O RETORNO

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CAMPANHA ABOLICIONISTA

A campanha cresce após a Guerra do Paraguai com a adesão dos militares. No início da década de 1880 é criada a Sociedade Brasileira contra a Escravidão e a Associação Central Abolicionista, no Rio de Janeiro, agremiações políticas que reúnem figuras proeminentes do Império, como José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Luís Gama e André Rebouças. Em 1887, nas fazendas, começam as fugas em massa de escravos. São apoiadas pelos abolicionistas e o Exército recusa-se a perseguir os fugitivos.



Rio de Janeiro.

Vila de São João Marcos do Príncipe.

Maio de 1885.



O RETORNO

     -*Dodo, Dodo!  Gritava a sinhazinha da casa grande

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-*Dodo, Dodo! Gritava a sinhazinha da casa grande.

Dodo! Como está o preparativo para a chegada de *Romero?

-Todos os doces, biscoitos, bolos prontos, sinhá Rosa. Respondeu a escrava.

-Tem de estar tudo pronto até a chegada de Romero.

Sinhá Rosa era a mãe de Romero que estava ansiosa pela chegada do filho, que enfim findou seus estudos em medicina.

-Não sei por que tanta arrumação, tanta comida! Dizia Belizário o Barão da casa grande, o pai de Romero.

-Não é qualquer quem vai chegar a esta casa, se trata de Romero, nosso filho! Respondeu sinhá Rosa.

-O quarto já está arrumado, mantenho sempre limpo desde que Romero se foi. Dizia ela

Sinhá Rosa andava de um lado a outro, agitando as escravas, como se fosse haver uma grande festa.

-A que horas chega o navio na capital meu marido? Perguntava ela a Belizário.

-Romero há essa hora já chegou de navio e está na capital, deve estar a caminho daqui dentro da charrete. Pare de se preocupar tanto Rosa! Respondia para a sinhazinha.

               As escravas da casa grande faziam esforço para que tudo estivesse limpo e arrumado para a chegada de Romero e para a chegada das visitas às quais ali haveriam de passar para saudar ao mais novo médico e filho do grande fazendeiro Belizário dono de posses, um dos mais ricos e poderosos da região.

Dentre essas escravas estava Sálvia que ajudava Dodo na cozinha.

-Como é esse Romero, Dodo? Perguntava Sálvia.

-Agora não sei minha, menina!

Quando ele saiu daqui devia ter uns quinze anos, era miúdo, "branquelo", tinha os cabelos encaracolados pretos igual aos da mãe dele, parecia até um anjinho das pernas finas e compridas. Anjinho por causa dos olhos verdes iguais duas pedrinhas de esmeralda na cara e da pele branca, branca, branca igual do pai. Mas diferente dele era um bom menino, nunca fazia maldade com a gente, nem com os outros escravos. Respondia Dodo.

O FILHO DO SENHOROnde histórias criam vida. Descubra agora