Capítulo 21 - Quebrar as Regras

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        Acordei com o cheiro típico do meu quarto. Olhei para a estante de livros e contei 50. Olhei para a parede contrária e vi a minha fadinha de algodão que as minhas melhores amigas me haviam dado nos anos.. A porta estava aberta. Tentei mexer-me de baixo dos lençóis e uma dor aguda desenvolveu-se entre a minha terceira e quarta costela do lado direito. Lembrei-me do pau a enterrar-se fundo. Senti outra dor, mas esta vinha da minha mão partida.

Olhei para o relógio sobre mesa-de-cabeceira e eram 10 da manhã. Sendo nesse dia também dia 31 de Dezembro.

Levantei-me a custo e fechei a porta do quarto. Com um suspiro tirei a camisola e descolei o penso ensanguentado enorme, que me doeu imenso a tirar. Tinha um buraco em crosta na minha caixa torácica, que estranho…

            “Caroline.” Disse uma voz.

            “Care.” Esta parecia mais novinha, duma criança talvez.

            “Preciso da tua ajuda!” Esta tremia.

            “Sim… Sabem bem que ajudo, o que se passa?” Perguntei eu.

            “Salva-a.” Pediu a pequenina, que agora eu via com atenção. Trazia um ursinho de peluche junto ao peito.

            “Salvo quem?” Perguntei à senhora, que nesse momento lhe agarrou a mão.

            “Salva-te a ti mesma primeiro, mas ajuda-nos a encontrar o caminho para o Paraíso. Precisamos dela.”

            “Dela? Quem? O quê? Onde se encontra?”

            “Debaixo da pedra que está no jardim.” Respondeu a senhora mais idosa.

            “Tentarei.” Queria-lhe pedir mais informações, mas lembrei-me que, normalmente, as bruxas falavam por enigmas.

Coloquei um novo penso e vesti uma outra camisola bastante quentinha, porque estava a morrer de frio. Ia pegar no telemóvel para ligar a Klaus quando ouvi um carro a estacionar à frente da minha casa. Cerca de 10 segundos depois ele bateu à porta do meu quarto.

            - Entra. – Ele entrou e não disse nada durante bastante tempo, apenas me beijou e abraçou em todos os cantos da cara.

            - Desculpa. – Disse ele finalmente.

            - Porque estás tu a pedir desculpa?

            - Por não te ter protegido como devia.

            - Klaus… era perigoso, tu não podias ir.

        - E acabei por ir lá na mesma. Foi ridículo.

        - Não interessa. Agora tudo está bem.

        - Não, não está. Caroline, eu não vou fugir de ti, isso não teria sentido, mas eu amo-te e não quero que nada te aconteça.

        - Não me digas que me queres arranjar um guarda-costas?!

        - Amor, não me dês ideias. – Disse ele, seriamente.

        Beijei-lhe os suaves lábios. – Onde está a minha mãe?

        - Foi trabalhar, saiu à cerca de 10 minutos, que foi o tempo de eu chegar aqui. E quanto à tua ferida? E à mão?

        - Doem… Posso perguntar-te uma coisa?

        - Claro, tudo o que quiseres querida.

The Triple Hybrid (Versão Portuguesa)Onde histórias criam vida. Descubra agora