Aos olhos de Kishan

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Quando eu consegui falar com Kadam, ele ficou feliz ao saber que eu queria sair da selva. Disse que sairia de casa naquele momento e chegaria logo pela manhã. Voltei para a selva e fiquei como tigre até que amanhecesse.


Quando cheguei a cidade, Kadam já estava lá no local combinado. Ele me deu um abraço caloroso e nós entramos no carro. Passei a maior parte da viagem como tigre, de forma que ainda teria muito tempo como humano quando chegássemos em casa. Eu queria muito ver Kelsey e falar com ela. Estava com saudades.


Durante a viagem, Kadam foi me explicando algumas coisas que eu precisaria saber para me adaptar ao novo mundo. Eu prestava atenção a tudo o que ele dizia. Assim que chegamos, Kadam me mostrou meus aposentos e me pediu para descansar enquanto ele falava com Ren. Eu me instalei em um dos quartos da casa e esperei até que Kadam me chamasse. Ele me lavaria à cidade mais tarde.


Kadam me mostrou a cidade e me levou em uma loja para comprar algumas roupas e sapatos. Quando voltamos para casa, eu pensei em procurar Ren. Nos precisávamos acertar nossas diferenças para convivermos em paz, já que eu pretendia ajuda-los na missão de quebrar a maldição.


Assim que entrei em casa, senti o cheiro de Kelsey vindo da piscina e fui até lá. Parei ao lado dela e a ouvi reclamar:


— Ren! Você não pode me deixar em paz? Não quero falar com você agora.


Achei curioso — "Os dois devem ter brigado", pensei.


Kelsey ficou feliz em me ver. Saiu da piscina e me deu um abraço. Ela estava com pouca roupa e sua pele fresca era macia e perfumada. Fiquei constrangido, mas gostei da sensação.


Quando ela foi se trocar, eu vi o tigre branco me olhando. Sua postura não era amigável. Dei de ombros e esperei Kelsey voltar. Ela sentou-se a meu lado e me entregou uma gostosa bebida do país dela, que eu saboreei com curiosidade. Nós conversamos por muito tempo. Ela me contou sobre sua aventura em Kishikinda, falou sobre a deusa Durga, mas não falou nada sobre seu relacionamento com meu irmão. Então eu perguntei se eles estavam juntos, mas ela negou.


— Ótimo! Então isso significa que você está livre para sair comigo. Nenhuma garota em seu juízo perfeito iria mesmo querer ficar com Ren. Ele é muito... monótono. Frio, no que diz respeito a relacionamentos.

— Ei! Em primeiro lugar, não vou ficar com nenhum dos dois. Segundo, uma garota precisa ser louca para não querer Ren. Você está errado em relação a ele. Ele não é nem monótono nem frio. Na verdade, ele é atencioso, carinhoso, lindo, confiável, leal, doce e charmoso.


Pela reação dela, percebi que Kelsey gostava de Ren. Mas se eles não estavam juntos, eu tinha alguma chance e não estaria fazendo nada errado. Convidei-a para irmos à uma boate a noite. Disse que queria comemorar. Ela aceitou e eu comecei a me preparar. Kadam iria conosco, mas Ren recusou-se a ir.


Quando cheguei, Kelsey já estava no banco da frente do carro. Entrei no banco de trás e me inclinei pra vê- la. Ela estava linda com uma roupa indiana típica. Só não gostei da cor. Ela ficaria mais bela usando vermelho ou dourado, que são cores mais majestosa. Ela pareceria uma princesa.


Chegamos ao local e jantamos. Eu estava muito curioso sobre tudo e fazia muitas perguntas o tempo todo. Kelsey parecia distante. Eu queria saber o que houve entre ela Ren. Pensei em perguntar a Kadam mais tarde.


Quando terminamos de jantar, Kadam convidou Kelsey para dançar. Eu também queria dançar com ela e fiquei impaciente esperando a minha vez.


Eu já tinha ido a uma boate na outra cidade, conversei com algumas moças, até beijei uma delas, eu sabia o que eu tinha que fazer. Mas com Kelsey era diferente. Eu a adorava, mas ela me intimidava. Eu não podia simplesmente seduzi-la e levá-la para um canto. Ela era especial e merecia atenção especial.


Nós dançamos uma música animada. Kelsey se divertiu achando graça da minha dança. Então aquela música terminou e começou a tocar uma outra, mais suave e lenta. Ela virou-se para voltar a mesa. Eu segurei a mão dela e disse:


— Espere, Kelsey, quero experimentar esta.


Observei um pouco os outros casais, até que entendi o que fazer.


— Posso ver claramente o benefício deste tipo de dança.


Eu a puxei um pouco mais para perto e murmurei:


— Sim. Isso é muito bom.


Nós começamos a dançar e Kelsey estava relaxada. De repente Ren entrou no restaurante. Kelsey estava de costas e não o viu. Ele olhou para mim com ódio e caminhou até nós, parando diante de mim. Eu o ouvi rugindo. Meu corpo ficou tenso. Eu estava pronto pra brigar. Kelsey me olhou interrogativa.


— Creio que esta seja a minha dança — Ren falou, me desafiando.


Kelsey não se virou, mas senti seu corpo mudar. Ela tremeu levemente em meus braços. Eu respondi a Ren:


— Creio que a escolha é da dama.


Baixei os olhos para saber o que Kelsey queria fazer. Ela assentiu e retirou os braços do meu pescoço. Eu retirei os meus braços da cintura dela, encarando meu irmão com raiva. Sai da pista de dança contrariado e sentei-me à mesa, enquanto Kadam observava a cena.

A Maldição do tigre - POV RenOnde histórias criam vida. Descubra agora