Na cabana de Phet

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Meu coração estava quase saindo do meu peito. Um misto de excitação e medo.

Queria que ela me visse como eu era de verdade. Queria dizer a ela tudo o que estava sentido a seu respeito. Queria dizer a ela que a amava e que precisava dela. Queria pedir a ela que ficasse comigo para sempre. Mas eu não sabia qual seria sua reação a mim.

Ela me olhava confusa. Percebi o que parecia medo em seus olhos. Pensei que aquela não tinha sido a melhor forma de me apresentar. Me senti um estúpido por não ter dado ouvidos a Kadam.

Mas então ela me olhou nos olhos, e eu percebi seu próprio olhar se suavizar. Relaxei e sorri levemente. Estendi a mão e falei:

—Oi, Kelsey. Sou eu, Ren.


Tentei me aproximar, mas ela começou a se afastar de mim, ainda assustada. Pedi para que ela não corresse, tentando lhe dizer que eu era seu tigre. Quando estendi a mão mostrando a ela a coleira com a corda amarela, ela olhou rapidamente em direção à árvore procurando pelo tigre. Quando não o encontrou, começou a se afastar rapidamente, em direção ao muro de pedras.

— Onde está Ren? Eu não compreendo. Você fez alguma coisa com ele?


— Não. Eu sou ele.


Ela balançava a cabeça em negativa. Não conseguia entender o que eu estava lhe dizendo, mas eu já esperava por essa reação.

Ela continuou se afastando. Quando vi que ela iria cair de costas sobre o muro baixo, corri em sua direção e consegui alcançá-la e impedir a queda, segurando-a pela cintura e agarrando instintivamente sua mão. Ela fixou os olhos confusos em minhas mãos.

— Você está bem? — perguntei

— Não – Respondeu atordoada, enquanto erguia os olhos em direção aos meus.

— Eu sou o seu tigre.

Não— sussurrou. — Não! Não é possível. Como poderia ser?

Tentei manter um tom de voz baixo, para tranquilizá-la. Esperava fazê-la entrar na cabana, onde ela poderia se sentar e descansar, me deixando explicar com calma a situação.

Ela entrou sem discutir, mas ainda parecia estar atordoada. Assim, mantive a minha mão segurando a dela e a guiei para dentro da cabana.

Pedi a ela para se sentar na cama e me afastei um pouco, tentando dar espaço para que ela avaliasse a situação.

Ela respirou fundo e voltou a me olhar nos olhos. Surpreendentemente, ela pareceu me reconhecer.

Eu estava certo de que quando ela me olhasse nos olhos, ela saberia que o homem e o tigre eram o mesmo. Ela conhecia a minha alma. E ela confiava em mim, porque não vi medo em seu olhar.

Mas de repente o rosto dela mudou. Nunca a tinha visto daquele jeito. Ela parecia estar com raiva. Então ela falou irritada:

— Então, o que você é? Um homem que se tornou tigre ou um tigre que se transformou em homem? Ou você é como um lobisomem? Se me morder, eu também vou virar tigre?

A Maldição do tigre - POV RenOnde histórias criam vida. Descubra agora