Com o passar do tempo à vida foi ficando entediante naquela cidade, o que me fez viajar várias vezes à capital, ia também para outros vilarejos ali perto em casa de amigos, mas nada era como Paris e sua Boêmia, as patuscadas dos tios Bartô e Hortênsia.
O que dava certa graça era ir às reuniões dos abolicionistas, ou ir até a cachoeira da pedra grande com Violeta.
Com isso insistia cada vez mais para Jawaad me levar até o quilombo.
Até que ele marcou o dia, iríamos a uma sexta-feira para voltar na segunda.
Mas ainda estava longe um pouco da minha grande viagem ao quilombo.
Fui dar um passeio pela fazenda, fui aos depósitos, nas plantações, quando cheguei à senzala vi Kijani o que sempre levava minha mãe de charrete em seus passeios. O escravo ardia em febre e se encontrava com uma ferida em sua perna, parecia ferida de enxada, Kijani disse que foi briga com capataz e a enxada escapuliu e foi direto na perna.
Sálvia cuidava dele com carinho, pareciam que os dois tinham um grande afeto um pelo outro, dava gosto de ver.
-Sálvia é melhor parar com essas "beberagens", porque elas não estão adiantando, o que acontece é que a enxada estava enferrujada e contaminada e uma infecção gerou essa febre em Kijani. Trata-se de bactérias... Dizia eu.
-Então "Sinhozim" ele vai morrer? Eu num "intendí" direito umas coisas que "ocê" falou. Disse ela.
- Deixa que eu cuide disto. Respondi.
Busquei minhas coisas de médico, fui até a senzala novamente e cuidei daquela ferida que já estava até fedida. Dei uma olhada em outros escravos também, e fiz alguns cuidados.
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O FILHO DO SENHOR
RomanceA história de um jovem abolicionista que se vê obrigado a ir contra o próprio pai escravagista para defender os direitos dos negros escravos e livrá-los do sofrimento. Inconformado, justiceiro, perfil aventureiro destemido e inconsequente. A histór...