07 | Confesse

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Seu celular tocava insanamente. Kihyun o pegou e o desligou, o pondo debaixo do travesseiro em seguida.

— Kihyun, nós precisamos comprar roupas para o Ano Novo! — Hyungwon exclamou ao ligar a luz.

— Vá sem mim — murmurou. Estava tão bom sonhar repetidas vezes com o beijo que Changkyun o deu.

— Você não quer ficar bonito para seu namorado? — Chae provocou e gargalhou quando Kihyun levantou-se de uma vez da cama: seu cabelo estava completamente bagunçado, o rosto inchado, e apenas vestia um enorme blusão de frio.

— Ele não é meu namorado — disse ao fechar a porta do banheiro.

— Vou fingir que acredito.

— Nós só saímos e — Kihyun suspirou — ele é tão fofo, tão atencioso — abriu a porta do banheiro, com a escova de dentes no canto da boca — sem contar que eu podia passar séculos ouvindo a voz grave dele — abriu o guarda-roupa — e o beijo dele... — suspirou.

— É, ele é seu namorado mesmo.

Kihyun jogou um dos travesseiros em Hyungwon, que riu.

— Confesse logo, Kyu.

— Não tem nada para confessar!

— Você se apaixonou por ele.

Kihyun rolou os olhos.

— Talvez.

Hyungwon gostava de ver Kihyun feliz. Era ótimo ver que Kihyun finalmente havia superado o ex-namorado.

— Kyu, sobre o Hy...

— Não fale dele. Não estrague essa viagem.

Hyungwon assentiu.

— Vou terminar de me arrumar — Yoo disse após escolher uma roupa.

[...]

— Você é bizarro, Chang — Jooheon disse ao aproximar-se da sala. Changkyun jogava algum jogo no PS4 do primo.

— Por quê?

— Quem vai passar o Ano Novo em algum lugar e não leva roupas brancas?

— Ah — foi tudo o que disse.

— Chang — Jooheon o chamou novamente. Estalou os dedos em frente ao rosto do Lim, que voltou à si segundos depois — pelos deuses, você não dormiu?

Changkyun espreguiçou-se e pausou o jogo, negando em seguida.

— Você ainda veste o mesmo número, certo?

— Eu não vou de branco.

— Não dê uma de garoto rebelde logo no Ano Novo — Jooheon suspirou — se arrume para irmos ao shopping.

Changkyun resmungou mas logo se deu por vencido e foi se arrumar.
Olhou o celular: sem mensagem alguma de Kihyun. Ele não gostou do beijo? Será que Changkyun o afastou? Será que Kihyun não gosta de Changkyun?
Lim respirou profundamente antes de girar a torneira do chuveiro.
Não demorou tanto para se arrumar, e logo Jooheon já estava dirigindo até o shopping.

— É por aqui, Chang — Jooheon disse após rir do primo errando a direção.

Eles entraram em diversars lojas, mas em nenhuma, Changkyun prendeu sua atenção.
Jooheon e ele conversavam sobre coisas banais e triviais ao que andavam pelos largos corredores do shopping. E foi apenas alguns passos depois que Changkyun reconheceu os fios rosados de Kihyun.

— Olha só essa roupa, eu adorei ela — Changkyun disse ao puxar Jooheon para uma loja.

— Não sabia que você gostava de vestidos, Chang — Jooheon disse apontando para a vestimenta do manequim. Changkyun riu de nervoso — você viu Kihyun por acaso?

Changkyun assentiu.

— E por quê não está falando com ele?

— Ele não deve querer falar comigo.

— Me dê seu celular.

— O quê?

— Ande logo, Chang.

Changkyun suspirou e entregou o aparelho a ele. Algumas digitadas e Jooheon o devolveu o celular.

— O que você fez?

— O chamei para tomar um sorvete — Jooheon disse simplista e empurrou o primo para fora da loja — e ele disse sim. Olhe ele ali.

O coração de Changkyun parou. Kihyun estava tão... amável com aquela roupa. Ele e o amigo aproximaram-se.

— Então ele é o Changkyun? — o mais alto indagou e estendeu a mão para que Lim a apertasse. Changkyun deu seu melhor sorriso e apertou a mão dele — sou Hyungwon.

— Esse é meu primo — apontou — Jooheon — o primo sorriu e acenou para os dois.

— Agora se me dão licença, eu vou comprar roupas para essa criança — Jooheon disse e apontou para Changkyun, que rolou os olhos.

— Preciso comprar para o Kihyun também — Hyungwon falou, como se estivesse de saco cheio de tudo aquilo — podemos comprar juntos, que tal?

Jooheon assentiu e então começaram a conversar como se se conhecessem há milênios.

— O-Oi... — Kihyun murmurou. Changkyun passou a mão pelo cabelo e sorriu.

— Oi, Kyu.

Kihyun sorriu. Ficava tão nervoso perto de Changkyun.

— Você gosta de sorvete de que? — Changkyun indagou ao que começou a andar na direção oposta da de Jooheon e Hyungwon. Kihyun o olhou por longos segundos, o que fez Changkyun parar de andar — Kyu?

— Eu vou embora amanhã — sussurrou.

O coração de Changkyun apertou e ele se aproximou do menor.

— Eu também vou.

Kihyun olhou para baixo, mas Changkyun ergueu gentilmente seu rosto.

— Vem, vamos tomar sorvete — disse Changkyun ao entrelaçar suas mãos. Kihyun logo enrubesceu ao sentir novamente Changkyun tocá-lo.

Eles pararam em uma lanchonete, fizeram seus pedidos e os pegaram.
No caminho da vinda até o shopping, Jooheon mencionou sobre a escadaria que dava acesso ao terraço. E claro, Changkyun não perderia aquela informação.

— Kyu, quer ir ao terraço?

O de fios rosados assentiu e seguiu Lim até a escadaria. Subiram cada degrau em silêncio, sempre trocando olhares, e aquilo fazia Changkyun sorrir mais que o normal.
Era incrível como o mais simples gesto com Kihyun o deixava nas nuvens.
Changkyun andou até próximo das grades e observou, maravilhado, a quantidade absurda de prédios luxuosos em Kobe. Kihyun terminou seu sorvete e o jogou em uma lata de lixo próxima da porta. Encarou Changkyun por breves segundos, até tomar coragem — e fôlego — para dizer:

— Vermelho.

Changkyun virou-se para Kihyun e sorriu.

— Vermelho — Changkyun respondeu suavemente.

AQUARELLA 「 Changki 」Onde histórias criam vida. Descubra agora