continuação

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                  Quando estávamos eu e Sálvia a caminho ao longe vi Violeta subindo no cavalo atrás de Fuad, que disparou a galope com toda pressa e os dois sumiram na estrada escura, não tive nem como correr atrás.

Eu e Sálvia voltamos às pressas para o casarão com nossas malas, antes que alguém nos visse.

-E agora meu "sinhô"? 

Perguntou Sálvia aflita.

-Com a fuga de Violeta, vai acontecer uma grande confusão porque Violeta é a bonequinha de meu pai, ele mesmo diz sempre, pela manhã todos saberão, então não haverá mesmo casamento, pelo menos até que Violeta não apareça aqui de novo. Vamos ficar quietos, mas deixe suas malas em ponto de partida.

Beijamos-nos e voltamos cada um para seu quarto. Sálvia chorava.

Quando amanheceu, estavam todos reunidos na mesa para o café da manhã, eu ansioso trocava olhares com Sálvia.

-Onde está Violeta? Como ela me faz uma vergonha dessas? Todos assentados à mesa e ela não se encontra, somos os anfitriões, ela deveria estar aqui! 

Disse meu pai.

-Senhora Petúnia e senhor Estevão, nos perdoe, queiram esperar por mais um instante com certeza ela está acabando de se arrumar. 

Disse minha mãe.

-Sálvia! Sálvia! Vá até o quarto e veja porque Violeta demora tanto. Disse meu pai.

Sálvia vem do quarto e entrega um papel a meu pai.

-É uma carta meu "sinhô", estava em cima da cama. Disse Sálvia.

Meu pai começa a ler:

Pois então meu pai!

O senhor tirou de mim a minha razão de viver matando a Cupertino, o único homem que amei de verdade. Eu estava tão feliz eu tinha um sonho! 

Mas o senhor com sua arrogância e soberba destruiu o que sonhava.

Cupertino não tinha bens, nem nobreza, mas era a pessoa que me amava.

A cada dia que passava eu cultivava dentro de mim a vingança. Eu lhe tenho muita raiva, contava os dias para que chegasse a hora em que essa casa estivesse cheia de suas visitas, seus amigos, parentes, essa gente hipócrita da sua espécie, para então fugir junto com o escravo Fuad, viver com ele, me entregar a ele, causando-lhe tamanha vergonha diante deste povo todo, serás a chacota da cidade.

Não volto nunca mais!

Sua bonequinha

Violeta Belizário de Alcântara Barroso Mota

Violeta Belizário de Alcântara Barroso Mota

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O FILHO DO SENHOROnde histórias criam vida. Descubra agora