18 | Dois latte e uma conversa nostálgica

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oi, não me matem

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Kihyun foi quem preparou sushi para os dois. Changkyun apenas o ajudou — derrubando algumas algas e deixando Kyun as comer.
Não tardaram para terminar o jantar e logo o comeram, acompanhados de um filme qualquer que passava na televisão.
Changkyun pôs o prato em cima da mesinha da sala e olhou para Kihyun: ele dormia. Retirou o prato do menor de seu colo, com cuidado para não o acordar e então o levou junto com o seu para a cozinha. Lá, lavou tudo o que sujaram e aproveitou para colocar o arroz que sobrou na tigela de Kyun, que comeu tudo feliz.

— Chang? — Kihyun havia acabado de acordar. O cabelo estava meio bagunçado, e os olhinhos, meio inchados. Changkyun sorriu ao que se aproximou e sentou-se no braço do sofá.

— Estou aqui, Kyu. Você adormeceu e eu não quis te acordar.

Kihyun enrubesceu. Changkyun era tão... fofo.
O puxou para que se deitasse com ele — ainda estava grogue de sono. Yoo fez do maior seu travesseiro e o abraçou enquanto dormia. Changkyun tinha seu coração batendo à mil, então demorou para pregar os olhos.
Por longas horas ficou ali, aproveitando o calor de Kihyun, ouvindo seus batimentos — também acelerados.

[...]

— Chang — sentiu um beijo estalado em sua bochecha — é hora de acordar — murmurava Kihyun, baixinho.

Changkyun apenas abraçou Kihyun mais forte e deu-o um beijo no topo da cabeça.

— Não é — resmungou Lim.

— Você tem que se arrumar para irmos ao colégio.

Changkyun levantou em um pulo. Dormira a noite toda na casa de Kihyun? Seus pais deviam estar preocupados.

— Sua mãe te ligou de madrugada. Eu não sabia se podia atender, m-mas atendi e-e...

O maior suspirou aliviado.

— O que ela disse?

— Ela disse que queria me conhecer e agradecer.

— Pelo quê?

— Por estar com você, eu acho.

Changkyun sorriu.

— Vou me arrumar então — disse e Kihyun assentiu.

— Deixei um uniforme na cama, é só você pegar.

Lim agradeceu-o com um sorriso e foi para o quarto pegar o uniforme. Em seguida, tomou um banho quente e fez suas higienes. Trocou-se e desceu, dando de cara com Kihyun brincando com Kyun.

— Vamos? — perguntou Yoo. Changkyun o deu um selinho antes de entrelaçar as mãos e irem para fora.

O celular de Kihyun vibrou: era a mensagem de um desconhecido. A abriu somente no elevador, e sentiu um gosto amargo em seu paladar.

|Kyu, podemos conversar?
|É o Minnie.

Kihyun suspirou.

Kihyun:
Que horas?|

Minnie:
|Depois da aula.
|Eu te pago um café.*

— Quem é? — Changkyun indagou quando o sinal para pedestres ficou vermelho.

— Minhyuk. Vou me encontrar com ele mais tarde.

— Tem certeza?

Kihyun não estava preparado para vê-lo, isso era fato. Nunca o deu ouvidos nos últimos meses, então por quê diabos logo agora? Estava com Changkyun, certo? Por quê infernos queria satisfações do passado?

— N-Na verdade, não. Mas eu preciso, Chang — suspirou e olhou para o major — se isso te afligir, eu não vou e... — Kihyun foi calado pelos lábios de Changkyun contra os seus.

— Você merece saber o que aconteceu, Kyu. Quando voltar para casa, me ligue, okay?

Kihyun balançou a cabeça positivamente e agradeceu por Changkyun ser tão... Changkyun.

[...]

Kihyun estava cansado de esperar. Só que não podia ir embora. Queria ouvir de Minhyuk o que aconteceu meses atrás. Mesmo que isso não fosse fazer diferença alguma.
Então viu o loiro passar pela porta e caminhar até ele. O deu um sorriso tímido e pediu dois Latte para a garota que os veio atender.

— Então, Minhyuk... — começou Kihyun — o que quer falar?

Minhyuk espirou.

— Você nunca me deu a oportunidade de falar com você sobre a festa de Wonho.

— Eu posso muito bem me levantar agora, pegar o café e ir embora — disse ríspido.

Lee riu baixinho e sem vontade. Sentia-se coberto pela cor preta: presságio de tristeza e coberto de arrependimento. Claro que Minhyuk estava arrependido pelo o que fez. Queria voltar no tempo, se fosse possível. Mas não era.

— Nós estávamos levemente alterados na festa. Wonho disse que beber fazia bem e deu cervejas para mim e Hyunwoo. Você não quis beber, lógico.

A moça retirou delicadamente os copos de café da bandeja e os pôs no centro da mesa. Ambos agradeceram.

— E então Hyunwoo veio falar comigo. Disse que você não o queria — Minhyuk molhou os lábios — mas é óbvio que ele falou isso por conta da bebida. Ele te amava muito, Kyu.

Kihyun bebericou o café.

— Você sabe que eu sou um péssimo bêbado e saio beijando todos por aí — Yoo rolou os olhos ao rir — e então eu o beijei. Não vou negar, Hyunwoo é gostoso para caralho, mas eu não gostava dele.

— E...?

— E o que fizemos foi muito errado. Depois que você foi embora, eu também fui. E tive que aturar Hyunwoo chorando por dois meses.

— Até que você resolveu o consolar de outra forma.

— O quê?

— Eu venho do interior, Minnie. Mas não sou bobo. Leio notícias. E vi que vocês estão juntos — Kihyun contorceu os lábios — não precisa ter peso na consciência. Eu já perdoei vocês. Mas não pense que só por isso eu não tenho vontade de estapear vocês — Kihyun se levantou com o café em mãos e começou a andar para fora.

— Kihyun, você está falando de perdão, mas continua com rancor! — exclamou Lee ao se levantar. Kihyun parou de andar para o olhar.

— A verdade é que minha relação com Hyunwoo já estava desgastada. E vocês fizeram um favor ao se pegarem na festa. Eu precisava abrir meus olhos para outro mundo.

— E o garoto de Seoul fez isso? — Minhyuk perguntou.

— Espero que eu tenha feito — disse Changkyun ao aproximar-se do menor e o abraçar pela cintura — desculpe, não resisti e vim ver como estava.

Kihyun enrubesceu.

— Vamos embora — sussurrou ao puxar Changkyun pelo pulso para fora.

— Kyu — Lim o chamou. Não obteve resposta, então insistiu: — Kyu — o menor não parava de andar apressado. Quando Changkyun o ia chamar pela terceira vez, Kihyun o abraçou bruscamente.

— Chang, não me deixe — murmurou e apertou ainda mais seu corpo contra o de Changkyun, que retribuiu o abraço na mesma intensidade.

— Não sei porquê isso passou pela sua cabeça.

O coração de Kihyun finalmente se acalmou: era como se tons roxeados circundassem ambos, selando aquela relação com serenidade e confiança.

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* lembrei do weekly idol HDJSJSKS

AQUARELLA 「 Changki 」Onde histórias criam vida. Descubra agora