até Lissara que estava encarando o teto como se estivesse em um transe.

Nem a minha presença a faz desviar o olhar e sinto uma leve irritação pela indiferença dela à minha presença.

- Trouxe algo para você comer. - Digo com a voz grave e cautelosa.

Por favor, Lissara, não surte novamente!

- Lissara. - Digo em tom de advertência pois a irritação cresce dentro de mim.

A vejo tremer e fico satisfeito.

Ela se levanta e fica sentada, seu rosto impassível e sem vida. Ela ainda não me olha.

Odeio vê-la assim.

- Por que? - Ela solta num fio de voz e eu quase não tenho certeza do se ouvi o que ela falou.

- Porque o que Lissara? - Passo a mão no cabelo para controlar minha irritação.

Ela continua com o maldito silêncio mas agora mais lágrimas caem de seus olhar lindos e vermelhos.