03 | Está me chamando para sair?

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O vento insistia em soprar seus rostos, e a grama meio alta movimentava-se graciosamente devido ao ar.

— O que você gosta de fazer, Changkyun? — Kihyun indagou, ainda observando o céu.

Changkyun molhou os lábios. Tinha algo que gostava de fazer?

— Estudar, eu acho.

Kihyun riu.

— Você é a primeira pessoa que me diz que gosta de estudar — o de fios rosados disse.

— E isso é ruim? — Changkyun abriu um sorrisinho ao ver o menor rir.

— Você não tem vontade de fazer coisas diferentes? — Kihyun inclinou-se na direção de Changkyun, com um sorriso travesso nos lábios.

— Como por exemplo?

— Fugir da escola por um dia, só para sentir a adrenalina — Changkyun arregalou os olhos ao ouvir isso — matar aula para ficar no terraço pensando em coisas como "existe só um planeta Terra?" — suspirou — você nunca fez isso?

Changkyun negou com a cabeça.

— Seus amigos são muito certinhos — Kihyun disse e soltou um muxoxo.

— E seus amigos são péssimos exemplos.

Kihyun riu.

— Hyungwon e Wonho são ótimos amigos — fez um bico fofo e Changkyun controlou-se para não o apertar de tamanha fofura — se bem que Wonho não veio conosco, então ele é um péssimo amigo — Changkyun riu baixinho.

— Por quanto tempo vai ficar em Kobe? — o de fios de mel indagou. Kihyun pensou um pouquinho, somando a quantidade de tempo que já estava lá até o tempo em que ficaria.

— Até o primeiro de janeiro. E você?

— O mesmo — Changkyun respondeu — já conheceu Kobe?

— Está me chamando para sair? — Kihyun perguntou, cheio de segundas intenções, deixando o maior um pouco constrangido.

— Depende — Changkyun disse — se você disser sim, então estou te chamando para sair. Caso seja um não, então não estou te chamando para sair.

Kihyun gargalhou e deitou sua cabeça no colo de Changkyun: se observaram por longos minutos, até que Kihyun tocou o maxilar de Changkyun e o acariciou.

— Você é muito bonito, Changkyun.

— Chang.

— O quê?

— Me chame de Chang.

Kihyun sorriu e começou a afastar sua mão do rosto de Changkyun, esse que a segurou graciosamente e acariciou sua palma, enquanto os dois trocavam olhares.
Uma troca de olhares amarela: brilhante e misteriosa.

Kihyun sorriu sem mostrar os dentes e continuou a deixar sua mão atada à de Changkyun.

— É um sim — o menor murmurou. O coração de Changkyun acelerou, parecia que ia pular do peito — Kyu.

— Kyu? — Changkyun perguntou ao arquear as sobrancelhas.

— Pode me chamar de Kyu — dessa vez, ao sorrir, Kihyun mostrou seus dentes branquinhos. Um sorriso tão lindo, que Changkyun podia passar o dia vendo-o — você conhece Kobe?

— Meu primo mora aqui. Venho nas férias, mas é a primeira vez que passo o ano novo aqui.

— Então conheceremos Kobe no ano novo juntos — Kihyun disse. Seu celular vibrou e ele respirou fundo. Olhou para a tela do objeto: uma mensagem de Hyungwon — é melhor eu voltar. Hyungwon está me esperando no festival.

Changkyun assentiu e observou Kihyun levantar-se de seu colo.

— Me dê seu celular — Kihyun disse e estendeu a mão para pegar o aparelho de Changkyun. O maior retirou o celular do bolso e entregou para Kihyun, que desbloqueou a tela e pôs seu número na agenda de contatos — me mande uma mensagem quando puder.

Changkyun assentiu e se levantou.

— Foi bom te conhecer — Changkyun disse depois de pôr o celular em seu bolso, e levou a mão esquerda até o bolso da jaqueta de couro. Kihyun, ao ouvir aquilo, corou. O maior, achando aquilo a coisa mais fofa do mundo, apertou levemente a bochecha de Kihyun, que continuava corado.

— F-Foi... — limpou a garganta — foi bom te conhecer também.

Começaram a caminhar até de volta ao festival, em silêncio. E foi Kihyun que deixou a vergonha de lado, pegando a destra de Changkyun e a entrelaçando à sua mão.
Changkyun sorriu e apertou carinhosamente a mão do menor.

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nhonhonho, que fofos

AQUARELLA 「 Changki 」Onde histórias criam vida. Descubra agora