Bloqueei o meu cacifo. Assim que o abri não o consegui fechar.
Tinha fotos minhas e das minhas amigas no baile de primavera do ano anterior. Uma com Liam, a abraçarmo-nos, nos tempos que ainda namorávamos. Uma com a minha mãe a jogar play-station e uma com o meu pai a comer pipocas. Parei nessa, não conseguia desviar o olhar. Obriguei-me a não chorar.
Tocou para a entrada. Assustei-me e pior foi quando, finalmente consegui fechar o cacifo, Klaus estava mesmo ao lado.
- Olá. – Disse ele e sorriu.
- Olá. – Disse eu sem grande entusiasmo, fiquei sorridente mas no fundo a tristeza ainda se encontrava lá.
- Estás bem? – Ele fez essa pergunta e olhou-me fixamente para os olhos, lá bem para fundo. Ele e eu sabíamos que não.
- Tenho Química agora, e tu? – Perguntei para fazer tempo.
- Também. – Ele fez sinal com as mãos para eu ir à frente.
- Se queres que te diga, - parei de andar de repente, - não vou ter Química. Nem nenhuma outra disciplina hoje. – Fiz um meio sorriso. – Adeus. – Virei costas.
- Vais onde? – Perguntou ele, num tom que me pareceu preocupação, puxando-me o braço.
- Para todos os lados menos aqui. – Hesitei. – Queres vir? – Eu disse-o mas de seguida apeteceu-me retirá-lo. Esquecera-me que não sabia o que ele era, nem se quer sabia o que ele era. Chamei-me de parva múltiplas vezes no meu subconsciente.
- Se não te importares. – Respondeu ele descontraído, combinando o tom com o sotaque. Ele agarrou-me com um pouco de mais firmeza na mão e encaminhou-me para fora da escola. Chegou-se a uma mota. – Senhoras primeiro. Sorri-lhe e subi, seguidamente, ele subiu. Deu volta à chave e o motor fez um barulho ensurdecedor.
Por momentos, devido àquele barulho todo, tinha pensado que o director da escola sairia a correr lá de dentro do seu gabinete enorme e confortável, para nos vir buscar, por irmos faltar às aulas o dia inteiro, mas não apareceu. Felizmente, devo dizer.
Arrancou.
Eu nem sabia para onde ele me ia levar.
Que irónico…
***
Desligou o motor, deixou-me sair da mota e depois saiu ele. Estávamos num campo onde eu nunca tinha estado, e tinha um baloiço.
- Obrigada por me tirares de lá. – Agradeci, sinceramente. Se tivesse ficado na escola por mais um minuto que fosse, tudo aquilo iria desabar, e eu ia cair.
- Não me agradeças. – Inspirou - Tu não querias estar ali desta vez, eu nunca quero estar lá. Foi uma desculpa fantástica. Eu a salvar o mundo.
- Então eu devo é dizer de nada, por te ter trazido para fora. – As minhas pernas tremeram e sentei-me no chão. Ele agarrou-me no antebraço para me ajudar e para eu não me magoar no coxis. E sentou-se também.
- Sei que só nos conhecemos há pouco, mas podes falar se quiseres, amanhã finjo que não ouvi.
- Podes abraçar-me, por favor? Preciso de consolo…- Hesitante, ele abraçou-me. - Podes começar por me dizer o que és. – Fui directa ao assunto. Olhei-o nos olhos.
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The Triple Hybrid (Versão Portuguesa)
VampirosApenas num piscar de olhos, as coisas mudam, mesmo que nós não queiramos, as coisas mudam e, as coisas que devem realmente mudar, não mudam. Caroline Forbes, apercebe-se de uma realidade completamente diferente que ela tinha imaginado. ...