Seis horas

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Seguimos através dos edifícios de Hampi. Kelsey ia apressada à frente. Eu estava logo atrás, silencioso.


Estava avaliando tudo o que acontecera no caminho de kishikinda: nossas aventuras, os perigos que corremos, nossa proximidade, nosso afastamento, as experiência na caverna negra e o beijo antes de reemergirmos no mundo real.

Eu havia finalmente entendido Kelsey. Ela estava assustada, com medo de se comprometer, talvez não estivesse absolutamente certa do meu amor por ela.


"Ela não percebeu que sou um homem e não um menino. Eu estou vivo há mais de 350 anos e já vi muita coisa e muitas pessoas. Eu sei quem eu sou e o que quero. Eu vou mostrar a ela que sou confiável."


Kelsey começou a seguir a trilha errada, então passei à sua frente, guiando-a ao caminho correto.

— Exibido.Vou pelo caminho errado, se quiser.


Avistamos o jipe e Kadam acenando para nós. Kelsey apressou-se e o abraçou calorosamente.

— Srta. Kelsey! Vocês voltaram. Conte-me o que aconteceu.

— Bom, preciso lhe dizer que esses últimos dias estão entre os piores da minha vida — falou enquanto colocava a mochila sobre o veículo — Enfrentamos macacos, kappa, cadáveres podres, picadas de cobras, árvores cobertas de agulhas e...


Ele ergueu a mão.


— O que quer dizer com esses últimos dias? Vocês saíram daqui na noite passada.

— Não. Ficamos fora pelo menos... — contou nos dedos — ... pelo menos quatro ou cinco dias.

— Desculpe, Srta. Kelsey, mas a senhorita e Ren se despediram de mim na noite passada. Na verdade, eu ia dizer que vocês deveriam descansar um pouco e tentar de novo amanhã à noite. Acha mesmo que ficaram fora quase uma semana?

— Para falar a verdade, fiquei inconsciente por dois desses dias. Pelo menos foi o que o tigre aqui me disse.


Ela me olhou furiosa. Kelsey estava o tempo todo tentando me atingir com seu mau humor. E eu estava na defensiva, tentando convencê-la a confiar em mim.

— Dois dias? Nossa. Por que não voltamos para o hotel e descansamos? Podemos tentar conseguir o fruto amanhã à noite de novo.

— Mas, Sr. Kadam — falou, abrindo o zíper da mochila — não precisamos voltar. Conseguimos pegar o primeiro presente de Durga, o Fruto Dourado.

Ele ficou impressionado.

— Incrível! — exclamou.

— É uma manga. Faz todo o sentido. Afinal, a manga é muito importante para a cultura e o comércio da Índia.


Ela me olhou com um sorriso cínico, apossando-se de minhas palavras. Eu bufei e me deitei na grama, mas não me importei de verdade.

— Faz mesmo sentido, Srta. Kelsey. — Kadam ficou admirando o fruto por mais um momento e então tornou a embrulhá-lo na colcha. Ele juntou as mãos. — Isso é muito empolgante! Então vamos desfazer o acampamento e ir para casa. Ou talvez seja melhor irmos para um hotel para que possa descansar, Srta. Kelsey.

— Ah, está tudo bem. Não me importo de pegar a estrada. Podemos dormir no hotel hoje à noite. Quantos dias vamos levar para chegar em casa?

— Vamos precisar pernoitar mais duas vezes em hotéis em nossa viagem para casa.

A Maldição do tigre - POV RenOnde histórias criam vida. Descubra agora