Capítulo 1

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Miami, 07/01/17 6:13 am

POV Lauren

Bato a porta da casa de Vero, mesmo sabendo que vou tomar um xingo, principalmente se Lucy estiver com ela.
E é ela que abre a porta.

Lucy: Bom dia Lauren.

Eu: Bom dia Lucy.

Entro atrás dela na casa e Vero está descendo as escadas.

Vero: Eu vou te matar Jauregui. São 6:00 da manhã.

Eu: Com a saudade que sente de mim, eu duvido que consiga Iglesias.

Vero: São seis da manhã Lauren!!

Eu: Quase quatro anos sem me ver e me recebe assim.

Vero: É, você tá aqui e... Ai meu Deus, você tá aqui Lauren!

Ela me abraça apertado e beija meu rosto.

Vero: Quando chegou?

Eu: Desembarquei a vinte minutos.

Vero: Então nem foi na casa dos seus pais ainda?

Eu: Não. Precisava te ver e te contar as novidades.

Vero: Então conte.

Lucy vem da cozinha com dois copos de suco e uma xícara de café. O café é pra Vero que só acorda depois de tomar uma xícara grande, pego um dos sucos e nos sentamos no sofá.

Eu: Fechei o negócio. Dez bilhões pela fórmula e vinte por cento de todo lucro de venda enquanto eu viver.

Vero me olha como quem não acredita, mas é Lucy quem fala.

Lucy: Isso é dinheiro pra caralho.

Dou risada junto com elas.

Vero: E agora? Vai fazer o que?

Eu: Vou comprar uma casa pros meus pais. E... Tô pensando em ir pra Nova York.

Vero: Porque?

Eu: Lá ninguém me conhece. Quero me matricular no ensino médio.

Lucy engasga com o suco.

Lucy: O que?

Eu: Quero me matricular no ensino médio, ter uma vida normal por um ano pelo menos.

Vero: Você tem dois doutorados. Como espera que te aceitem no ensino médio? Você fugiu desse inferno e agora quer entrar nele sem precisar?

Vero teve uma infância e adolescência normais, sem começar uma faculdade aos dez anos. Diferente de mim ela não é uma superdotada com QI de 199.

Eu: Vou dizer que é uma pesquisa de campo. Os alunos não precisam saber que sou graduada. E já está decidido. Tô vendo um apartamento já.

Vero: Você já morou tempo demais sozinha e alunos do ensino médio não moram sozinhos.

Eu: E o que sugere?

Vero: Sugiro que fique aqui. - Abro a boca pra discordar, mas ela me corta - Eu sei que não vai ficar. Então, converse com Gillies.  São amigos dos seus pais, Elizabeth tem sua idade. Podem dizer que você é uma prima e você mora com eles.

Eu: Vero, adorei a ideia. Vou agora conversar com meus pais.

Abraço minhas amigas e vou pra casa.

Nova York, 07/01/17 7:22

POV Camila

Alejandro: Corre, porra, corre.

Eu: Tô correndo caralho.

E tô mesmo, como se minha vida dependesse disso. Talvez porque dependa mesmo. Os bolsos cheios de jóias pesadas fazendo barulho.
Passo pelo rasgo na tela, corro até a garagem e abro ela.
Esse galpão abandonado já é nosso refúgio a tempos, mas é a primeira vez que temos que correr até aqui.
Tiro a touca que cobre meu rosto e encosto na parede. O contorno do meu maxilar dói, passo a mão, tem sangue! Olho pra Alejandro.

Eu: Você tinha que bater nela?

Alejandro: Tá com peninha da velha?

Eu: Eles estavam entregando tudo. Porque tinha que bater na mulher?

Alejandro: Ela me chamou de ladrão.

Eu: É o que somos não é?

Antes de sentir o punho dele na minha boca eu já sei que passei dos limites. Quando o golpe me atinge, bato a cabeça na parede.

Alejandro: É por causa de gente como eles que a gente passa fome. Tá com pena dela? Prefere ver sua irmã desnutrida como antes? - ele me olha e eu devolvo o olhar - Aquela velha mereceu o que teve. E aquele marido dela te machucou. Você é burra Camila?

Não respondi, cuspi sangue no chão. Alejandro me olhou, vendo o que tinha feito.

Alejandro: Eu não queria te bater. Fiquei nervoso filha, desculpa. - Era sempre assim, ele me batia e depois pedia desculpas. Como se isso diminuísse a dor. - Eu te amo princesa. Só faço essas coisas por você, por nós. Acredita em mim?

Olho pra ele, no fundo ele me ama.

Eu: Sim papa.

Alejandro: Ótimo. Vamos pra casa, sua mãe vai cuidar desse corte aí. Mais tarde vou vender essas jóias. E esse dinheiro vai dar pra comprar o leite da Sofia. Vamos. Você pode ir na casa da Ally hoje. Conquistou o direito por ser tão boa na fuga.

Começamos a caminhar pela parte de trás do galpão e vamos pra casa.

A nerd e a marginal (camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora