Capítulo 17 - Problemas em Inglaterra

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        Olhei pela janela às cinco e dez, da manhã. Estava frio. Eu ia morrer de frio só com o vestido, mas aguentar-se-ia.

Ainda estava muito silêncio, tudo sossegado. Estava com uma música na cabeça e cantarolava-a baixinho para mim, enquanto me arranjava. Klaus tinha ido tratar do pagamento e das coisas para irmos embora.

Levaram as nossas malas para baixo, e de seguida para o carro dele.

        - Pronta? – Perguntou-me ele enquanto eu punha o telemóvel na mala.

        - Sim. Estava a mandar uma mensagem à minha mãe a dizer que vamos agora para o aeroporto e que depois, quando lá chegasse-mos que lhe ligava.

Ele enrolou o braço na minha cintura e encaminhou-me pelos corredores para o elevador. Descemos, agradecemos em francês a estadia, e saímos para a rua ainda escura.

        Estava o lobisomem chinês à porta.

        - Outra vez o senhor. – Disse eu repulsivamente.

        Ele sorriu-me, mostrando os dentes, e eu reparara que lhe faltava uns dois ou três. – Eu tive a pensar. As bruxas deviam ficar satisfeitas se te entregasse. Tanto a ti, aberração da natureza, e a ti, bruxa, que traíste todas as tuas irmãs e antecessoras.

        - Oh, a sério? Tenho pena de as ter desiludido mas é a minha vida e tenciono vivê-la como pretendo. Agora saia-nos da frente, temos um avião para apanhar.

        - Sim? Tenho pena que não lá cheguem.

        - Tem a certeza que não chegamos? – Falou Klaus finalmente. Os olhos estavam vermelhos.

        - Sim, porque trouxe reforços. – Apareceram mais lobisomens, supunha eu.

        - Por a caso sabes o que fazem os híbridos aos Lobisomens com uma simples mordida?

        - Tanto como um vampiro. Mata-nos. Mas nós somos mais.

        - Esqueceste-te de uma coisa. Eu sou o vampiro mais velho de todos os tempos e o lobisomem que nunca, mas mesmo nunca, com nada nem ninguém morre.

        Um por um, Klaus derrubou-os. Nenhum tinha oportunidade de se desviar sequer. Pegou na minha mão e fomos para o carro.

        Clareei a minha voz. – Mataste-os a todos?

        - Não matei nenhum. A mordida de um lobisomem para outro não faz nada de especial e junto com veneno de vampiro só os pára durante um bocado.

        Fiquei mais aliviada.

        Quando chegamos ao aeroporto, entramos no avião e partimos.

        Eu já sabia que lá era muito chuvoso, e muito escuro.

        Abri a janela do hotel e espreitei para toda a paisagem que se podia ver daquele décimo andar. Não estava muito vento, só mesmo o frio de rachar. Agarrei-me a Klaus, apesar de ele não me aquecer lá muito.

        - Isto é sempre assim aqui? – Perguntei-lhe, dizendo asneiras para dentro, porque ainda não vestira eu calças de ganga se já me podia trocar?

        - Sim, normalmente, as temperaturas máximas de Verão são cerca de vinte e quatro graus. – Franzi o rosto todo.

        - Eu não me aguentava a viver aqui.

The Triple Hybrid (Versão Portuguesa)Onde histórias criam vida. Descubra agora