O primeiro beijo

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Kadam e Kelsey cumprimentaram-se calorosamente enquanto eu me deitei à sombra para descansar.

Kadam logo começou a desfazer seu acampamento super organizado. Ele havia levado vários livros e ficou estudando enquanto estávamos fora.

Kelsey encontrou uma folha contendo anotações e perguntou se eram as traduções da profecia de Durga. Kadam confirmou e disse que e já tinha uma ideia do que procura em Hampi.

Ela mudou de assunto e começou a perguntar sobre o amuleto:


— Sr. Kadam, Kishan me deu seu pedaço do amuleto, na esperança de que ele vá me proteger. O seu o protege? O senhor ainda pode ser ferido?


Ele terminava de guardar a barraca embalada no Jeep. Então se recostou no para-choque e disse:


— O amuleto ajuda a me proteger de ferimentos graves, mas eu ainda posso me cortar ou cair e torcer o tornozelo.


Kadam esfregava a barba aparada, pensativo:


— Eu já tive mal-estares, mas não doenças graves. Meus cortes e contusões saram rapidamente, embora não tão rapidamente quanto os de Ren e Kishan.

— Os diferentes pedaços podem ter propriedades diferentes. Não sabemos de fato a extensão de seu poder. Trata-se de um mistério que pretendo solucionar um dia. O importante, porém, é não correr riscos. Se alguma coisa parecer perigosa, evite-a. Se algo a perseguir, corra. Entendeu?

— Entendi.

— Fico feliz que Kishan tenha concordado em deixá-lo com você.

— Concordado? Pensei que fosse ideia dele.

— Não. A verdadeira razão de Ren querer parar aqui era conseguir o amuleto. Não iria embora sem convencer Kishan a deixá-la ficar com ele.

— Pensei que estivéssemos tentando convencer Kishan a se juntar a nós.


Kadam sacudiu a cabeça, com tristeza.


— Sabíamos que havia pouca esperança de que isso acontecesse. Kishan tem se mostrado indiferente a todos os esforços que fiz para recrutá-lo para nossa causa. Ao longo dos anos tentei convencê-lo a sair da selva e levar uma vida mais confortável na casa, mas ele prefere ficar aqui.


Kelsey assentiu e concluindo que Kishan estaria se punindo pela morte de Yesubai. Kadam pareceu surpreso, assim como eu. Acho que eu nunca tinha pensado naquilo.


— Ele falou sobre isso com você? Perguntou Kadam.

— Sim. Ele me contou o que aconteceu quando Yesubai morreu. Ainda se culpa. E não só pela morte dela como também pelo que aconteceu com ele e com Ren. Eu me sinto muito triste por Kishan.

— Para uma pessoa tão jovem, a senhorita é muito compassiva e perspicaz. Que bom que Kishan confiou em você. Ainda há esperanças para ele.


Fiquei pensando nisso enquanto Kelsey e Kadam terminavam de arrumar as coisas. Eu nunca tinha pensado pelo ponto de vista de Kishan. Sempre pensei no meu sofrimento, na minha maldição e na dor da traição. Mas Kishan também havia sido amaldiçoado. E perdeu a mulher que amava de forma trágica. Tudo o que ele fez, foi tentando ficar com ela.

A Maldição do tigre - POV RenOnde histórias criam vida. Descubra agora