Capítulo 3

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New York, 08/01/17 12:00 pm

POV Lauren

Assim que desço do avião, Elizabeth Gillies me aperta em um abraço.

Liz: Nem acredito. Minha nerd favorita vai estudar comigo.

Eu: Não me chame de nerd Liz.

Olho em seus olhos verdes, sua pele branca e seu cabelo claro. Realmente passamos fácil por primas.

Liz: Vamos pra casa. Papai e mamãe estão eufóricos por receber você.

Entro no carro e logo chego a casa dos Gillies, grandes amigos dos Jauregui's.

Greg: Lauren, que prazer ter você aqui.

Ele me abraça e pega a mala que trago comigo.

Lorrie: Sua mãe me fez prometer que vou cuidar de você. Estou muito feliz em te receber.

Eu: Brigada. De verdade, é muito gentil me receberem tia.

Lorrie: Não se preocupe. Você vai ficar no quarto da Liz até arrumarmos o de hóspedes pra você.

Eu: Não precisa se preocupar tia.

Lorrie: Magina, fazemos questão. Pode subir.

Liz: Vem.

Liz segura minha mão e me arrasta pro quarto. Em seu interior de paredes claras, tem uma azul bebê linda, destacando sua cor favorita. A bicama está arrumada com lençóis azuis.
Tem uma mesinha de computador e um banquinho, uma estante cheia de livros e um guarda roupa coberto totalmente com pôsteres de vários cantores.

Liz: É simples, mas vamos ficar confortáveis.

Eu: É ótimo Liz.

Ela me dá um selinho.

Liz: Desculpa, é que me deu saudade.

Puxo ela e a beijo mais profundamente. Não namoramos, nem nada. Apenas ficamos algumas vezes durante a adolescência e por vezes repetimos isso.

Eu: Você ainda beija bem.

Liz: E você ainda precisa treinar mais. Quem mais beijou lá em Harvard?

Eu: Ninguém! Não tive tempo pra beijar.

Liz: Aff. Vou ter que te apresentar muitas gatas quando as aulas começarem. Não posso ser exclusivamente sua Laur.

Sorrio.

Eu: Tudo bem Liz. Não quero tirar a madame sedução da pista.

Ela me sorri.

Eu: Me conta, aquele situações pararam?

Liz: Não. A Keana saiu da escola. Ela quase morreu durante essas férias cortando os pulsos. Agora tá fazendo tratamento com psicólogo e vai estudar em outro lugar. Vou sentir falta dela. Mas a Dinah vai mais. Elas terminaram já que a Keana mudou, ela está arrasada.

Começamos a conversar sobre.

Nova York, 08/01/17 03:13 pm

POV Camila

Entrei em casa e Sinu olhou as sacolas em minhas mãos.

Eu: Mama.

Sinu: Onde conseguiu isso?

Eu: Eu...

Alejandro: Deixa a menina. Ela tá ajudando.

Sinu retruca e logo estão discutindo. Eu sei que o próximo passo é Alê bater na minha mãe.
Pego o pacote de biscoito recheado, vou pra sala que também é meu quarto e o de Sofia.

Eu: Vem pequena, vamos comer no quarto.

Pego ela no colo, entro no quarto dos meus pais e dou a bolacha pra ela comer. Fico falando com ela pra que não se concentre nos gemidos e pancadas vindos do outro cômodo.
Depois de um tempo ouço a porta da cozinha bater, Sinu entra no quarto com o olho roxo.

Eu: Mama...

Sinu: Cala a boca e sai daqui Camila. Sai daqui. Vai pra casa da Ally ou de quem for, só sai daqui. Volte quando for horário da janta. E leve Sofia com você.

Pego a pequena no colo e vou pra porta.

Eu: Mama, ele é nervoso. Mas ele nos ama. Logo ele pede desculpas.

Vejo as lágrimas rolarem no rosto da minha mãe.

Sinu: Vai Camila.

Saio de casa com Sofia no colo, odeio isso. Eu sei que ele não faz por mal, mas mesmo assim odeio ver ela machucada e saber que foi ele. Mas ele faz a mesma coisa comigo não é?
Bato a porta da Ariana e ela mesma abre.

Ari: Ei Mila. Oi Sofia, como tá gatinha?

Ari pode ser perigosa e violenta, mas sempre me tratou bem, e a Sofia mais ainda.

Ari: Quer salgadinho Sofia?

A pequena faz que sim com a cabeça e a Ari a leva pra dentro.
Sigo elas e ela olha pra mim.

Ari: Alejandro bateu na Sinu de novo não foi?

Eu: Ele é nervoso, ela não fica quieta e ele perde a cabeça.

Ela me olha por um tempo.

Ari: Tá defendendo o homem que bate na sua mãe?

Eu: Não! É só que...

Ari: Camila, eu sei que você não gosta dessa vida. Faz o que faz pra sobreviver. Mas escuta o que estou te falando: Alejandro só faz mal pra vocês.

Olho nos olhos da pequena e sei que ela está falando a verdade. Mesmo assim, me nego a aceitar que meu pai é o monstro que todos falam.

A nerd e a marginal (camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora