Capítulo 7

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Nova York, 06/02/17 9:57 am

POV Lauren

Liz esta na minha cama me agarrando, seu beijo é bom, mas não tem paixão. Nunca teve paixão entre a gente, é só pregação atoa, sem sentimento.

Liz: Já pensou se descobrem que a gente se pega?

Eu: Não ligaria. Apesar que iam achar que a gente se gosta.

Liz: É. - Ela fecha a cara pensando - Seria bom de certa forma acharem que eu gosto de você.

Eu: Porque?

Liz: Pra não saberem que gosto da...

Eu: Da...?

Liz: Ninguém.

Sorri, ela pode disfarçar bem, mas eu sei de quem ela gosta. Conheço a Liz à anos. A campainha toca, livrando a Liz da situação constrangedora.
Desço e abro a porta, encontrando Mani e Camila, tão longe uma da outra quanto permite a pequena varanda.

Eu: Oi Mani. Oi Camila.

Mani: Oi Laur - Me abraça - A Liz tá aí?

Eu: Tá sim. Lá no quarto dela.

Mani: Vou lá.

Ela passa por mim e sobe, Camila fica me olhando.

Eu: Pode entrar Cabello.

Ela também passa por, mas não sobe a escada, nem entra na sala, ela fica no pequeno hall de entrada e acabo quase colada nela quando me viro.
Olho em seus olhos e sinto o calor do seu corpo tão próximo ao meu. Uma sensação estranha me invade, junto com um desejo louco de beijar sua boca carnuda.

Camila: Pra onde eu vou Jauregui?

Ela parece incomodada com a proximidade entre nós.

Eu: Sobe. Segunda porta a direita.

Ela sobe e eu logo atrás entrando no meu quarto. Ela olha ao redor, os diversos livros universitários espalhados por cada canto.
Ela me olha com as sobrancelhas  meio erguidas.

Camila: Porque tem tantos livros de assuntos que não entende?

Eu: Quem disse que não entendo?

Camila: Sério? Como alguém de 17 anos...

Eu: Tenho 18.

Camila: OK. Como alguém de 18 anos entende de direito penal?

Eu: Talvez eu goste de direito penal.

Camila: Bioquímica?

Eu: É um estudo fascinante.

Camila: Farmacologia?

Eu: Pode ser útil.

Camila: Acho que você é mais nerd do que pensei.

Eu: Não me chame de nerd. Esse é um termo pejorativo ridículo que as pessoas dão pra gente inteligente.

Ela me olha como se eu fosse louca.

Camila: Prefere CDF? Porque eu acho que, usando suas palavras, é um termo pejorativo bem pior não? Considerando o significado. Porque significa...

Eu: Eu sei o que significa.

E sei mesmo. No primeiro ano em Harvard me falaram. Eu fazia três cursos completamente distintos simultaneamente, o que me fazia passar minhas madrugadas quase todas, e meus fins de semana inteiros estudando. Então logo me falando que eu era uma cú de ferro pelas horas que eu passava estudando.

Camila: Vamos fazer esse trabalho então?

Eu: Claro.

Sentamos em meio a livros e cadernos e passamos horas fazendo o trabalho.
Em certo momento faço uns sanduíches que comemos no quarto mesmo.
Assim que terminamos Camila olha o relógio e se assusta.

Camila: Porra. Tenho que ir.

Eu: Relaxa, ainda é 03:15 pm.

Camila: Não, eu tenho mesmo que ir.

Levo ela a porta e meio que automaticamente ela me dá um rápido abraço e sai.
Subo e bato na porta de Liz, ouço murmúrios antes de ela gritar.

Liz: Entra.

Abro a porta e encontro Liz consolando Mani.

Eu: O que foi?

Liz: É que... - Ela olha pra Mani que faz que sim com a cabeça entre lágrimas - É que a Mani tá chateada.

Eu: Com o que? - Sento do outro lado dela na cama - Foram as perigosas?

Mani: Não. É a Dinah.

Eu: Dinah? O que tem ela?

Mani: Tem que ela é uma burra. Tudo bem ter gostado da Marie, mas elas já terminaram a um tempão e ela não vê que eu tô aqui que nem uma idiota esperando por ela.

Eu: Ah... Porque não tenta falar com ela? Ela tá triste e talvez nem tenha percebido que você gosta dela.

Mani me olha.

Liz: Você é muito inteligente Lauren, mas de coração você não entende nada. Mani não pode simplesmente falar pra ela. Ela precisa que a Dinah perceba.

Olho pra elas, provavelmente estão certas.
Mani vai embora e Liz volta pro meu quarto. Ela me beija e eu devolvo, mas algo estranho acontece quando abro os olhos. Ao invés de ver olhos verdes azulados de Liz, eu enxergo olhos castanhos. Pisco rapidamente e a visão volta ao normal.
Ótimo, agora a minha mente resolveu me pregar peças e me fazer ver os olhos de Camila.

A nerd e a marginal (camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora