Capítulo 22 - Prisioneira

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Uma risada louca doentia e medonha preencheu todo o vaco da floresta.
Eu apenas conseguia observá-lo intercalando meu olhar entre ele e Val que chorava de medo.

- Implore... - Ele para de ri abruptamente e me lança um olhar de desdém e superioridade pronunciando cada palavra lentamente.

Meu ego revira dentro de mim e meu primeiro pensamento é mandá-lo para o inferno, mas vejo Val gritar um "por favor" abafado pelo pano que cobria sua boca.

Nicolas enfia uma faca em sua coxa direita que quase a faz cair do banco e eu fico louca com a cena.

- EU NÃO FALEI VOCÊ SUA VADIA! - Grita parecendo um louco descontrolado.
Depois se acalma e olha pra MIM. - se prefere que ela morra...

Ele novamente colo lá o pé no banco em que Val estava ameaçando o chutar.

- Não! - Grito e engulo em seco não acreditando no que ia fazer. - Por favor... Por favor não faça isso...

Vejo um sorriso satisfeito na cara dele que logo some.

- De joelhos, amor... - Seu olhar é negro e transborda ódio.

Achando que era impossível me sentir mais humilhada, caio sobre meus joelhos no chão e junto a mão em forma de súplica.
Lágrimas rolam do meu rosto enquanto suplico novamente.

- Por favor...

- Não estou convencido, Lissara... Pode fazer melhor que isso. - Ele retira a faca da perna da Val e eu choro ao ver o sangue jorrar enquanto ela grita de dor e quase se desequilibra novamente.

Ela não aguentaria muito tempo.

- Por favor, eu imploro! Eu faço tudo o que quiser, basta me dizer, apenas deixe-a, p-por favor! - Peço em soluços.

Nicolas vem até mim e segura minhas bochechas ente seus dedos indicador e polegar, sujando meu rosto com sangue.

Assim de perto, consigo fitar seus olhos e a densa escuridão que vaga neles, o ódio transbordante e o desejo de matar. Naquele momento, eu tive quase certeza de que ele não a deixaria escapar viva...

- Tudo que eu quiser? - Pergunta com um sorriso que não chega ao seus olhos.

Me limito apenas a acenar com a cabeça.

- Então me mate. - Ele coloca a faca na minha mão e se ajoelha na minha frente.

Olho para ele como se fosse louco e de fato ele é.

- Essa é a sua chance de salvar sua amiga, e se livrar de mim, pois eu não vou te deixar em paz e jamais me afastarei de você enquanto eu viver!

Seu sorriso era demoníaco agora e me causou profundos arrepios.

Minhas mãos tremiam e eu não conseguia fazer nada...
Jamais teria coragem de matar alguém ainda mais ele...

Decido no impulso empurrá-lo e correr até Val.

Corto a fina corda antes que Nicolas nos alcance e o corpo se Val despenca no chão.

Nicolas anda até mim bufando e furioso.

Tento ajudar Val a se levantar mas logo sou puxada e lançada para o chão.

Vejo Nicolas pegar a faca que eu deixei cair e ir até Val.

Me levanto correndo e pulo em cima dele na intenção de derrubá-lo novamente, mas ele não cai, apenas tenta me tirar de cima dele.

- Corre, Val! CORRE! - Grito com todas as forças e ela faz o que pode pra correr, mas estava debilitada, o máximo que conseguiu foi se arrastar.

Amor SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora