O que você quiser

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Eu estava namorando com alguém. Não só namorando com alguém, era a pessoa mais maravilhosa de toda a terra.

Estávamos no seu carro, em direção à sua casa. Otabek direcionava olhares apaixonantes para mim, enquanto dirigia. E eu, correspondia com olhares envergonhados, porém tão apaixonados quanto os dele.

- Se você não prestar atenção enquanto dirige, teremos um acidente bem antes de chegarmos no destino.

- Eu estou atento, Yura. Tanto na rua, quanto a você.

- Obrigado, Beka.

- Fico feliz que tenha gostado de tudo até agora.

- Não me refiro só ao dia de hoje. Obrigado por tudo. Desde o dia em que nos conhecemos. Não faz muito tempo, eu sei, mas significou demais para mim.

Otabek ficou quieto, o que me deixou apreensivo.

- Beka?

Ele não me respondeu e fez uma curva brusca saindo da direção de sua casa, entrando em uma rua esma qualquer. Estacionou o carro e tirou seu cinto de segurança.

- Yura. Você tem razão. Não sei se posso dirigir nas condições em que estou.

- O que houve?

- Você, Yura! Desde que você entrou na minha vida. Tudo... Tudo é tão melhor! Até as pequenas coisas, as mais irrelevantes, se tornam importantes, divertidas, bonitas.

Eu sequer tive a oportunidade de responder. Beka saiu de seu lugar e sentou em cima de mim no banco do passageiro, me fazendo ficar sem reação. Ele enfiou seus dedos dentro do meu coque e com a outra mão, invadiu por dentro do blazer e da camiseta, tudo isso enquanto olhava dentro dos meus olhos.

- Eu te quero, Yuri. Te quero agora e sei que não posso. Mas a nossa noite está apenas começando, e eu vou te mostrar um pouco do que vai acontecer.

Otabek grudou seu corpo em mim, fazendo nossas bocas resvalarem, porém em nenhum momento elas se tocaram. Ele puxou meus cabelos suavemente para trás, exibindo meu pescoço pálido, e imediatamente o atacou com sua boca. Foram mordidas e beijos com a simples intenção de me matar de tesão. Eu mal conseguia respirar. Seu membro roçava no meu, deixando bem claro que nossas intenções um com o outro eram primais.

- B-Beka, vamos para a sua casa...

- Certo.

Ele voltou ao seu assento, recolocou o cinto de segurança e tomou a direção novamente. Me olhei no espelho do retrovisor, meu rosto estava tão vermelho que eu mais parecia um tomate. Aquele era o Efeito Otabek. Ele conseguia me fazer flutuar nas nuvens e depois descer aos desejos mais baixos. O resto do caminho foi silencioso, porém a tensão sexual entre nós era bem clara.

Ao chegar em seu prédio, olhei bem nos olhos de Otabek. Eles pareciam mais escuros do que o de costume, como se me escondessem algo que logo seria revelado. O toque de sua mão na minha estava mais quente do que antes. Exalava desejo e paixão.

Tomamos o elevador. Foi um erro, certamente. Antes mesmo que a porta se fechasse, meus instintos falaram mais alto e simplesmente ataquei Beka com todas as minhas forças. Agarrei sua cintura e puxei-o para mim. Mordi seu lábio inferior e suguei para amenizar a dor. Ele era meu.

Ouvi o sinal do elevador, indicando que havíamos chegado no sexto andar, entretanto, Otabek morava no sétimo. Cessei nosso beijo depressa, alguém entraria. Olhamos um para o outro, ainda ofegantes, esperando pela abertura da porta. Para nossa surpresa, um rosto conhecido adentrou o espaço apertado. Era a vizinha do andar debaixo.

Turn On The Bright Lights (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora