02 | O primeiro respingo

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essa fic é com certeza a coisa mais soft que já escrevi, eu tô tendo um ataque de tão fofa

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Changkyun molhou os lábios e engoliu em seco quando o último fogo de artifício explodiu. Ele ainda tinha seus orbes fixos nos do menor.
Olhá-lo era viciante; era como se fosse uma droga. E Changkyun estava viciado.
O de fios rosados desviou seu olhar e girou os calcanhares para longe do morro, puxando o amigo para a calçada do festival.

— O que acabou de acontecer? — Jooheon indagou. Changkyun apenas suspirou. Não conseguia pensar: seu coração estava a mil por segundo. Era como se fosse pular de seu peito.

Changkyun queria ir atrás do garoto, dizer o quanto era bonito e tinha um olhar sem pudor. Queria mas não podia, afinal, seria estranho aproximar-se de repente de um completo desconhecido. Talvez o fosse assustar. O de fios de mel deu um passo e o solado de seu tênis esmagou um objeto: Changkyun ajoelhou-se para pegar um chaveiro, esse que tinha desenhos de morangos e algumas folhas, simbolizando os ramos da fruta quando era plantada.
Changkyun pegou-o e olhou para o de fios rosados, que já não estava em seu campo de visão. Apertou o chaveiro entre seus dedos e contorceu os lábios.

— O que é isso? — Jooheon perguntou as se aproximar e apontou para o objeto.

— Um chaveiro — respondeu — aquele menino deve ter deixado cair.

Jooheon murmurou um "ah" e buscou fios rosados pela multidão naquele festival.

— Vamos procurá-lo, ele ainda deve estar por aqui — o primo sugeriu e Changkyun assentiu. Não sabia com que cara encararia o menor, já que invadiu sua privacidade o suficiente há pouco minutos.

Jooheon e Changkyun desceram o morro e caminharam com passos apressados até a região das tendas. A conversa era alta, sempre alguém tirava foto e o "clique" intenso fazia a mente de Changkyun girar. Provavelmente encontrar o de fios rosados o desnorteou e ele riu diante dessa possibilidade.
Se Changkyun fosse uma cor, certamente seria branco: tem todas as cores dentro de si porém não as desfruta. Ou também poderia ser o preto: absorve as cores porém não as deixa transparecer.
Lim não encontrou o garoto na ala em que estava, então, com um aceno de cabeça, avisou Jooheon que iria para o outro lado. O de fios de mel então girou os calcanhares e começou a correr, na esperança de encontrar um menino de cabelo rosado e pele branquinha em meio à tantas pessoas.
Olhou de um lado para o outro, porém não havia um sinal de vida sequer do menor. Changkyun parou para tomar fôlego próximo à uma tenda que vendia pipocas, e ao ver a pipoca adocicada rosa, segurou o riso e amaldiçoou-se por ser tão idiota. Talvez houvesse encontrado o amor de sua vida e deixou que escapasse por seus dedos.

— Você está me seguindo? — não era uma voz tão grave, nem tão aguda. Era agradável e confortável. Changkyun olhou para o lado e os orbes de ambos reencontraram-se: o garoto de cabelo rosado havia acabado de comer uma pipoca tão rosa quanto seu cabelo.

— Você deixou isso cair — Changkyun disse ao mostrar o chaveiro. Os olhinhos do menor brilharam e ele entreabriu os lábios, como se buscasse algo para dizer. O de fios de mel entregou o objeto para o outro, que alternava sua atenção entre o objeto e Changkyun.

— Obrigado — disse. Changkyun deu um sorriso tímido e assim que ia virar-se para ligar para Jooheon e dizer o quão envergonhado estava, foi interrompido por mãozinhas em sua blusa: o garoto de fios rosados o puxou discreta e cuidadosamente para que ficasse e o olhasse uma vez mais.

Era o terceiro encontro naquela noite, só que dessa vez, Changkyun não mediu a intensidade de seu olhar.

— Não posso ficar em dívida com você — o menor murmurou e molhou os lábios.

— Não precisa me pagar nem nad... — Changkyun começou porém foi interrompido pela risadinha do outro.

— O que vou te mostrar não tem valor algum... — falou e suspirou — ...para muitas pessoas.

Changkyun arqueou a sobrancelha direita e deixou que um sorriso desabrochasse em seus lábios finos.

— Kihyun — o de fios rosados disse e sorriu. Soltou o tecido macio da blusa de Changkyun, que controlou o sorriso — Yoo Kihyun.

— Changkyun — retribuiu o ato de trocarem seus nomes. Justo, Changkyun pensou — Lim Changkyun.

Kihyun estendeu a mão, e, hesitante, Changkyun a pegou, sendo arrastado pela calçada em seguida. Cambaleou devido ao repentino movimento e quase caiu, sendo agraciado com uma risada descontraída de Kihyun. Changkyun alcançou seu passo, e ao notar que Kihyun ainda não havia retirado sua mão dali, deixou que assim ficasse. Lim podia jurar sentir o calor do menor, bem como sentia os corações baterem mais rápido. Talvez pela vergonha de falarem algo a respeito ou talvez porque aquele toque era azul: sereno, tranquilo e harmonioso.

Kihyun guiou Changkyun até um campo, soltando sua mão da dele, de forma envergonhada.

— Por quê estamos aqui? — Changkyun indagou e Kihyun se sentou na grama. Deu batidinhas nas plantas para que o maior se sentasse ao seu lado. Changkyun se sentou de pernas cruzadas e olhou para Kihyun, que com o dedo indicador, apontou para cima.

Changkyun levantou o olhar e sua boca formou um perfeito "o".

— Essa também foi minha reação quando vi essas estrelas pela primeira vez — Kihyun murmurou e apoiou os braços na grama, erguendo o rosto em seguida — elas me acalmam.

Changkyun apenas assentiu; estava maravilhado com a larga quantidade de luzes no céu escuro.

— As pessoas não observam o que está acima de suas cabeças — o de fios rosados disse — só se importam com a roupa que vão vestir no dia seguinte.

O maior deu uma risada alta, concordando com um movimento singelo positivo. Desviou sua atenção para Kihyun, que estava concentrado demais para perceber que Changkyun o observava mais uma vez naquela noite, desvendando o que se passava por baixo daqueles fios rosados.

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ficou meio grande aaaa

AQUARELLA 「 Changki 」Onde histórias criam vida. Descubra agora