- Irmã não faça isso. - ouço uma voz doce atrás de mim impedindo que eu me atire penhasco a baixo
Aquela mulher que eu adorei desde a primeira vez que vi, e que agora eu tenho o prazer de ter como irmã. Heloísa me olhava terna, e assim que encarei seus olhos claros assim como os meus, eu senti como se estivesse protegida, ela estava se molhando cada vez mais, mas pareceu não se importar, estendeu a mão pra mim e sorriu como se soubesse exatamente do que eu precisava, de colo.
Quando toquei sua mão, ela me puxou e me envolveu em seu abraço, e então ficamos nós duas ali, abraçadas, na chuva, sem que nada mais importasse além daquele momento.
***
Eu estava no meu quarto com a Helô, eu não quis que ninguém entrasse além dela, o choque ainda percorria pelo meu corpo, e eu beliscava minha própria pele, na esperança de que tudo aquilo não passasse de um sonho, eu já não conseguia mais chorar, as lágrimas estavam entaladas em minha garganta.
- Eu não posso imaginar o tamanho da sua dor, acho que ninguém além de você pode, mas tenho certeza que tirar sua vida não é a melhor opção. Olha só a sua vida Suzy, nós temos uma família maravilhosa, que te ama, já pensou em como sua mãe iria sofrer, em como o nosso pai iria ficar?
Era engraçado ver a Helô falando do Jen, ela agia como se ele fosse um completo Deus, se soubesse metade das coisas que ele já fez comigo e com a mamãe. Aposto que se eu morresse ele daria graças a Deus, isso sim! Mas por um lado ela estava certa, a mamãe sofreria muito, e não era justo que eu fizesse isso com ela.
A porta se abriu de repente e por ela entrou um Jen furioso, seus olhos transmitiam ódio e desespero ao mesmo tempo.
- Você está louca Suzana? O que pensou que estava fazendo quando saiu daquele jeito, e por que diabos você pensou em tirar a própria vida por um moleque e um cavalo imbecil? - cuspiu
- Você não sabe de nada Jen, sequer sabe o que é amar alguém, você só ama a si mesmo, é egoísta demais para entender os sentimentos das outras pessoas.
- Me respeite garota, eu sou seu pai! - grita
- Você nunca foi meu pai, nunca fez esse papel, e não será agora que irá fazer, eu te odeio, te odeio com todas as minhas forças!
A pancada veio logo em seguida, o tapa que levei na cara foi tão forte que me fez ir direto para o chão, mas a dor física era a que menos importava, o que doia mesmo, era o coração.
- PAAI, ta louco? Você bateu na Suzana. - vi quando minha irmã gritou e se abaixou para me ajudar
- Ela mereceu, você viu o que ela me falou filha, essa garota não tem respeito por ninguém, merece mesmo uns tabefes para aprender a controlar a língua.
- Pai sai, me deixa sozinha com a Suzy. - Heloísa pediu e ele saiu, aliás, o que ela pede que ele não faz né?
Fui até o banheiro e vi meu reflexo no espelho, meus olhos estavam inchados e vermelhos por conta do choro, meu cabelo molhado e sem vida, e por ser muito branca, o tapa que recebi tinha me deixado uma bela de uma marca na bochecha. Passei o dedo levemente e senti um pequeno ardor, desgraçado, já não basta tudo o que fez comigo, eu o odeio.
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Completamente Minha - SÉRIE: INSANOS - LIVRO 2
RomansaATENÇÃO! ESSA HISTÓRIA CONTEM ASSUNTOS PESADOS COMO ABUSO SEXUAL E VIOLÊNCIA, PODENDO CAUSAR GATILHOS. Suzana Vanrralten, ou como todos conhecemos, a doce Suzy, viu sua vida virar de ponta cabeça com a chegada de uma nova irmã: Heloísa entrou em sua...