Capítulo 33 - Em Casa de Novo

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           Quando Klaus se levantou, eu levantei-me também.

            Falei com a minha preocupada mãe. Ela percebeu ao longe que se passava algo comigo para além do cansaço, mas não a queria preocupar, pois sei que se abrisse a boca nesse aspecto, ela largava tudo para vir ter comigo. Tal como não lhe disse a ela, não diria às minhas melhores amigas.

            - O que queres fazer hoje? – Perguntou-me Klaus, enquanto vestia uma T-shirt.

            - Não sei… provavelmente vou ler, ver um filme ou qualquer coisa assim.

            - Escolhe algo para fazermos juntos.

            - Mas não tens de ir ter com o Marcel? – Inquiri. Já estava tão habituada a que ele estivesse quase sempre fora que às vezes me passava a ideia de ele ter um dia para ele e para mim.

            - Não. Hoje fico contigo. – Beijou-me a testa. Não sei porquê, mas ao final daquela frase coloquei um sorriso enorme de orelha a orelha. - Além disso incumbiu-me de uma tarefa por uns dias, dando-me o dia de hoje.

            - E ir onde?

             – Eu tenho de ir uns dias lá a casa, em Charlotte. Queres vir? Assim matavas as saudades da tua mãe e das tuas amigas.

            - Não sei, não estava propriamente a pensar em viajar de avião, mas eu adoro a ideia.

            - Se não quiseres ir, não venhas, não serás obrigada.

            - Não é por não querer ir. As bruxas ainda devem de andar furiosas comigo, sinceramente nem tu devias ir.

            - Então como queres que faça?

            - Não podemos apenas passar lá para fazeres o que queres, seguidamente passamos por minha casa e pela casa das minhas amigas para as ir buscar e passamos uns dias com elas, longe da cidade para não criar problemas?

            - Por mim tudo bem, desde que me dês tempo para fazer o que tenho de fazer.

            - Claro que sim.

            - Daqui a uma hora partimos, anda, eu ajudo-te a fazer as malas.

                               ***

            Convencer as minhas amigas e os irmãos de Klaus que tudo ia ficar bem foi difícil, principalmente pois pensavam que ainda estava debilitada do dia anterior e que poderia ser atacada pelas bruxas de Charlotte… não que eles não tivessem razão… mas não podiam fazer nada, além disso como ia com Klaus não houve muito alarido.

Quando liguei às trigémeas elas gritaram de alegria, dizendo que estavam a morrer de saudades e que fazíamos muitíssimo bem em ir lá. Quando disse à minha mãe ela ficou feliz por me afastar de Nova Orleães, mas disse que ir para lá não era muito melhor, ficava mais feliz por ser apenas de passagem.

            Klaus contratara um avião privado, muito elegante, e, segundo o que me parecia, extremamente caro. Entramos depois de fazermos as despedidas necessárias e partimos.

Fui a viagem toda a olhar pela janela e ver as planícies enquanto Klaus conversava com o piloto ou lia um novo livro que a sua amiga Teresa, de Portugal, lhe tinha enviado.

            - De que fala esse livro? – Perguntei-lhe, para quebrar o silêncio.

            - É uma epopeia clássica. Fala principalmente da viagem feita pelos portugueses à India.

The Triple Hybrid (Versão Portuguesa)Onde histórias criam vida. Descubra agora