Kihyun chegou alguns minutos depois, correndo pela grama alta, com um sorriso nos lábios.
— D-Desculpe a demora... — molhou os lábios e tentou controlar a respiração — ... eu quase perdi o trem.
Changkyun sorriu e assentiu.
— Então, o que quer fazer hoje? — indagou o maior.
— Você me chamou para sair e não planejou um roteiro mil vezes?
Changkyun enrubesceu e Kihyun gargalhou, levando sua destra à mão esquerda de Changkyun — entrelaçando seus dedos.
— Vamos andar por aí — disse o de fios rosados — eu vi um Arcade por ali, podemos ir, que tal?
Changkyun se perdeu no sorriso de Kihyun, então quando Yoo olhou para si, apenas assentiu.
No caminho, Kihyun parou, pelo menos, quinze vezes: via plantas bonitas, roupas chamativas e tênis legais. Mas tinha vergonha de falar com os vendedores, então saía correndo. Kihyun estava logo à frente de Changkyun, que tinha as mãos nos bolsos da calça e um sorriso bobo ao olhar Kihyun.— Olhe só! É ali! — Kihyun exclamou e correu até Lim, o puxando pela calçada. Adentraram no prédio largo, que era composto de dois andares: o primeiro, tinha jogos antigos, e o segundo, as mais últimas novidades.
Como Changkyun não sabia jogar, apenas observou Kihyun xingar a tela ou vangloriar-se por vencer a partida.
— Por quê você não joga? — o menor indagou.
— Eu não sei jogar — respondeu. Kihyun fez Changkyun ficar de frente para um jogo de moranguinhos, feito especialmente para crianças — o quê?
— Esse jogo é fácil — disse ao apontar para os comandos. Pegou a mão de Changkyun e o fez pressionar um botão — você aperta aqui para pular — direcionou-o para outro botão — aqui você corre — apontou para as teclas — e ali você direciona.
Changkyun assentiu e Kihyun deu início ao jogo. Logicamente, Changkyun caiu no vão que separava uma terra da outra. Kihyun caiu na gargalhada, de forma a deixar Changkyun rubro.
Kihyun apertou a bochecha de Changkyun, achando aquilo muito fofo.
E assim passaram boa parte da manhã: jogando e exclamado vitórias.— Chang — Kihyun indagou ao escorar seu corpo nas costas do de fios de mel — vamos comer.
— Estou quase passando de fase — murmurou ao apertar o comando para que o moranguinho pulasse.
— Chang... — Kihyun o chamou manhoso. E Lim não conseguiu resistir: pausou o jogo e virou-se para Kihyun, que sorriu.
— O que quer comer, Kyu?
Kihyun pensou um pouco.
— Frango!
Changkyun riu e assentiu.
— Então vamos — o de fios de mel falou de maneira suave, guiando Kihyun pela calçada e ruas diversas que passavam.
Chegaram em alguns minutos em um restaurante. Kihyun pediu o tão amado frango enquanto que Changkyun pediu apenas uma salada.
— Me fale sobre você, Chang — disse Kihyun.
— Não acho que há muito para falar de mim — murmurou, claramente envergonhado. A verdade é que Changkyun era um chato.
— Cor favorita?
— No momento, rosa.
— Por quê "no momento"?
— Porque vai depender da próxima cor que você pintar seu cabelo — Changkyun respondeu naturalmente e então percebeu que realmente falou aquilo. Kihyun automaticamente enrubesceu e Changkyun escondeu o rosto atrás do cardápio.
Kihyun abaixou o papel e sorriu para Changkyun.
— Então você vai gostar de rosa por um bom tempo.
A atendente chegara com os pedidos e os pôs delicadamente na mesa.
— Filme favorito? — Kihyun continuou.
— Não sei — murmurou — e você?
— Gosto muito de Star Wars — Kihyun disse ao cortar o frango. O mordiscou e o engoliu — música favorita?
— Faz tempo que não ouço música... — Changkyun disse e concentrou seu olhar sobre sua salada.
Kihyun suspirou e puxou o prato de perto dele, que o olhou incrédulo. Colocou o frango no lugar da salada.
— Mas esse pedido é seu — Changkyun disse — e eu não gosto de frango — falou mais baixo.
— Você já provou?
— N-Não.
Kihyun apoiou o queixo na mão direita.
— Você tem que experimentar coisas novas.
Changkyun molhou os lábios antes de levar um pedaço da carne à boca. Degustou-a com cuidado, e acabou gostando da textura macia do frango. Kihyun sorriu convencido e focou em terminar a salada — a qual também não era um grande fã.
— Livro favorito? — Yoo perguntou.
— Divina comédia. O seu?
— Acho que Instrumentos Mortais.
Changkyun sorriu.
Haviam acabado de comer e beirava o horário das 16:00. Foi somente graças à barulheira do lado de fora que os dois saíram de seu mundo.
Kihyun olhou maravilhado para a rua: era um festival de música indie. Sorriu largamente e olhou para Changkyun, que pensou em protestar, porém decidiu experimentar coisas novas. Yoo o puxou para o meio da multidão e aproveitaram o som suave do violão ecoando das caixas de som. Dançaram timidamente no início, mas depois começaram a se soltar.
Changkyun virou-se para o lado que Kihyun estava — ou devia estar — mas não o encontrou. Seu coração disparou. Onde estava o pequeno?
Changkyun pensou em gritar seu nome, mas sabia que não seria ouvido. Então vasculhou próximo da região onde estavam.
Algo cutucou-lhe o ombro e sentiu algo parecido com pó preencher seu rosto. Fechou os olhos de imediato, e os abriu quando os ciscos saíram de perto. Sorriu largamente: Kihyun ria. E sua risada era linda.— Agora você está azul — Kihyun disse em meio às risadas. Changkyun avistou uma mulher com bolhas coloridas e pegou uma rosa. Jogou-a no rosto de Kihyun, que faltou engolir o pó colorido.
— Agora você está rosa — disse brincalhão e gargalhou, sendo seguido por Kihyun.
Kihyun o expôs à novas emoções.
Changkyun borbulhava de tantas emoções. Aproveitaram a música mais um pouco, até que seus corpos se aproximaram e Changkyun sorriu: fixou o olhar nos lábios de Kihyun, que parou de pular para encarar os lábios de Changkyun também.
E então o maior o selou.
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AQUARELLA 「 Changki 」
Hayran KurguChangkyun conheceu Kihyun na véspera de Ano Novo em Kobe. Ele pensava que sua vida fosse um completo branco, até que desvendou o aquarela de Kihyun. Capa: aestuantic 1ª revisão: 01/01/2019 © pinkihyunnie, 2018.