Coragem

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ATENÇÃO! ESSE CAPÍTULO POSSUI CENAS DE VIOLÊNCIA E TENTATIVA DE ABUSO. POR FAVOR, SE FOR SENSÍVEL AOS CONTEÚDOS MENCIONADOS, NÃO LEIA.

Meu coração disparava de forma inacreditável.

Eu sentia que havia alguma coisa de errado e não podia fazer absolutamente nada para amenizar esse sentimento. Já eram quase 6 da tarde e nada de uma resposta de Otabek. Era impossível ficar parado no lugar. Victor, que antes estava totalmente calmo, parecia inquieto no sofá e até LO estava alerta.

Minha cabeça girava em ideias mirabolantes para tentar pegar a chave de Victor, entretanto, qualquer um dos meus planos seria frustrado pelo fato de que Victor faz treinos de defesa pessoal, além de ter um porte atlético. Ótima hora para lembrar dos detalhes que Yuuri me conta...

Yuuri?

Yuuri!

Com meu celular nas mãos tive que parecer o mais tranquilo o possível. Não podia deixar que Victor me atrapalhasse, o que certamente ele faria quando percebesse meu plano, ou tudo estaria perdido. Meus dedos começaram a digitar a mensagem que me traria a esperança que eu precisava.

"Yuuri, leia com atenção e faça tudo o que eu estou te pedindo da forma que eu disser. Não faça alarde. Não me ligue. Não ligue para o Victor. Apenas acredite em mim. JJ está me caçando, mas eu estou em segurança com o Victor. Meu avô e Otabek estão em sério perigo e não consigo entrar em contato com eles. Pelo amor de deus, ligue para a polícia e vá até a minha casa com os policiais. NÃO VÁ SOZINHO. Procure pelos dois e me dê notícias. Você é minha única esperança."

Enviei a mensagem desejando com todas as forças que Yuuri me respondesse o mais rápido o possível. Passaram-se muitos minutos e eu percebi que Yuuri não estava online. Havia recebido a mensagem, mas não havia lido. Estava cada vez mais difícil me acalmar.

Fui para o quarto de Otabek e sentei em sua cama. Seu cheiro estava presente ali, e a sensação de que eu poderia não mais vê-lo fez com que lágrimas grossas se desprendessem de meus olhos como uma tempestade que finalmente começa a cair. Eu tinha Victor ali, porém, me sentia mais sozinho do que nunca. E com medo. Muito medo.

Agarrei-me na esperança de que Beka atenderia o celular em algum momento. Tinha que tentar de novo. Disquei seu número e esperei pelo melhor. Estava chamando! Ele havia ligado o celular. Depois de 4 toques finalmente a ligação completou.

- Beka?! Onde você...

- Ah! Oi, gatinho! Que surpresa ouvir sua voz...

Meu cérebro assimilou cada palavra e transformou em um cenário terrível. Jean estava com Otabek. Meu namorado deve estar incapacitado ou ferido.

- Já que você fez o favor de entrar em contato, vou dizer o que você vai fazer.

- O que você fez, seu animal?

Ignorando minha pergunta, ele continuou.

- Você tem que estar na sua casa dentro de 1 hora, ou seu namoradinho e o vovô vão sofrer as consequências da sua desobediência.

- Solta el...

A chamada foi encerrada me deixando atônito olhando para a tela do celular. Sem pânico. Sem pânico. Sem pânico. Eu tinha 1 hora para conseguir sair daquele apartamento e chegar na minha casa.

Saí em um rompante do quarto e tentei fazer com que Victor ouvisse a voz da razão.

- Victor, Otabek está em perigo! Ele e o meu avô. Jean conseguiu o celular do Beka. Por favor! Precisamos ir atrás dele!

- E-Eu também estou preocupado com eles, Yuri! Mas se o objetivo daquele louco é chegar até você, a última coisa que você pode fazer é ir até ele! Vamos ligar para a polícia e pedir para que eles entrem na casa e verifiquem, mas não posso deixar você sair, pelo seu próprio bem.

Turn On The Bright Lights (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora